Capítulo 43

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🖤LP narrando🖤

A escuridão já tava tomando conta de quase tudo e eu vi aquela policial sair desfilando com a sua pose de que me pegaria. Foi a deixa pra mim e eu mirei com o fuzil na direção da cabeça dela já que távamos apenas a alguns centímetros de distância e como se a Bela estivesse na minha frente, na frente do meu fuzil aonde eu tava apontando na cabeça da policial, foi como se o tempo tivesse parado e eu escutei ela dizer.

Bela -- Lipe você é um homem bom. Não vai destruir a família dela. Não vai acabar com a vida dela só porque ela está fazendo o seu trabalho para ganhar o pão de cada dia também. Eu preciso de você, a nossa princesinha precisa de você. Volta para a gente por favor! Estamos precisando de você. Se fosse eu no lugar dela? Você teria coragem de me matar? De destruir a vida assim como você preza pelas que você ama e odeia matar alguém sem grandes motivos. Em pouco tempo eu já te conheço o suficiente para saber que esse não é você. Eu estou partindo me ajuda meu amor...

E como se tudo voltasse e nada tivesse acontecido eu vi a policial parada falando com os outros quatro canas também. Me virei e sentei no chão com o muro me tampando. Chorei, chorei por saber que sou fraco e chorei por saber que a Bela tinha toda razão, mano um bandido como eu no meio de uma operação policial jogado atrás de um muro chorando imagina a situação. Eu só sabia que aquilo era uma intuição e que eu precisava chegar o mais rápido em casa só pra confirma se as três tavam realmente bem. Caralho justo hoje esses infelizes tinham que aparecer por aki!

Saí correndo dali sem deixar que eles me vissem e consegui me safar voltando pra mesma boca com alguns dos meus vapores feridos. Porra! a coisa tava saindo do controle total! Tinha uma senhora que trabalhava no postinho de saúde do Morro que tava ajudando a tira as balas perfurantes do corpo deles e depois eu trataria de à agradecer e pagar por isso. Entrei correndo e eufórico e todos me olharam assustados. Porra! não podia assustar eles dessa forma principalmente os mais feridos. Ninguém pode morrer! NINGUÉM!

-- Fiquem tranquilo que eles não descobriram esse luga, mais meu tem vários homens nossos sangrando por essas ruas aonde quem tinha que tá era esses canas filho desgraçados! Quero que os que tiverem bem ajude os outros a trazer todos pra cá. Eu preciso subir pra cima e ver o estrago. - todos concordaram e os que tavam melhores saíram às escondidas pra tentarem buscar nossos feridos. Só espero que realmente ninguém mora.

Pai, estamos perdendo e eu não sei o que faço pra ajudar os meus irmãos. Não posso ficar me lamentando e também não posso entrar em confronto já que é a minha cabeça que tá em prêmio aki. Isso nunca aconteceu e esse tá sendo o pior dos confrontos com os canas que já acorreu no Morro do Alemão.

Subi na minha moto e virei esquina por esquina até ver de longe o que não era pra acontecer. Alguns dos meus vapores se rendendo tudo ajoelhado no chão e com as mãos pra cima quase na frente da entrada do Morro. O LC?! O meu braço esquerdo de tudo aki, caralho! O DG?! O meu braço direito e tio da minha filha. NUNCA! Eu não deixaria levarem eles sendo que eu era o único que eles queriam aki. Esses policiais de merda não valem nada e até tem coragem de se rebaixarem e matam pra conseguirem me pegar a qualquer custo.

Eu já sábia que nenhum deles tem escrúpulos, mais isso já tá saindo do controle.

Olhei pra trás e vi um multirão dos meus vapores tudo junto, alguns feridos e a maioria não, mais deu pra ligar que eles tavam apreensivos pelos amigos. Me aproximei de todos e vi o Dennis no meio deles, o garoto se aproximou com o rosto vermelho e me abraçou sem eu esperar. Fiquei imóvel sem jeito mais me ajoelhei é o abracei também.

Dennis -- A-agora eu não tenho ninguém m-mesmo LP. O Daniel meu irmão por parte de p-pai e minha única família acabou de morrer pelos canas... Na minha frente! - o abracei mais forte e ele chorou. Mesmo eu sabendo que não tínhamos tempo deixei ele chorar. Um moleque novo de apenas 13 anos sem ninguém é foda. Me vi nele quando recebi o Morro e não sabia de nada, foi tudo tão novo pra mim que parecia que eu tava entrando em um problema e não em uma solução para o Morro.

A PATRICINHA GRÁVIDA DO DONO DO MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora