Levantei - me sentindo exausta, parecia que meu corpo estava inteiro enferrujado, mas ainda tinha um pouco de força restante.
Desta vez fui a primeira a acordar, diferente de quando estávamos no castelo da anciã.
Me sentindo firme, comecei a me mover devagar, eu queria ver como o Sr. Machado estava se sentindo. Graça aos céus o barco não é muito grande.
"Não significa que é pequeno. Eu disse que não é muito grande"
Subi as escadas do lado da cabine inferior e fui para a superior. Bati na porta pelo menos três vezes, mas não consegui ouvir nenhum som.
"Será que ele ainda está dormindo?"
Bati na porta mais uma vez, e obtive sucesso. Escutei o som da voz dele, mesmo que fosse bem baixo, consegui ouvir.
Eu entrei e fui até ele, mas não gostei do que vi.
O Sr. Machado estava cinza, o machucado tinha piorado ainda mais, desde a extensão da cabeça até o braço machucado se via suas veias saltando, enquanto várias feridas e bolhas iam se formando em volta. Fiquei muito assustada e preocupada, não fazia ideia do que poderia fazer para ajudá - lo.— Hanna...
Ele me chamou com a voz ainda fraca. Eu olhei mais atentamente para ele, me aproximei, e depois sentei - me a beira da cama.
O observei por um tempo, até que ele abriu os olhos de novo e chamou pelo meu nome. Desta vez eu respondi.— O que foi? – respondi com confiança, não queria demonstrar que estava aflita com a situação que se encontrava.
— Eu quero te agradecer, por ontem. – falou tossindo um pouco.
— Não foi nada. Poderia eu deixar você enfrentar aquilo sozinho?
— Não me faça rir. Aquilo com certeza foi alguma coisa.
— Obrigada, mas terá que agradecer meus amigos depois também. Não fiz tudo sozinha.
— Vou me lembrar.
— Espero não parecer incômoda, mas por que seu machucado se agravou tanto assim? Ontem só era um corte não tão profundo.
— Provavelmente quando acordou hoje, sentiu seu corpo um pouco pesado.
— Sim eu senti. Até tive que andar devagar, pois minhas pernas estavam meio dormentes. Porém o que isso tem haver com seu machucado?
— Aquela criatura é um monstro venenoso. Vocês o mataram cortando ele ao meio?
— Sim, cortamos ele ao meio. Por acaso isso afetou meu corpo, para acordar assim hoje?
— Afetou, mas não lhe causou algo grave. O veneno dele não mata, só fere. E é isso que está acontecendo comigo, eu fui atingido por ele e agora estou assim.
— Só um corte já proporciona tanta dor. Existe alguma cura para isso?
— Existe... Se chama coração de esmeralda.
— Como é a planta e onde posso encontrar?
— O remédio não é uma planta, é um líquido verde. E só é encontrado dentro de pedras... Esmeraldas.
— Que complexo...
— Você vai encontrar em cavernas subterrâneas, aqui no próprio oceano Nalde .
— Tem alguma pista de onde posso encontrar uma dessas cavernas?
— Na sala de navegação tem vários mapas, provavelmente... você vai .... encontrar uma pista lá.
— Você vai aguentar mais um pouco?
— Eu consigo, não precisa se preocupar.
— Farei o melhor para trazer o remédio.Ele balançou a cabeça e fechou os olhos, caindo em sono profundo. Saí da cabine fazendo o menor som possível, não queria acordá - lo.
Já descendo as escadas, dei de encontro com o Miguel, ele parecia melhor do que eu quando acordei.
— Você foi vê - lo?
— Sim, ele está dormindo agora, não devemos incomodar. Além do mais, tenho uma missão a cumprir.
— Uma missão? ...
— Tenho de encontrar a cura para o veneno no corpo do Sr. Machado.
— Veneno?.
— Depois eu explico, agora preciso que acorde os outros para me ajudar a achar o mapa com as cavernas.
— Hanna....
— Espero você na sala de navegação."Não gosto muito de aula de geografia, mas agora ela iria servir para alguma coisa em minha vida"
"Não sou tão próxima do Sr. Machado, mas eu detesto ver o sofrimento sem poder fazer nada"
"Eu tenho de achar o remédio para ele, e eu vou "
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RomanceTodos nós vivemos dias incertos, pois não sabemos o que certamente pode acontecer. E comigo não foi diferente. Uma terra conhecida por todos como Sédli, aguardava a nossa chegada. Nem todo o mundo é claro, mas boa parte. Nossa vida sofre mudanças co...