Especial 1: Meu filho me odeia.

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Pansy Parkinson.

— Então, de novo, estamos tendo essa conversa por que mesmo?- Draco perguntou ao meu lado. Andávamos pela rua do meu bairro, em minha mão esquerda um saco lotado de cupcakes de morango e um copo grande de café na minha direita. A tarde já caía e eu me sentia completamente exausta após um dia de treino. A preparação do Tornados de Tutshill para o próximo jogo estava nos tirando o sossego, de forma que eu sentia cada musculo em meu corpo gritar de dor.

— Porque meu filho me odeia – Resmunguei. Joguei a cabeça para trás, me arrependendo do ato quando senti minhas costas arderem com a dor.  Deuses, eu estava morta.

— Benny é muito novo para odiar alguém, Pansy. Não seja dramática – Me respondeu risonho. Olhei séria para ele, e vi os olhos cinzas expressarem confusão. — O que? Está falando do Nicholas? Nico meu afilhado? Impossível!

Draco era a segunda pessoa que me dizia isso, sendo a primeira minha esposa. Não conseguiam me convencer, obviamente, e suas falas apenas faziam com que minha cabeça replicasse todos os momentos que me levaram a constatar o inevitável: Meu filho me odeia. Eu não sabia dizer exatamente o porquê, nem quando, mas aquilo havia se tornado uma realidade.

— Quarta-feira completa 5 meses que eles se mudaram para cá, e ele ainda nem sequer me chamou de mãe. A Hermione sim, várias vezes. - Comecei a pontuar, vendo algumas crianças do bairro correndo de um lado para o outro. Era uma área residencial, com várias escolas por perto, ideal para criar uma família. Nos mudamos alguns meses antes de adotar as crianças para ter a tranquilidade de criar nossos filhos num local bom para eles. — Ele não me pede ajuda para nada, quase voa do carro quando eu o deixo na escola. Sabia que tem momentos que ele nem sequer olha nos meus olhos?! Ele me odeia, certeza – Concluí. Draco riu ao meu lado. — Não ria seu idiota! Me ajude!

— Te ajudar como? Você está sendo cabeça dura, de novo! - Acusou, desviando de duas crianças que corriam do nosso lado da calçada. — Pansy, não existe a menor possibilidade dele te odiar, sério, da última que eu saí com ele tudo o que aquele garoto sabia falar era sobre como você é incrível. Ele te admira muito Pansy.

— Ele não quer jogar futebol comigo. Tem noção do que é isso? - Eu questionei, genuinamente incomodada. Minha melhor forma de criar um vínculo com o menino era essa, mas se ele, que amava futebol, não queria jogar futebol comigo, o que eu poderia fazer? — Eu já o chamei diversas vezes. Ele sempre tem algo para fazer, um dever para terminar. Isso quando ele fala que “não está no clima” e passa o resto do dia trancado no quarto lendo Hqs. Draco, é fato, ele não me quer por perto.

Draco suspirou enquanto a vista da minha casa se punha a nossa frente. Era uma casa relativamente pequena, considerando que anteriormente eu morara numa mansão, ou num lugar em que moravam outras seis pessoas. Ainda assim era maior que nosso antigo apartamento, lugar em que eu e Hermione morávamos antes de formar nossa família. Um lugar aconchegante, porém, pequeno e localizado no centro de Londres, onde tudo era sempre muito corrido. Agora morávamos em Marylebone, numa casa com quintal da frente e fundos. Era toda pintada em azul claro, com uma porta amarela, e na varanda possuíamos bancos para sentar e passar o tempo. Olhando de fora parecia até uma casa de cinema.

— Não vou dizer que não existe algo por trás disso, porque com certeza existe. Garanto que não sei o quê, caso o contrário já teria te falado. Faz algum tempo que não saio com ele, e não escutei nada de ruim da última vez. - Olhou para o relógio no pulso. —Me fale o que aconteceu quando descobre, ok?  Tenho que voltar para o Hospital, está quase na hora do meu plantão.

— Está trabalhando demais- Reclamei. Ele negou com a cabeça, me fazendo bufar. — Sério, eu mal te vejo agora, é um sacrifício. Hermione disse que Nico não para de perguntar de você, sabia? Ele é louco por você, queria eu toda essa atenção do meu filho - Despejei milhares de reclamações em seu colo. Ele me deu as costas, acenando em despedida. — Tire uma folga, pelo amor de Deus! – Gritei, dando de vez as costas para a rua.

A nerd e a Popular (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora