Bebedeiras e Megeras

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Pansy Parkinson

Eu vou fazer algo.”Escutei a voz doce dizer. Consegui sentir as batidas fortes de meu coração como no momento em que tudo acontecera. “Algo que necessita muita coragem. É como romper uma barreirauma que eu me questiono a quanto tempo eu deveria ter rompido”.

Eu sabia do que ela estava falando, mesmo que indiretamente.Tentei abrir os olhos, voltar para a realidade que sua voz havia me tirado. Eu tentei.

Mas de repente haviam lábios aos meus, um calor subindo meu peito e uma sensação me invadindo. Eu ainda conseguia lembrar, ainda conseguia sentir cada parte daquele momento.

“– Isso é real?” Minha voz perguntou. Sim, aquilo era. E talvez muitas outras coisas tivessem sido reias naquele momento se eu não tivesse fugido, se eu não tivesse sentido medo.

Um barulho irritante me arrancou do meu mundinho interno. Abri os olhos lentamente, meu corpo ainda estava deitado na cama. Inspirei o ar para dentro de meus pulmões preguiçosamente e estiquei a mão para a escrivaninha ao lado da cama, tateando até alcançar o telefone. Pisquei algumas vezes para tentar enxergar o que estava escrito na tela

“Ligação de: Hermione Leoazinha”

– Porra!- Eu me apressei para levantar da cama e ajeitar os cabelos e a voz, mesmo que aquilo fosse inútil e sem sentido. – Alô? Mione?- eu disse apressada.

– Ainda dormindo, senhorita Parkinson?- Sua voz risonha me invadiu os ouvidos.

Hermione me ligava todos os dias desde que havia viajado. Fazemos isso em todas as suas viagens, ela me contava o que tinha feito no dia e o que faria depois. Era uma forma de estarmos sempre sabendo o que acontecia com a outra, nos impedindo de ter preocupações. Eu gostava de escutar sua voz animada também, as viagens sempre a deixavam bem.

– Ainda acordada, senhorita Granger?- Eu rebati tentando me acalmar.

Nos dois dias que se passaram nenhuma de nós duas ousou tocar no assunto. Eu ainda tentava a todo custo entender o que tinha ocorrido, processar em minha mente. Porém a cada ligação de Hermione eu ficava ansiosa e tensa, pensando que ela me colocaria na parede quanto ao beijo.

– Indo dormir agora, pare de ser chata.- Ela respondeu e riu. Eu achava impressionante como Hermione ficava com um riso fácil durante as viagens. – Hoje visitamos diversas áreas do México, esse lugar é impressionante!- Ela contava eufórica.¬– E eu nunca pensei que fosse amar tanto comida picante! Pansy é a melhor coisa que eu já comi na minha vida!- Ela soltou um gritinho animada e eu ri daquilo.

– Que bom que está gostando da viagem.- Eu disse. – E como estão seus pais?- Perguntei.

– Eles não saem do quarto nem por cinco minutos.- Ela bufou irritada. – Resolveram que seria uma viagem romântica e esqueceram de aproveitar com a própria filha.- Dramatizou e eu ri. – Talvez se você estivesse seria mais fácil de aturar isso.

Eu gelei.

– Por que diz isso?- Eu perguntei agradecendo por minha voz não soar tensa.

– Não é obvio, Pansy? Com você aqui eu não ficaria sozinha quase por um dia inteiro, e eu ainda poderia contar para você a historia de cada lugar que visitássemos. – Disse. Soltei um suspiro de alivio quase imperceptível. – Mesmo que você dormisse na metade da explicação.- Brincou.

– Ei! Isso é pura mentira, ok? Sabe que eu prestaria atenção eu cada palavra que você dissesse.- Eu me fiz de ofendida.

– Eu sei que sim.- Ela respondeu, sua voz agora mais doce. Um silencio se instalou na ligação. – Pansy...

A nerd e a Popular (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora