Todo amor que houver nessa vida

Twenty Nine

"Life goes on, it gets so heavy, the wheel breaks the butterfly. Every tear, a waterfall..."

Rodrigo acompanhou o dia amanhecer sentado na sacada de seu quarto, ouviu a porta se abrir e observou Manu entrar devagar e o observar.

-Oi amor... -Ele sorriu.

-Oi papai... mamãe dormiu no quarto da Lolinha. -Ela caminhou até o pai.

-Eu sei, mamãe tá um pouquinho chateada com o papai. -Suspirou a puxando para seu colo.

-Por que?

-Papai fez coisa feia... mais de uma vez. -Ele sorriu fraco beijando a testa dela.

-Pede desculpa papai, você tá 'aependido'? -A pequena segurou o rosto dele em suas mãos.

-Eu estou amor, estou arrependido. Mas não é tão fácil assim, adultos são complicados bebê...

-Só porque vocês querem papai... mamãe te ama um muitão, do tamanho do universo. Ela vai te perdoar. -Ela sorriu, e Rodrigo viu sua mulher nela, apesar de não se parecerem fisicamente, o coração era tão incrível quanto.

-Papai vai consertar isso tá? Eu prometo.

-Tá bom. Mas não demora papai, porque as vezes o tempo deixa as pessoas mais tristes. Igual o Capitão America quando eu demorei pra colocar a comida dele, e ai ele me arranhou. -Manu disse e estendeu o braço com o machucado coberto pelo band-aid de Frozen.

Rodrigo riu, riu de verdade, ele não precisaria reviver tudo novamente  para perceber que ali era seu lugar. Observou a filha sair de seu colo e pegar o gato que se esfregava em suas pernas no colo saindo do quarto em seguida.

Ele suspirou se levantando e saiu do quarto em direção a cozinha, observou Agatha de costas para ele, mexendo em alguma coisa em cima da bancada, ele conseguia enxergar as perninhas de Lola se mexendo sem parar e os barulhinhos que ela fazia enquanto mamava.

-Bom dia... -Sussurrou, mas ela não respondeu.

-Pai... olha... -Manu estendeu sua mamadeira  vazia.

-Papai vai fazer pra você, põe o gato no chão amor, ele tá estressado. -Ele riu pegando a mamadeira cor de rosa e foi até a pia.

-Mamãe, gatos ficam estressados?

Agatha riu. -As vezes Manu... cuidado pra ele não arranhar você tá? -Ela pediu se virando para filha.

-Tá... -Ela assentiu deixando o gato no chão e se sentou a mesa.

-Ela ainda não dormiu? -Ele observou a mulher colocar algumas coisas na mesa.

-Não...

-Quer que eu segure um pouco ela? -Perguntou entregando a mamadeira a Manuella.

-Não... a rotina tá pesada pra você, pode deixar que eu fico com ela.

Ele suspirou sentindo seu mundo parar de girar, ela tava muito chateada, e com razão. Assentiu fraco e saiu da cozinha.
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O sol ainda baixava no céu quando ele estacionou em frente a sua casa, a única porta aberta era a da varanda de seu quarto, ela provavelmente estava ali olhando o mar. Pegou a sacola discreta no banco de trás e caminhou para dentro.

-Manu? -Chamou quando abriu a porta.

-Oooi... tô aqui em cima paaaaai.

Ele riu e assentiu mesmo que ela não pudesse ver, trancou a porta da sala tirando a chave da fechadura e caminhou escada acima.

-Tá fazendo o que? -Riu ao ver metade do corpo dela embaixo da cama.

-O Thor entrou aqui, e não quer sair. -Ela bufou se arrastando para fora dali.