[Terça, 17 de Setembro de 2019]
Sob o tom sensual e misterioso do azul meia-noite do quarto, ouvi o primeiro estalo da mão de Connor na pele da minha bunda deixar uma leve ardência nem tão significativa quanto o próprio barulho, assim como o som que emiti apenas pela garganta mais como um protesto pela dor superficial do que simplesmente por prazer, fato que começou a mudar aos poucos.
Eu devia até sentir um pouco de vergonha pela posição em que me encontrava, e havia mesmo alguns poucos sinais de constrangimento por minha parte ao me ver nu, deitado de bruços sobre as coxas de Connor, que por sua vez estava sentado na beirada da cama, alisando e apertando com sua mão pesada a área do último tapa.
E então vieram o segundo, o terceiro, o quarto. Cada choque estalado me forçava a emitir outro grunhido e retesar algumas partes do corpo como forma de esquecer um pouco a ardência, porém não era ruim. Acho que eu apenas estava fazendo um charminho, mesmo que Connor pudesse sentir minha ereção crescente o tocar na coxa, até que um tapa mais forte do que todos os outros anteriores me atingiu a nádega esquerda.
No mesmo momento, apertei os olhos e gemi prolongadamente, até mesmo cerrando os punhos com uma força que seria desnecessária. O tapa doeu, mas ainda assim provocou um violento pulsar de excitação por todo meu corpo. E Connor, enquanto novamente passava a mão sobre a área atingida, apertando-a poucas vezes, disse:
"Isso foi um gemido?"
Ainda um tanto extasiado, não percebi que demorei muito tempo para responder, o que me custou outro tapa forte na mesma região de antes. Mais uma vez apertei os olhos, tensionando o corpo e entreabrindo a boca numa expiração breve e forçada após trincar o maxilar.
"Não ouvi." Disse ele, com um tom severo na voz grave, embora baixa.
"S-sim, senhor." Respondi quase sem ar, mas com tanto tesão que eu diria ser plenamente possível que eu gozasse só com aquela primeira sessão de spanking.
Tudo que eu consegui ouvir antes de outro estalo semelhante ao último foi um riso contido e perverso. Gemi mais uma vez, sentindo algo tocar e sacudir meu ombro, e mal consegui acreditar que eu estava apenas sonhando quando abruptamente abri os olhos e quase saltei na cama, olhando para os lados sem estar ainda totalmente atento.
"Calma, maninho. Sou só eu." Ouvi dizer Anderson, imediatamente erguendo as duas mãos como se mostrasse não estar armado.
Eu cocei atrás da cabeça, um pouco grogue pelo despertar recente da minha rápida soneca da tarde, fingindo não sentir as pulsações sob a minha cueca que parecia ter encolhido uns dois números sob a cobertura fina do lençol. Depressa, virei-me de lado sobre a cama, na direção de Anderson, deitando a cabeça de volta no travesseiro com certa naturalidade.
Eu recordei de imediato o que estava fazendo antes de adormecer, por isso escondi meu celular sob o corpo de modo instintivo. Felizmente, o aparelho sempre ficava no programado no menor tempo de tela, pois eu não saberia como explicar a Anderson sobre todas as fotos ilustrativas e sites sobre as práticas sadomasoquistas mais comuns abertos nas guias anônimas do navegador que ele poderia ter visto.
"Você 'tava gemendo de um jeito esquisito, pensei que estivesse tendo um pesadelo." Comentou Anderson, refazendo o caminho até seu armário.
"E que pesadelo... sentindo tesão por apanhar."
"Na verdade, sim. Foi meio estranho. E assustador." Desconversei, logo antes de bocejar longamente e torcer para que aquela ereção indesejada cessasse depressa. "A aula de hoje cedo acabou comigo."
Ouvi Anderson emitir um som com a garganta enquanto remexia o interior de sua mochila dentro do armário. O cabelo loiro preso em um coque não caía sobre os ombros alvos e as costas nuas como de costume. Por fim, ele puxou dois cadernos e algumas canetas e se sentou em sua cama, sobre a qual seu computador já estava aberto.
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BRANDT - Amor e Submissão
RomanceBrandt McKenzie estava completamente enganado ao pensar que, ao ser admitido na Universidade Brown, seguiria com seus planos de vida sem quaisquer alterações significativas, ao lado de sua namorada e apoiado economicamente por seus pais. Entretanto...