A nerd e a Popular (em revisão)

S.O.S emergência lésbica.

Pansy Parkinson

Dentre os maiores atos de tortura inventados pela sociedade moderna com certeza absoluta realizar mudanças era o pior.

Eu estava desde domingo de manhã agitando todos os preparos para ir para a casa dos Weasleys. Já havia ido visita-los para checar o tamanho do guarda roupa e da cômoda. Descobri inclusive que os moveis que três garotos conseguiam dividir não suportavam nem metade das roupas do meu closet.

Sendo assim, eu passei o resto do meu final de semana decidindo quais roupas iriam comigo. Eu tinha disponíveis nove gavetas, além do guarda roupa de casal que havia lá. Optei por ser lógica e levar apenas roupas do dia a dia e algumas especiais, para festas ou eventos formais. As mais extravagantes que geralmente eu usava em grandes jantares seriam vendidas. Eu não precisaria mais delas, então porque não conseguir uma graninha com isso? Me manteriam até achar um emprego.

Já era quase uma da manhã quando eu acabara de escolher o que ia. Aproveitei para separar os objetos que eu levaria também, como brinquedos antigos, maquiagem e porta retratos. Quando me deitei na cama, haviam diversas bolsas escondidas no closet, tendo como destino meu futuro lar.

Horas depois, acordei para a aula, mais acabada do que o de costume. Arrumei-me tão lentamente que notei quase estar atrasada. Peguei a mochila, jogada em um canto qualquer do meu futuro antigo quarto. Antes de sair, paralisei o olhar na chave sob minha penteadeira.

Eu já tinha a habilitação...Por quê não? A peguei, saindo do quarto ainda mais apressada.

- Bom dia!- Meu pai disse, enquanto subia as escadas na minha direção contraria. Ao notar o que tinha acontecido, paralisei no lugar.

Há quantos anos não nos dávamos bom dia?E ainda por opção própria?

- Bom dia...- Eu respondi, ainda pasma. Encarei o homem de terno e gravata, que agora virava a cabeça, me lançando um sorriso.

- Tenha um bom dia na escola, querida.- Desejou, e eu pensei estar em uma alucinação. - E tenha cuidado com aquela belezinha.- Piscou.

Meu pai piscou para mim. Ele piscou!

- Mas que porra?- Eu me perguntei, voltando ao meu rumo. - Esqueça Pansy, deixe para lá.

Abri a porta da garagem e a vi, coberta por um pano branco. Mais do que animada, retirei o pano branco da gloriosa Harley-Davidson Fat Boy 1990! Totalmente revitalizada porém com pintura e modelo original.

- Deus me deu uma visão do paraíso.

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Hermione Granger.

Demissexual.

"Demissexual é uma pessoa cuja atração sexual surge, ou pode surgir, somente quando existe envolvimento e/ou laço emocional, afetivo, e/ou intelectual com a outra pessoa, não sendo a estética o único fator determinante para o surgimento da atração sexual."

As palavras a minha frente começavam a entrar na minha cabeça. Eu tinha agora diversas janelas abertas no meu telefone, mais até do que meu toc permitiria, e lia todo o possível sobre o assunto. Comentários de pessoas que eram demisexuais, relatos sobre o que sentiam quando se forçavam a beijar alguém... Tudo.

- Hermione? Herms?- Um dos gêmeos me chamou, me obrigando a tirar os olhos da tela. - Pensei que o celular tivesse fritado seu cérebro, estamos te chamando a um século.- Brincou. Pela piada e o jeito de sorrir, identifique-o como sendo Fred.

- Verdade Mione, o que você tanto olha ai?- George emendou, espiando o telefone. Em provocação, lhe dei um tapa na testa, escondendo o telefone.- Ai! Você já me amou mais.- Ele riu, tentando inutilmente retirar o telefone da minha mão.- Anda pequena, nos diga!