XVII

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* Babi's pov *

– Você ficou doida é? – falei rindo – Aqui os meninos são desligados pra essas coisas, a gente é muito amigo.. Vou dormir né, que eu tava indo dormir e você impediu meu sono – fingi estar brava e ela riu.

Me despedi dela e desejei boa noite. Quando eu estava subindo, decidi ir na cozinha pra ver se tinha algum suco, ou algum chocolate. Abri a geladeira e comecei a caçar alguma coisa pra comer.

– Tá com fome? – escutei uma voz. Olhei pra cima e era ninguém menos que ele. – Pelo visto sim.. tem chocolate.

– Onde? Não to achando. Tinha um kit kat aqui mas acho que o Gs comeu.

– Lá no meu quarto. – olhei pra ele e ele deu um sorrisinho, e saiu da cozinha. Ele só pode estar brincando. Continuei procurando na geladeira, e realmente o Gs devorou os últimos resquícios de doce. E eu, que não sou boba nem nada, fui atrás do meu kit kat.

Abri a porta dele e ele estava tirando a camiseta. O quão clichê isso está sendo?
Sério, Victor? Sério mesmo?

– Tá com fome mesmo – ele riu.

– Eu só quero o chocolate, Victor. Que isso fique bem claro. – disse e comecei a procurar nas gavetas.

– Tá aqui – ele diz e deita na cama, olho pra sua mão e ele está segurando uma barra do meu chocolate favorito. Ele faz uma cara de alguém realmente filha da put%

– Ok, muito obrigada. – Fui até ele pra pegar a barra, quando ele me segura pela cintura e me derruba na cama. – Victor, o que você tá fazendo?

– Você vem no meu quarto, quer comer todo o meu chocolate.. e não quer me pagar nada? – ele diz chegando no perto.

– Não aguenta mesmo né? Eu achei que nesses meses a gente poderia ficar num clima de amizade mas aparentemente isso é impossível pro Victor.

– Babi, pode falar o que quiser. Eu sei que você não esqueceu da gente, eu também não esqueci.

– Não tem "a gente".. Eu sou eu, você é você.

– Por que ficar na defensiva o tempo inteiro? – Ele me solta e senta na cama. Eu me levanto e sendo de frente pra ele. Eu ainda quero meu chocolate, de verdade.

– Eu estou na defensiva? Eu só não quero. Eu sei que você vai me machucar a qualquer momento. Que parte você não entende?

– Talvez nós daria um belo casal.. Já pensou nós morando em Portugal? – ele cantarola baixinho e chega perto de mim, cada vez mais perto. Ele sussurra no meu ouvido. – Eai você aceitaria?

Ele se afasta do meu ouvido e me encara. Nesse momento estamos a alguns cm de distância. E a cada segundinho, mais perto da minha boca ele fica. Que inferno de menino. Eu odeio me sentir assim quando estou perto dele. Ele olha pra minha boca e pro meus olhos, segura no meu rosto e se aproxima, até que nossas bocas se encostam levemente.

– Eu não vou te beijar. – ele sussurra.

– Por quê?

– Porque eu quero que você faça. – ele sorri. Eu olho pra ele e não consigo me segurar.

Seguro seu rosto e trago pra mais perto de mim possível, beijando ele como se eu necessitasse daquilo, como se eu estivesse louca por aquele beijo, como se eu estivesse com saudade "da gente". E eu não queria deixar evidente que era isso que eu estava sentindo.

– Você é gata pra caralho, sabia? – ele para o beijo e aperta minha cintura. – Eu odeio te ver todos os dias sabendo que de noite você não vai vir aqui me beijar. Hoje foi um dia bom.

– Parece que você decora textos de grandes obras do John Green ou algo do tipo? Pra me impressionar? Me prender enquanto você fica com várias?

– Pense o que quiser, eu já disse o que sinto. Eu gosto de verdade de estar com você, por que razão você não compreende isso?

 Eu gosto de verdade de estar com você, por que razão você não compreende isso?

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