[EM ANDAMENTO]
Taehyung é um jovem inconsequente e tatuado que toca como tecladista de uma banda ainda não muito conhecida. Após reprovar duas vezes o último ano do ensino médio seus pais o mandam para um colégio interno muito mais regrado e mesqui...
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Quando eu tinha 16 anos, fugi de casa no meio da noite e fui com Yoongi para uma festa de um dos alunos do meu antigo colégio. A festa foi legal e nos divertimos bastante, mas o carro do Yoongi morreu assim que saímos da casa do anfitrião. Por sermos 2 menores de idade, a chance de chamarmos o conserto, terminarmos sem o carro e com no mínimo uma multa gorda em mãos era grande, então decidimos voltar a pé para minha casa.
Péssima escolha.
Tivemos que andar por algumas horas até chegarmos finalmente na minha casa, minhas pernas queimavam e eu estava mortinho.
Mas o que isso tem a ver? Vocês devem estar se perguntando.
O dia da festa foi o dia mais cansativo da minha vida, até aquele momento.
Eu nunca pensei que conhecer um internato por inteiro fosse mais cansativo que atravessar Seul em uma madrugada estando cansado e meio alcoolizado. A cada escada que eu era obrigado a subir, sentia minhas pernas queimarem e tremerem um pouco. Meus pais não estavam muito diferentes, mas a mulher que descobri ser uma das coordenadoras daquele lugar parecia bem disposta a andar aqueles lances intermináveis de escadas.
O interior do internato não era tão assustador e até confortável. As paredes eram brancas e vermelhas, em um mesclado padrão o que me fez deduzir que aquelas eram as cores que representavam o internato. Os corredores eram cobertos por quadros e todos eles também pareciam seguir um padrão. Perto das salas de aula havia quadros com horários e avisos, do lado dos banheiros tinham quadros com mensagens motivadoras e no pátio, quadros com retratos sequenciais das últimas turmas de todos os anos desde que o internato havia sido fundado.
Confesso que fiquei um pouco intrigado para ver os quadros do pátio então, enquanto a coordenadora ditava as regras de comportamento, eu passei meus olhos por entre os quadros.
Me arrepiei quando notei que nenhum aluno sorria. Nenhum aluno esboçava qualquer reação e todos os quadros seguiam esse padrão entediante. As garotas sentadas em bancos e os garotos em pé, todos usando o uniforme que, mesmo com o passar dos anos, continuava igual. Todos os alunos pareciam desanimados e com cara de tédio.
Não gostei nenhum pouco daquilo.
Depois de pouco menos de uma hora, nós voltamos para os portões principais e eu sabia o que isso significava.
Hora de se despedir.
Eu sempre odiava essa época do ano. Minha mãe tinha que estar de volta aos Estados Unidos em poucos dias e meu pai ainda ficaria mais uma semana em casa antes de voltar para o norte do país. Se despedir deles sabendo que não os veria tão cedo me deixava desanimado, mas eu entendia totalmente o esforço deles e tinha orgulho dos meus pais.
