Conselhos de Tonks

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Harry Potter.

Hermione estava estranha.

Hermione estava muito estranha.

  Algo havia acontecido, eu sabia. Antes de dormir eu havia ligado para a castanha, meu objetivo era desejar uma boa viagem e me despedir adequadamente. O dia anterior havia sido tão corrido que não consegui visita-la em sua casa. Porém, quando a mesma atendeu o telefone, notei que havia algo de errado em sua voz.

Agora pela manhã também. A liguei de novo, queria ter certeza da minha desconfiança. Hermione dizia que era apenas cansaço, tinha acordado cedo demais. Eu queria acreditar, mas conhecia bem o suficiente minha amiga para sentir quando ela estava mentindo.

– Está tudo bem Harry, eu juro.- Ela disse.Sua voz estava tristonha, desanimada. – Meu voo está para sair, eu te ligo quando pousar no México, ok?- Ela fugiu, murmurei um “certo” meio contrariado e desliguei o telefone. Bufei cansado e saí do quarto.

Ainda era cedo, Amália dormia profundamente no quarto. Em maioria das férias dormíamos mais do que o normal, era nosso período de preguiçinha. Passei por de frente a sua porta calmamente e rumei em direção as escadas.

– Eles se resolveram, viu?- Escutei a voz sussurrada de Remus vinda do quarto. Tiveram alguns segundos de silencio, até que ele continuou. – Sirius, Harry está dormindo, não precisa se preocupar.

Aquilo era sobre mim. De novo, Sirius e Remus falavam sobre mim em um momento em que eu não estava presente. Um momento eu que eu não escutaria. Eu odiava isso, Sirius e Remus nunca escondiam nada de mim.

Me aproximei da porta com muito cuidado e lentamente. Parte de mim relembrava o quanto aquilo era errado, e o quanto meu padrinho se decepcionaria. Mesmo assim eu fui, pois aquilo me dizia respeito.

– Desculpe querido, tem razão.- Sirius respondeu. – Sim, eu vi que os dois estão bem novamente.- Ela completou. Havia algo em sua voz, um tom diferente, distante.

– Mas...- Remus incentivou-o a continuar. Assim como eu, ele sabia que algo afligia o Black. Alguns segundos de silencio se passaram, como se a resposta exigisse uma profunda reflexão. Cheguei a cogitar a ideia de que os dois tivessem notado minha presença, parando de conversar. Sirius descartou essa ideia quando disse:

– Eu ainda sinto medo, Aluado. E não me olhe com essa cara, sabe que tenho meus motivos.- Ele se defendeu. – Lucius é um crápula, assim como era Walburga, e eu tenho medo do que isso causará no menino Malfoy.

– Draco tem Harry, ele não está sozinho como está Regulus.- Remus disse. Novamente eles citavam o nome do falecido irmão de Sirius. O que havia acontecido com ele afinal?

– Eu sei, mas tenho medo que algo dê errado, algo grave aconteça, e Harry seja puxado para algo doloroso apenas por estar com Malfoy.

Doloroso? Doloroso como?

– Esse medo ainda vai te corroer por dentro, Almofadinhas. Harry tem a nós, não acontecerá o mesmo que ele. Além do mais, Bellatrix está apodrecendo na prisão agora, ela não pode mais no machucar.- Remus rebateu, agora mais carinhoso.

– Você tem razão, como sempre. – Meu padrinho brincou. Sua voz estava mais divertida agora, podia notar isso.

Havia algo que aqueles dois me escondiam, eu sabia. Tinha relação com Regulus Black também, e uma tal de Bellatrix. Eu não sabia o que, mas aquilo não me cheirava bem. Talvez fosse melhor perguntar logo para eles, coloca-los contra a parede.

– Harry?- A voz baixa atrás de mim me fez pular de susto. Atrás de mim, com os olhinhos cansados e voz rouca estava Amália.

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A nerd e a Popular (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora