Agatha havia estado no automático na última hora, havia pedido para o motorista trocar a rota e foi direto para a emergência pediátrica mais próxima, não tinha cabeça para lidar com aquela febre tão alta sem ajuda. Mandou uma mensagem rápida para Rodrigo, a filha merecia ter o pai por perto, apesar de sentir que bateria nele até cansar.
Observou a pequena adormecida naquele quarto de hospital e desejou fechar os olhos e abri-los novamente quando tudo tivesse passado. Como odiava sua pequena daquele jeito, Manuella brilhava de longe, mas naquele dia era como se nada fizesse sentido. A porta do quarto abriu devagar a tirando de suas divagações e ela sorriu quando viu Ana entrar junto de sua mãe.
-Querida... -Agatha sentiu mais lágrimas virem quando foi envolvida pelo abraço da mãe, sentia-se uma criança sem rumo naquele momento.
-Tá tudo desmoronando de novo mãe, eu não sei pra onde correr... -Ela suspirou e sorriu quando sentiu Ana acariciar seus cabelos.
-Vai ficar tudo bem, sempre fica. O que o médico disse? -Ela perguntou.
-Nada ainda, fez alguns exames, pediu pra observar ela e pra dar bastante líquido. Mas ela dormiu... não quis comer, nem água quis tomar.
-Crianças ficam doentes mesmo filha, quantas vezes eu já fiquei doida com você de madrugada nos hospitais, mas passa... e ela vai ficar bem. -Enilda sorriu e caminhou até a neta, beijando a pequena mãozinha.
Agatha assentiu ainda que contrariada e suspirou, só restava esperar a filha acordar agora, e o resultado dos exames
Rodrigo respirou fundo quando entrou no quarto, ele havia pedido ajuda da mãe e da sogra quando recebeu mensagem de Agatha, precisaria de forças para passar por aquilo, estava quebrado, mas precisava se recompor pela filha.
-Filho... -Ana sorriu ao ve-lo.
-Como ela tá? -Ele caminhou até a pequena, tocando sua testinha.
-Descansando pra se recuperar... daqui a pouco tá espoleta ai de novo. -A mulher respondeu acariciando o rostinho da neta
-O que o médico disse? -Ele perguntou e fitou Agatha
-Ainda nada...
-Pai? -Manu abriu os olhos e observou as pessoas que estavam ali. -Já é festa?
Enilda riu acompanhada de Ana.
-Não meu amor, a gente veio cuidar de você. -Ana sorriu.
-Quero meu papai. -Ela esticou os bracinhos e foi prontamente atendida. Rodrigo a trouxe para seu colo e a abraçou apertado.
-Quero a mamãe... -Manu sorriu fitando a mulher.
-Cê não quer coisa demais não é? -Agatha sorriu indo até a filha e beijou seu bracinho, sentiu Manuella envolvê-la num abraço, e logo estava ali, colada a ele.
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Ela odiava hospitais, desde que havia trazido Manu ao mundo então, era fato consumado. As horas dentro daquele lugar se arrastavam tanto que ela sentia que estava a dias esperando o resultado do exame da filha.-Querida, porque você não vai comer algo? -Ana sorriu se aproximando dela.
-Estou sem fome nenhuma... preciso de uma resposta Ana. -Ela suspirou.
-Saco vazio não para em pé... Como quer cuidar de Manu se não está se cuidando?
-Eu só preciso da minha filha em casa comigo... o resto não importa. -Ela sorriu e se levantou do pequeno sofá que havia no quarto, sua cabeça rodou no instante seguinte, e ela precisou se apoiar na sogra.
-Agatha? -Ana segurou os braços da mulher rapidamente e fitou o filho num pedido mudo por ajuda.
Ele se levantou correndo e apoiou o corpo dela.
-O que você tá sentindo?
-Uma tontura estranha, mas tá passando. Foi rápido...
-Precisa comer filha, está fraca. -Enilda se aproximou também.
-Não mãe... estou enjoada. Não quero comer nada... -Ela bufou passando as mãos pelo rosto.
-Enjoada, hum... vai buscar um suco pra ela Rodrigo. -Ana observou o filho.
-Vou, senta ai e fica quietinha que eu já venho. -Rodrigo a ajudou a se sentar e saiu do quarto.
-Fala pra ele que não precisa... estou sem fome... -Ela suspirou se deitando ali.
-Só um suco. -Enilda se sentou no sofá colocando as pernas da filha em seu colo.
Rodrigo voltou tempo depois e caminhou até a mulher que agora cochilava.
-Senta pra tomar o suco vai. -Ele pediu acariciando os cabelos dela.
-Eu não quero...
-Por favor. Me ajuda a te ajudar, não quero você mal também. -Ele suspirou.
-É de que o suco? -Ela se sentou o fitando.
-Laranja, nem vem de manha porque você gosta. Toma, toma tudo. -Ele entregou o copo a ela.
Ele a observou tomar o suco, agora as coisas estavam mais calmas em sua mente, ele não havia escutado o que ela tinha pra dizer, ele não havia deixado ela falar, e ele sabia que havia errado feio. Mais uma vez.
-O que? -Ela o fitou.
-Nada, bebe logo. -Ele se levantou e caminhou até Manu que havia voltado a dormir, acariciou o rostinho da pequena que ainda queimava e suspirou.
-Filho, vamos precisar ir. Só podem ficar dois acompanhantes durante a noite, vamos deixar você e a Agatha mais a vontade. -Ana sorriu beijando a testa da nora e foi até o filho o abraçando.
-Obrigada mãe. Por tudo. -Ele sorriu.
-De nada... se cuida e cuida delas... sem brigas, sem estresses. Por favor...
-Tudo bem. Obrigada viu sogra... -Ele riu abraçando a mulher e fitou Agatha que o observava confusa.
As mães se retiraram do quarto, deixando os dois sozinhos.
-Ainda tá bebendo isso? -Ele rolou os olhos.
-Eu nem queria... estou enjoada.
-Quanto mais tempo você demorar, mais enjoada vai ficar...
-Eu devia perceber que ela não tava bem né? Eu sou mãe dela Rodrigo...
-Sim, e não vidente. Crianças ficam doentes o tempo todo Agatha, faz parte. E ela vai ficar bem logo menos. -Ele sorriu e cobriu a filha indo até a mulher.
-Me assusta você conversando comigo assim sabia? Depois de... de hoje. -Ela suspirou e deixou o copo pela metade na mesa.
-Existem coisas mais importantes do que essa briga besta. Somos duas pessoas quebradas tentando se encaixar de novo, mas precisamos nos aceitar de volta primeiro...
-Eu não ia sem você...
-Eu não ficaria aqui sem você... -Ele suspirou e envolveu o corpo dela em seus braços, ainda não era o que eles mereciam um do outro, mas por hora, era o que precisavam.
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Todo amor que houver nessa vida
RomanceUm história diferente, do nosso casal mais amado da vida! Por: Liv M