8. isso é certo [parte 1]

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❝Pegue todos problemas, deixe-os para trás
Eu digo "sinto muito" quase sempre
Baby, isso é certo. Baby, isso é certo.❞

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Uma semana havia se passado desde o ocorrido na festa e as pessoas na universidade de Roehampton ainda falavam sobre isso como se fosse a primeira vez.

Nem precisa narrar o quão horrível fora para o jovem Crouch retomar as aulas na segunda pela manhã, recebendo olhares tortos por onde quer que passava e tendo sempre a impressão sufocante de estavam falando dele. Todos os dias desde então.

Mas a pior das sensações foi, sem dúvidas, a de pequenas taquicardias que o fizera uma desagradável visita toda vez que um superior chamava pelo seu nome em momentos extemporâneos em que o rapaz permitia-se vagar em reflexões aprofundadas e melindrosas sobre a incógnita Regulus Black.

Não fazia sentido, na cabeça instável de Bartemius, que alguém como Black, que na melhor das hipóteses, possuía e poderia possuir o que bem quisesse estivesse genuinamente apaixonado por um sujeito degradante como ele. Simplesmente não tinha nada que fizesse aquela ideia que era fantasiosa demais entrar na cabeça quadrada de Crouch Jr.

O Natal se passara tranquilo e um tanto que vago, como se era de costume. Crouch Jr tivera a opção de viajar para a casa de seus pais em Durham, para passar a temporada de férias, como fizera nos anos anteriores, mas visando as circunstâncias atuais ele preferia enfrentar qualquer outra coisa a ter que voltar para aquela cidade - onde estava o seu pai que o odiava por ser quem ele era, um homem que arruinara sua vida em inúmeros pontos e que fazia aflorar no íntimo do rapaz uma parcela de inseguranças pós traumáticas somente com a lembrança de sua desprezível existência -, isso sem mencionar o fato de que literalmente tudo naquele lugar remetia quase que diretamente a sua mãe falecida e aquele era, de longe, o episódio de sua vida que mais queria - e precisava - esquecer o quanto antes.

E digamos que Regulus Black vinha sendo um hospede incessante na lista de anseios de Barty. Por alguma razão que o rapaz desconhecia, desde a noite da festa não conseguira mais afugentar o outro rapaz de cabeleireira negra e olhos excepcionalmente cinzas de seu subconsciente; chegando até a cobiçar a ideia que existia agora somente em vislumbres de sua recordação de ser tocado ou beijado pelo garoto.

Bartemius jamais admitiria em voz alta, contudo, chegara a sonhar com Black, que em grande parte das vezes apenas sorria timidamente por trás de uma tela de pintura, com os orbes luzentes manifestando a felicidade que aparentava contornar-lhe os sentidos.

Nevava preguiçosamente nos arredores da Universidade de Roehampton, ao entardecer de mais um dia tradicionalmente gélido para o inverno Londrino. Faltando apenas três dias para o ano novo, onde os estudantes que optavam por permanecer nos alojamentos mesmo durante as férias, tinham carta branca para sair e explorar a velha cidade; aproveitando para festejar como bem quisesse e marcar presença em uma das maiores festas do mundo que acontecia na London Eye.

Bartemius aproveitara o show de fogos em outras ocasiões desde que chegara a capital, há pouco mais de três anos, mas no presente momento, não conseguia encontrar um grão sequer de alento em seu âmago que o dispusesse a almejar comparecer em tal evento, por motivos de, encarar tamanha aglomeração em troca de alguns minutos de queima de fogos e possivelmente acabar beijando um desconhecido por puro capricho não lhe parecia mais tão convidativo quanto antes.

Poderia ser uma circunstância do luto perseverante que recusava-se a abandoná-lo, ou talvez fosse pelo motivo de que estava um pouco - leia-se muito - abalado com como as coisas se sucederam na sua primeira - e última - tentativa de se restabelecer ao meio social após a morte de sua mãe, ou seria devido o fato de que ele não conseguia mais se imaginar ficando com outra pessoa porque receava que estivesse se apaixonando por Regulus Black?

𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora