Arco Um - Dark Shadows (Story)

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CHAPTER FIFTEEN

STORY

22 de Novembro de 1455

Querido diário,

Já é inverno aqui, o frio chegou forte esse ano e parece que todos estão sofrendo com isso. Bem, menos nós.

Minha família não sofre com isso, nós não sentimos frio. Nossa maldição nos deixa incapaz de sentir qualquer coisa; seja frio ou calor. Às vezes me pego lembrando a época de minha infância, onde eu conseguia sentir o calafrio da nevada chegando pelo norte, ou o calor proporcionado pelos raios de Sol.

Agora não posso senti-los em minha pele sem ser acompanhado de uma dor insuportável.

Enfim, espero que as famílias carentes consigam abrigo nesse momento difícil. Queria poder ajudá-las mais.

Elizabeth me pediu para que ficasse no consultório hoje e a ajudasse com as medicações. Eu gosto de ficar lá, me traz paz poder ajudar os doentes, é como se isso me ajudasse a ser mais humano.

22 de Novembro de 1455

Já fazia algumas horas que estava ali parado atrás do balcão, esperando algum novo paciente aparecer. Nessa época fria é quando mais aparece, pois poucos são os que têm condições para se manter aquecido e protegido da geada. Eu estava entediado, rodando uma pena entre os dedos, procurando alguma forma de matar o tédio que me rondava.

—Aaaah! – Reclamei balançando a cabeça e deitando a mesma no balcão de madeira.

—Tédio? – Perguntou Lisa com um sorriso no rosto enquanto arrumava algumas ervas medicinais dentro de embrulhos improvisados de papeis.

—Nada está acontecendo aqui, Lisa. – Resmunguei deitado sobre o balcão. – Ninguém apareceu até agora, era para isso estar cheio. Não? – Indaguei.

Realmente, todos os anos, esse lugar ficava cheio nessa época do ano, com pessoas doentes desesperadas pelos médicos da cidade. Algo não parecia certo, e eu não conseguia pensar em um por que. Será que as pessoas não estavam mais ficando doentes?

—Eu também achei estranho, Minnie... – Alegou Lisa balançando a cabeça. – Mas não tem nada que possamos fazer.

—Não podemos investigar sobre? – Questionei apoiando meu queixo sobre minha mão. – Não sei... Mandar alguém para a casa das pessoas?

—E invadir sua privacidade? – Ela indagou rindo em seguida. –Não podemos obrigar as pessoas a virem até nós.

—Eu sei! – Exclamei levantando a cabeça. – Mas sei lá... Tem algo estranho na cidade, não tem? Os Jeon... – Comecei, mas acabei sendo interrompido por Lisa que levantou a mão.

—Não se preocupe com eles. – Garantiu. – Chaneyol está os observando de perto, aparentemente não estão aprontando nada.

Acabei por soltar um suspiro levemente aliviado, pegando casualmente meu cálice de prata na bancada, preenchido pelo líquido avermelhado, tão desejado pelo meu corpo.

Saber de notícias como essa acalmava meu coração imóvel. Os Jeon eram imprevisíveis e perigosos, sempre procurando algum modo de acabar com nossa família. Isso sempre me deixava alerta.

Por mais que Lisa fosse a cabeça responsável por essa dinastia, eu era um dos mais preocupados. Eu não queria perder essa vida que tinha criado nesse pequeno feudo. Era perfeita. Eu tinha família, tinha Lisa e tinha...

—E como vai aquele Jeon moreno com que você tanto sai? – Questionou Lisa com um sorriso sacana no rosto, me fazendo quase cuspir todo o sangue que estava em minha boca. – Quando vão oficializar esse casamento? Seria um ótimo tratado de paz devo dizer.

Diário das Sombras • Jikook (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora