Capítulo Dez

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P.O.V  T.K







…2 meses atrás…

- Mandou me chamar? - perguntou L.M adentrando o escritório e parando onde, Hank e eu estávamos.
- Sim. Estava comentando com Hank, uma ideia que tive a respeito da secretária do Haynes. - disse pedindo para Hank abrir as câmeras de vigilância da sala do bilionário.
- E no que precisam de mim? - disse o moreno se sentando na beirada da mesa enquanto olhava a tela do computador.
- Olhe para a tela do computador dele. - disse Hank para L.M.
- Não dá pra ver. - ele disse se aproximando para tentar enxergar, mas se afastou quando percebeu que Haynes impedia a visão.
- Exatamente. - disse Hank cruzando os braços e se recostando na cadeira giratória.
- Pedi para Down e Eve tentarem invadir o sistema a longa distância, mas aparentemente a secretaria do Haynes - disse e então Hank trocou para a câmera da sala dela - É mais inteligente do que pensávamos.
- Então, querem que eu invada o sistema lá de dentro? Eles vigiam cada centímetro daquele lugar. - disse confuso enquanto olhava a secretária trabalhando.
- Você não vai precisar invadir - disse Hank lhe entregando um pen drive - Eu fiz um presentinho especial pra ela, só precisa conectar no computador do Haynes por 1 minuto.
- 1 minuto? Isso é tempo demais… - disse L.M analisando o objeto em sua mão.
- Por isso te chamamos. Você não tinha um amigo que trabalhava lá? - perguntei e L.M sorriu.

Conforme o tempo passava, íamos planejando como tudo aconteceria.
Como L.M entraria, como apagariamos os vestígios das câmeras…
Só faltava uma coisa, a secretária do Haynes.

- O que foi, maninho? - disse V.K ao me ver encarar as imagens da câmera de segurança da secretária.
- Talvez ela morra... - disse sem tirar os olhos da câmera, mas percebendo o assombro de V.K - O que acha dela?

V.K tinha esse talento.
Desde pequena, sabia as intenções das pessoas apenas olhando seu jeito de agir.

- Ela parece cansada. - disse olhando atentamente a gravação.
- São 7:00pm V.K… claro que ela está cansada.
- Não esse tipo de cansaço. Cansada como se… não ligasse mais pra nada. Cansada de viver. - ela disse e parei para analisar.

A garota não sorria.
Não recebia ligações.
Não tinha amigos no prédio.
Ela parecia ser sozinha.

- Obrigado V.K! - disse dando um beijo em sua testa e começando minha busca.
Demorei muito tempo para conseguir achar alguma coisa sobre ela, precisei da ajuda de quase todos da área do escritório.
Todos nós queríamos saber quem era aquela garota.

Nome: Alicia Alexis
Nascimento: 03/04/2010 - Hospital Geral de Washington, Washington D.C
Idade: 21 anos
Descrição:
- Branca
- Olhos azuis
- Cabelo loiro
- 1,70 de altura

Formação: Sem ensino superior
Ensino Médio: Completo

Pai: Steven Spielberg Alexis
Função: Policial Militar Condecorado
Status: Considerado Morto desde 2020
Causa da morte: morto em serviço

Mãe: Sem informações
Função: Desconhecida
Status: Desconhecido

Parentes: zero




A garota realmente era sozinha.
Perder o pai aos 10 anos de idade, e nunca ter visto a mãe, deve ter sido traumatizante.
Alicia nunca chegou a ser enviada à um orfanato, aparentemente, ela sempre foi muito esperta.
Não havia registros sobre empregos anteriores, mas estava trabalhando na Parker Cleem a mais de 10 meses.
Ela sabia esconder seus rastros.

Decidi a vigiar mais de perto.

Alicia vivia para a empresa do Haynes, mas não parecia gostar muito dele.
Até que um dia, quando chegou em seu apartamento depois do trabalho, ligou a televisão e estava passando uma reportagem sobre nós, Hackers.
Ela parecia interessada. Foi até o notebook e pesquisou sobre nós.

Conclui que, se ela trabalhasse para o governo, já saberia o que precisaria sobre os hackers, não precisaria pesquisar pra entender.
E o mais engraçado, foi que ela apagou o histórico. Realmente estava com receio de alguém descobrir sobre sua pesquisa.

Decidi que não a deixaria ser morta, pelo menos por enquanto.
Ainda não sabia se ela era confiável.

A 3 dias atrás…

Quando Alicia me contou sobre sua família, me senti culpado por não ter acreditado nela.
Ela realmente parecia estar falando a verdade, a respeito sobre seu irmão.
E eu também não acreditei que ela levou tanto tempo para descobrir que, havia sido o governo quem o raptou.
Mas algo ainda não fazia sentido, como ela conseguiu ameaçar o Haynes, sem fazer com que ele a vigiasse?
Essa não seria uma pergunta muito fácil de responder, assim como o por que de eu não conseguir tirar os olhos dela.





Dias atuais…

Estávamos correndo pelos corredores, desviando dos agentes e tentando chegar aos carros.
Uma explosão havia ocorrido, e o alarme de invasão havia soado.
Eu sabia que não devia ter confiado nela! Agora estávamos sendo atacados!
Perguntei o que ela poderia estar carregando, que era rastreável.
Mas quando me virei, Alicia havia levado um tiro.
Aliados não atiram neles mesmos, ou atiram?

Não acredito que havia duvidado dela novamente.

- Alicia! - gritei enquanto tentava a segurar antes que caísse no chão.
- O brinco… - disse o arrancando da orelha - Daniel havia me dado no dia em que sumiu… - ela completou atirando o brinco longe enquanto eu a pegava no colo.
- Temos que ir! - gritei enquanto corríamos pelos corredores - Você está perdendo muito sangue!

Mas ela parecia não sentir dores.
O que era preocupante.

- Alicia! - gritei ao perceber que ela estava quase desmaiando.

Eu não podia deixá-la morrer.
Não depois de tê-la colocado nessa situação.

- Alicia!? - disse ao ver seus olhos abertos, com as pupilas dilatadas e o sangue parando de escorrer do ferimento a bala.
- Me solta. - ela disse calma e eu a coloquei no chão.

Assim que viramos o corredor, um dos agentes nacionais estava parado com uma pistola.

- Obrigado por segurar pra mim. - ela disse pegando sua arma e atirando em sua perna.
- O que… - T.K acabei sussurrando.

De onde essa garota saiu?
Ela estava andando e falando com menos de 1 litro de sangue no corpo.
Além de ter acabado de derrotar um agente treinado e ter atirado nele.
Pensei em uma  hipótese, mas logo descartei.
Não poderia ser possível, não é?
Ela ser como eu…

- Se quer confiar em mim - disse Alicia carregando a arma - Precisa saber que, minha mãe não aparece nos arquivos, por um motivo. - então começou a caminhar em direção a sala de armas, que ficava naquele corredor - Minha mãe era uma cientista. Ela fazia testes em si mesma, o que resultou em, algumas alterações na minha genética e na de Daniel. - disse adentrando a sala e indo pegar mais munição.
- Que… alterações!? - perguntei assustado.

Estava certo que a mãe dela não constava nos arquivos, mas ela bancar a mulher maravilha, já era demais pro meu raciocínio.

- Surtos de adrenalina. Quando nos machucamos, explodimos em adrenalina, o que nos da tempo o suficiente para sobreviver - disse destravando a arma  - E para descarregar a raiva.

American HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora