Eterno

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Pansy Parkinson

A segunda feira começou excepcionalmente feliz desde o momento em que eu acordei. Talvez fosse responsabilidade pelo ótimo encontro que eu tive com Hermione, porque eu sentia tudo ao meu redor ser mais colorido do que provavelmente era. Eu não havia sentido preguiça ao levantar, muito menos havia demorado no banho fazendo corpo mole. Por um milagre a neve em Londres havia cessado, deixando apenas o frio do inverno nessa altura, mas nem ele conseguiria me incomodar.

— Ei, você chegou.- Hermione saudou na porta de sua casa, parecendo querer falar mais algo em seguida. Não foi possível, eu segurei seu rosto entre minhas mãos logo após vê-la, beijando seus lábios num selinho demorado.

— Bom dia!- Sorri ao me afastar, vendo-a repetir a ação. Não resisti ao impulso, me aproximando mais uma vez para beijar Hermione. Ela riu, e eu repeti o ato por mais algumas vezes, em todo seu rosto.

Minha movimentação fez com que Hermione tombasse para trás, rindo do que eu fazia. Por algumas vezes eu escutei ela dizer “ Espera, me escuta.” Ou então chamar meu nome em tom de repressão, mas eu continuava a bombardeando com beijos. Entramos na casa, e eu a empurrei para a parede, ficando cara a cara consigo.

— Pansy, eu estou tentando te avisar que...- Eu interrompi de novo, beijando mais demoradamente dessa vez. Hermione, apesar de ser interrompida, se aproximou mais de mim, colocando as mãos nos meus ombros enquanto uma minha descia para sua cintura, a puxando para mim, e a outra ia para seu cabelo, se emaranhando ali.

Ela sorriu entre o beijo, o que fez com que eu me afastasse minimamente. Afundei mais ainda minha mão em seus cachos, sentindo a fragrância do shampoo dela se espalhar. Era incrível pensar que até essa pequena parte de Hermione era viciante e conseguia me deixar entorpecida instantaneamente.

— Hermione quem...Ai meu Deus!- A voz exasperada da mãe de Hermione fez com que nós duas pulássemos no lugar, nos afastando imediatamente. Eu tinha uma mão tampando minha boca, não se sabe se pela vergonha ou pela estranha vontade de gritar. Subi o olhar envergonhada, vendo Tia Jean com um olhar petrificado sobre nós.

— O que foi querida?- Seu marido surgiu da cozinha, parando ao seu lado. Nos encarou confuso, porém ao analisar por alguns segundos pareceu entender. Sorriu para nós duas, com um ar divertido. — Bom dia Pansy.- Saudou.

Eu virei meu olhar para Hermione, que tentava arrumar a pequena zona que eu havia feito em seu cabelo. Lancei meu melhor olhar de “ Você deveria ter me avisado!” e ela arregalou os olhos, provavelmente irritada. Anos conhecendo-a me faziam crer que ela respondera algo como “ Eu tentei, mas você não deixou”.

— Bom dia tio Aron, tia Jean.- Eu cumprimentei, dando graças a todos os deuses pela minha voz ter se mantido firme.

Os dois me chamaram para tomar café com eles, e me senti obrigada a aceitar. Hermione estava logo atras de mim, e eu busquei sua mão em minhas costas, para ter algum tipo de suporte enquanto andava. Eu me sentida de certa forma sendo levada a forca de bom grado, e meu rosto queimava em vergonha. Me culpava mentalmente por não ter dado espaço para Hermione falar, tudo isso seria evitado.

Me sentei no banco do balcão da cozinha e Hermione me acompanhou, sentando ao meu lado. Ainda estávamos de mãos dadas abaixo do tampo, e eu não conseguia olhar para frente, me entretendo apenas com o movimento giratório do banco. Podia sentir olhos em mim, e me perguntava quanto tempo até aquela tortura acabar.

— Então, vocês duas...- O pai dela iniciou, e eu senti meus ombros encolherem com o som da sua voz. Alguns instantes de silêncio se passaram. — Já não era sem tempo, não é?- Ele assobiou. — Espero que não se assustem, mas eu terei que restringir suas visitas para cá, senhorita Parkinson.

A nerd e a Popular (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora