Egoísmo

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Harry Potter.

– Harry, Draco está aqui!- A voz rouca de Remus me chamou. Havíamos combinado de sair juntos na véspera de natal, visto que os pais estariam em um jantar de negócios com os Greengrass na manhã seguinte.

Terminei de ajeitar minha blusa e me olhei no espelho, estava ansioso. Quase nunca eu tinha encontros com Draco, e eu sentia falta dessa parte do...do que quer que nós tivéssemos. A ideia havia sido dele, me perguntou logo depois de eu colocar os pés em casa e vê-lo com o rosto coberto de farinha. Estava tão fofo!

Sorri para mim mesmo, feliz de ter me arrumado um pouco mais do que o habitual e rumei para fora do meu quarto.

– Harry tem um encontro, Harry tem um encontro!- Amália cantarolava animada no corredor, dando pulinhos para um lado e para o outro. Não sabia porque ela estar tão animada, não era a primeira vez que Draco vinha aqui.

Desci as escadas correndo, tinha medo de mais uma sessão de vergonha por deixar o loiro sozinho com Remus, porém mais ainda com Sirius. Busquei com o olhar alguém sentado no sofá, porém não vi Draco.

Ai não!

– Cheguei! Já cheguei!- Eu entrei apressado na cozinha, temendo o pior. Dois minutos sozinho com meus ‘pais’ era o bastante para quantas revelações constrangedoras? – Oi!- Sorri bobo para ele. Draco estava lindo, como sempre.

– Oi.- Ele me sorriu de volta. As maçãs de seu rosto um tanto vermelhas pelo frio lá fora. O abracei ansioso e ele me apertou, puxando-me levemente para fora do chão.- Capitão Cereal Russo?.- Sussurrou a ultima parte no meu ouvido, fazendo meu sorriso morrer.

Eu mataria meu padrinho!

– Sirius!- Eu reclamei me soltando do abraço. O homem que um dia eu acreditei confiar caiu na gargalhada, apontando para seu marido.

– Foi Remus que abriu o bico, eu não tenho nada a ver!- Disse e em seguida joguei meu olhar para o Lupin. Ele gargalhava, porém não com muita força.

Remus havia tido uma pequena queda de imunidade, o que o fez contrair uma pneumonia. Estava começando o tratamento com antibióticos e tudo o que fosse necessário. Isso deixava Sirius alerta, pois qualquer piora a partir de agora seria necessário uma internação.

– Preciso contar suas histórias vergonhosas para ele, é seu namorado a final de contas.- Se defendeu.

Ai não, assunto delicado.

– Não somos namorados!- Nós dois dissemos no mesmo momento, a voz incrivelmente apressada. O casal a frente nos encarou.

– É complicado.- Eu tentei explicar.

– Não é que eu não queira!- Draco se apressou. O encarei abismado.

Ele quer?

– Sei, não precisam perder tempo. – Remus revirou os olhos enquanto pegava uma fatia de bolo e colocava a frente da cadeira que Amália sentava. A pequena já vinha correndo no corredor e se apressou em sentar. – Eu demorei quatro anos para admitir que Sirius e eu namorávamos.- Comentou.

– E depois mais dois para admitir publicamente.- Sirius emendou. Ele entrelaçou os braços na cintura do marido e apoiou o queixo no ombro de Remus. – Mas valeu a espera. – Sorriu bobo. – Quando a gente ama alguém, vale esperar o tempo que for.

Eu gostava da relação dos dois. Remus despertava o melhor lado de Sirius, seu lado mais carinhoso e protetor. Ele também servia como uma espécie de lugar de paz, pois eu sabia dos fantasmas que assombravam meu padrinho.

Ou pelo menos sabia da existência deles.

– Quem é Regulus, papai?- Amália perguntou de repente. Arregalei os olhos com sua tranquilidade em fazer uma pergunta assim. – Eu fui procurar minha flauta lá no sótão e encontrei uma caixa escrita “ Coisas do Regulus”. – Explicou. Encarei de esgueira meu padrinho, que tinha um sorriso abalado no rosto.

A nerd e a Popular (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora