❝Eu sei que amanhã podemos nos arrepender
Mas agora, onde está a diversão?❞×
Sem quebrar o contato visual, Black entrelaçou seu dedo mindinho ao de Crouch, o que fora o suficiente para senti-lo ali. Para saber que aquele momento era verídico.
- Pode mostrar - cantarolou, perdido nos orbes cinza com que sonhara tantas vezes.
Naquele momento, já não pensava mais no beijo partido, pois sentia-se aquecido sob aqueles olhos; sentia-se seguro.
Regulus meneou com a cabeça, indicando o lado de dentro do galpão, antes de recuar alguns passos e pedir para Barty o seguir.
Assim que o menor passou, Black fechara a porta e se manteve mais atrás, deixando que Barty seguisse o caminho sozinho sobre uma pilha de papelões que foram cuidadosamente postos ao chão - de certo para proteger o piso de possíveis acidentes com tinta, pensou Crouch -, olhando aos arredores, admirado com a quantidade de materias que haviam ali e, apesar de estar um frio dos infernos do lado de fora, Crouch automaticamente sentiu uma onda quente o envolver, ficando tentado a retirar a jaqueta preta que cobria seus braços, mas não tivera tempo de fazê-lo pois algo mais a frente, especificamente no centro do galpão, atraiu sua atenção e foi o que o fez caminhar apressado para chegar até uma tela em que Regulus estivera trabalhando durante todo aquele tempo.
Bartemius ergueu uma das mãos para cobrir a boca que caiu entreaberta no instante em que viu o quadro contendo o retrato de si mesmo; sem nada faltando, dessa vez, estava completo e ainda por cima estava sendo pintado com uma tinta que reluzia sob a luz branca do galpão, indicando que ainda estava secando...
- O que você acha? - Regulus perguntou, com um meio sorriso, algum tempo depois, onde tudo o que o menor fizera foi admirar o trabalho excepcional de Regulus Black.
Regulus Black que havia conseguido finalizar um retrato seu. Regulus Black que se aproximava devagar, maravilhado com a reação de Barty. Regulus Black que Barty Crouch Jr estava apaixonado.
- Incrível... - soprou - Ficou Incrível - ele repetiu com a voz um tom mais alto.
Desviando o olhar do quadro por um segundo somente para encarar o rosto bonito de Black, que acabara de se posicionar ao seu lado.
- Você me empresta seu celular pra eu colocar uma música? O galpão tem aparelhos de som interno... - Black pediu e Barty, sem desviar o olhar da tela, meteu a mão no bolso e retirou o aparelho, estendendo para Regulus.
- Obrigado - disse ao apanhar o celular, já livre de senha - Você tem mesmo uma playlist de "Músicas clássicas"? - Ele quis saber, quando abriu o aplicativo de música e avistou a dita playlist, sorrindo bobo.
- Eu gosto de música clássica - deu de ombros - Me acalma.
- O bom e velho amante das antigas...
Regulus brincou e soltou a playlist, que logo começou a soar Chopin - Nocturne op.9 No.2 em uma altura agradável nas caixinhas de som que foram instaladas entre o teto e a parede, nos quatro cantos do galpão.
Em uma rápida encarada em Crouch Jr, Regulus percebeu que ele estava tentando lutar contra as lágrimas e a situação só piorou quando a música começou a soar ao fundo.
- Tudo bem? - certificou, depositando o celular do rapaz encima de uma bancada que parecia um cavalete de madeira, mas que fora pintado de amarelo e era usado ali como uma espécie de estante.
- É que é tão bonito... - Barty sentenciou, indicando o quadro e limpando os cantinhos dos olhos com a ponta dos dedos.
- Ah, eu estava pensando em mandar pra você quando estivesse... bem, terminado, claro que ainda falta muitas coisas, ainda não encontrei "o azul perfeito" dos seus olhos... - Regulus ia dizendo, com as mãos descansando agora nos bolsos laterais da calça creme que ele usava, mas foi impedindo quando Barty se virou para ficar frente a frente com ele, olhando-o com uma determinação que o mais alto nunca vira antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝘁𝗲𝗹𝗹 𝗺𝗲 𝗜'𝗺 𝗽𝗿𝗲𝘁𝘁𝘆 {bartylus}
Romance- A arte não é tipo um refúgio onde deveria mostrar suas características? - estalando os dedos, o menor começou - Por exemplo, Van Gogh expressava sua dor, Monet expressava suas paixões, mas... e você? - Barty perguntou, com as mãos cruzadas em suas...