Twenty

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Rodrigo sorriu quando abriu os olhos e encontrou os dela o fitando, aquele verde intenso que ele tanto amava, tanto que tinha se repetido nos olhos de Manu, e ele torceria para que aquele bebê tivesse a mesma sorte, e que ele pudesse ver aquela imensidão ali também.

-Que foi? -Ele riu.

-Estava te olhando... você não se sente culpado por ser tão lindo?

-Que? -Ele gargalhou.-Depois dessa eu vou precisar te beijar aqui...

-Se controla que a gente pode ser acusado de atentado ao pudor. Vamos pra casa? Tá ficando frio e a gente tá molhado e com areia. -Ela sorriu beijando o peito descoberto dele.

-Vamos! Mas vamos assistir o pôr do sol primeiro... -Ele disse se sentando direito e a puxou para o meio de suas pernas a abraçando.

-Quem diria que depois de anos ainda seríamos os mesmos apaixonados pelo mar, pelo sol. Me sinto aquela menina nesses momentos...

-E você não é? -Ele acariciou o rosto dela.

-Eu mudei... sou mãe, e agora ocupada demais para vir ver essa cena que se repete todos os dias, mas nunca perde a magia. -Agatha apontou com a cabeça para o tom alaranjado que tomava o céu.

-Pra mim você continua a mesma... o coração é o mesmo, a vontade de viver, o brilho nos olhos... minha Agatha que trocava os dias pelas noites, e me acompanhava no que fosse. -Ele riu.

-Bons tempos...

-Todo tempo do seu lado é bom. Aqueles, esses, os que ainda virão. Não é o tempo, é você.

-Estamos românticos hoje? -Ela sorriu beijando os lábios dele.

-Ele já vai... -Rodrigo sorriu vendo os últimos raios de sol sumirem no horizonte.

-Agora só amanhã...

-Ainda bem que você é meu sol mesmo de noite... e que de escuridão eu já não morro mais... -Ele sorriu e se levantou estendendo a mão para ela.

-O bebê está com fome... -Ela se levantou entrelaçando seus dedos aos dele.

-O bebê? Não culpa o bichinho amor, ele nem nasceu...

-Tudo bem... estou com fome.

-Ótimo, vamos pra casa. Vou fazer algo pra gente, e cuidar de você. -Ele passou seus braços por trás do corpo dela e a ergueu, caminhando em direção a seu carro.

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Agatha sorriu ao ver o marido se sentar ao seu lado no chão da sala, 'marido' parecia até sonho poder finalmente se referir ao homem que tanto amava daquela forma. Ele havia preparado a comida para eles, não sem antes deixar o banho relaxante que ela tanto precisava pronto. E agora eles estavam ali, jogados no chão enquanto assistiam as milhões de séries que começaram, e ela jurava que nada no mundo poderia ser melhor.

-Minha mãe disse que a Manu quis ficar na casa da Mariana com as crianças. Madá está por lá também... Felipe é a babá da noite. -Ele riu.

-Não sei se é uma boa ideia amor... Mari deve estar cansada, e Manuella é ligada no 220. Você conhece sua filha.

-Se eles colocarem fogo em alguma coisa eles vão ligar, e ai a gente vai lá e busca ela. -Ele riu e deitou sua cabeça no colo da mulher sorrindo quando sentiu os dedos dela se embolarem em seu cabelo, num carinho gostoso.

-Você tá pronto pra ser pai de novo? Quer dizer... viver tudo de novo?

-Eu vou me preparar a cada dia... do seu lado. Seremos os melhores que conseguimos para ele, ou ela. Assim como fomos para a Manu, e continuaremos sendo. Juntos...

-Juntos. Andei pensando, e se a gente comprasse uma casa? -Ela riu.

-Maior? Tipo casa mesmo?

-Sim, com quintal pra eles correrem, e o Chico ficar perto da natureza. E podemos dar a Manu o cachorrinho que ela tanto pede...

-Huuum... você anda muito cheia de ideias boas, Simas... -Ele riu se levantando e selou os lábios dela em um selinho demorado, que logo se transformou em um beijo quente, cheio de segundas, terceiras e quartas intenções.

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Rodrigo piscou algumas vezes ao abrir os olhos, o relógio passava pouco das duas da manhã, e ele tinha o corpo nu de Agatha sobre si, que dormia em um sono profundo, o fazendo de colchão ali, no tapete da sala. Acariciou os cabelos dela e sorriu ao ser invadido pelo aroma que ele tanto amava, ela era cheirosa demais para que seu coração pudesse suportar. Riu apertando a cintura dela de leve e a ajeitou ao seu lado, cobrindo o corpo da mulher com sua camisa que estava ao lado.

-Ah não...

-Shhhhh, vamos pra cama? Aqui é desconfortável demais. -Ele sussurrou.

-Que horas são? -Ela se sentou suspirando a vestiu a camisa dele.

-Duas e pouco... Vamos?

-Vamos. -Ela se levantou, e esperou até que ele se vestisse com sua bermuda.

-Quer comer alguma coisa?

-Não... só queria saber se... -Agatha parou de falar assim que ouviu a campainha tocar.

-Eu abro... -Ele sorriu e caminhou até a porta a abrindo, nada surpreso ao encontrar as bochechas vermelhas e os olhos marejados da filha.

-Ela não quis ficar de jeito nenhum... -Felipe riu.

-Oh meu bichinho... -Rodrigo pegou a filha do colo do irmão agradecendo e se despedindo em seguida.

-Papai... você ia dormir aqui?

-Sim amor... papai vai dormir aqui com vocês.

-Pra sempre ou só hoje? -Manu fitou a mãe ansiosa.

-Pra sempre... eu juro. -Ele sorriu caminhando até Agatha e envolveu a mulher em seu abraço.

-Mas jura de dedinho? Se não nem vale. -A pequena estendeu o mindinho para o pai, e sorriu assim que ele entrelaçou seu dedo ao dela.

-Eu juro de dedinho, que não largo mais vocês pra nada nessa vida.

-Agora eu acredito ein... -Agatha riu seguida por Manu.

-Vamos dormir... já passou da hora de vocês ficarem rindo de mim. -Ele rolou os olhos e os três caminharam até o quarto se acomodando na cama de casal.

-Daqui a pouco o bebê vai ficar aqui no nosso aperto... -Manu disse e assentiu.

-Sim, nosso aperto de amor. -Agatha abraçou a filha mordendo sua bochecha de leve.

-Eu amo tanto vocês sabe... tanto. -Rodrigo sorriu pousando sua mão no ventre de Agatha.

-E a gente ama você papai... -A mulher sorriu.

-É... você é o papai mais lindo do mundo todo.

Ele sorriu, e nada poderia tirar a sensação de plenitude que havia em seu peito agora, ali com as razões de sua vida.
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Voltei que cês nem sentiram saudades de Manu. Quero dizer que cês dizendo que não estão preparados para o fim me fazem não estar preparada também... aff... Mas calma que ainda tem Moriminha pra nascer. Não demoro. Beijos.

Todo amor que houver nessa vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora