CAPÍTULO 6

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Anabela caminha na direção de Arthur, ela vê que ele estar conversando com uma mulher, mais não a reconhece, então pensou que fosse alguma professora:

- Oi filho, vim trazer sua lancheira que você esqueceu - falou Anabela olhando pra Arthur.
- Obrigado mamãe - diz Arthur.
- E você, quem é? - pergunta Ana agora olhando pra Clarice.
- Me chamo Clarice - respondeu Clarice com o rosto um pouco virado, seu coração palpitava rapidamente, ela sabia que aquilo não ia terminar bem.
- Espera aí, eu estou me lembrando de você - disse Ana.
- Acho que está enganada - disse Clarice.
- Arthur, vá pra sala de aula - falou Ana seriamente.
- Foi um prazer te conhecer Clarice - diz Arthur e em seguida sai.
- Posso saber o que você estava fazendo perto do meu filho? - pergunta Ana friamente.
- Só estava apenas conversando, você viu - diz Clarice na defensiva.
- O que você quer com ele? Você o abandonou, ou será que eu estou enganada, como foi que aconteceu mesmo? Peraí, ah, você entregou ele pra uma desconhecida, como teve coragem de fazer algo tão cruel? Você não tem coração?
- Isso foi há muito tempo, eu não sabia o que estava fazendo, eu me arrependo muito, sei que isso é algo imperdoável - fala Clarice.
- Sabe, eu desprezo pessoas como você, que só pensam em si mesma, que coloca sempre suas necessidades banais acima de tudo e todos. E o fato de que isso aconteceu há muitos anos, não tira o peso da sua culpa - falou Ana.
- Eu sei o que eu fiz, não preciso que você me lembre disso - diz Clarice.
- Nunca mais ouse chegar perto dele outra vez, essa vai ser a primeira e a última. Sorte sua eu não te denunciar, e só faço isso por ele, não por você. É uma pena ter que dividir o mesmo ar que você - disse Ana.
- Eu só estava conversando, não ia sequestrar seu filho, se é o que estava pensando.
- Vá embora e não se aproxime dele, nunca mais - Ana ameça Clarice.
- Eu vou, mas eu volto. Não pense que isso terminou aqui - diz Clarice com firmeza.
- Como ousa? É uma cretina mesmo - diz Ana subindo o tom da voz.
- Tenho vários adjetivos mesmo, não ligo pra o que você pensa - diz Clarice.
- Ele nunca foi seu filho, Clarice. Aceite isso.
- Por muito tempo eu realmente desejei nunca ter filho, mas aí ele nasceu, e eu tenho que admitir, eu o odiei, odiei essa criança com todas as minhas as forças. Eu menti, pra os meus pais, meu namorado que eu amava muito, não foi fácil. E sim, você estava certa, eu só pensei em mim mesma, não nego, só pensei em mim e na minha carreira que eu tanto sonhei um dia em ter. Eu estava cega, mas ao longo dos dias eu percebi o quanto eu estava infeliz com tudo o que aconteceu, e que nada fazia sentido - diz Clarice.
- Sabe, eu não sinto raiva de você, eu sinto pena - disse Ana - você não merece o Arthur, ele é bom demais pra ser seu filho.

Anabela vai embora. E Clarice fica ali, sozinha e triste, então ela sai depois de alguns minutos e segue seu caminho pra faculdade. Clarice estava quase chegando, quando do nada ela esbarra em alguém:

- Ai, perdão. Me desculpa - falou Clarice rapidamente.
- Tudo bem, sem problemas. Você está bem?
- Eu não diria que sim - disse Clarice - você por acaso estava me seguindo?
- Não. Estou indo pra aula, foi você que esbarrou em mim, devia olhar por onde anda - disse ele sorrindo.
- Eu nunca vi você antes - disse Clarice olhando pra ele atentamente.
- Tive que mudar de turno, sabe como é.
- Área de exatas? - pergunta Clarice.
- Por que? Algum problema com os caras bonitos de exatas?
- Você não respondeu minha pergunta.
- Me chamo Collin.
- Eu não perguntei seu nome.
- Tenho que ir, não quero me atrasar - disse ele andando em direção a universidade.
- Você já está atrasado - disse Clarice.
- É claro, você mesma fez com que eu me atrasasse. Me deve um pedido de desculpa. Como é mesmo o seu nome? - pergunta Collin.
- Eu já pedi desculpas.
- Agora foi você que não respondeu a minha pergunta.
- Clarice, Clarice Meneza.
- Então você que é a filha dos donos do hospital?
- Sou.
- Uau. Aposto que é estudante de medicina - disse Collin.
- Algum problema? - pergunta Clarice.
- Nenhum. Só achei que seria o mais clichê.
- Você não sabe de nada - disse Clarice irritada.
- Nos vemos por aí, até mais - diz Collin indo embora.

Convivendo com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora