CAPÍTULO 16 - EM MEIO A NEBLINA INTENSA

74 9 4
                                    

A neblina era muito intensa, e por alguma razão sentiam que não era algo natural.

Os murmúrios e passos que puderam ouvir quando saíram da escada, naquele momento havia cessado. Mas mantinham a certeza que os indivíduos donos das vozes, estavam por perto.

O tempo foi passando e o silêncio se tornou cortante.
Temiam conversar entre si e mover seus corpos, o medo de que poderiam acabar afastando uns dos outros e ficarem perdidos em meio a neblina, os assustava.
Evitaram o máximo que conseguiram fazer movimentos, mas ficar parado já estava os deixando cansados, sentiam que num instante iriam cair ao chão.

Porém de repente algo apareceu na frente deles, uma sombra alta e desfocada que logo foi cercada aos lados por outras sombras.
Não permitiram - se continuar paralisados, imediatamente fizeram a razão ser maior que o medo e agarraram nos cabos de suas espadas, deixando um pouco da lâmina há mostra. Enquanto se posicionavam em frente ao William.

As sombras que haviam aparecido ao lado da primeira, começaram a afastar - se subitamente, restando somente a sombra maior.
Com vagareza foram puxando as espadas, pois o pior era a única coisa que imaginavam acontecer.

Como um trovão a sombra fez um ataque, mas com súbita rapidez, Mirella conseguiu deter o golpe movendo seu corpo para frente e chocando a lâmina de sua espada com a do inimigo. Mas o choque foi muito forte, e por causa disto ela sofreu a consequência de ser jogada para longe, sentindo suas costas baterem contra o solo.
Com a neblina ainda densa, Miguel não pode ver aonde Mirella havia caído, porém não teve muito tempo para pensar sobre isso. Pois a sombra fez um novo ataque, desta vez em sua direção.

"Naquele momento em que Mirella fez a defesa, William saiu comigo para longe e por sorte quando ela foi jogada por causa do choque das espadas, caiu perto dele"

Miguel estava quase sendo morto pela sombra, que a cada investida ficava mais feroz.
Pela velocidade em que ocorria, ele não conseguia ver o rosto do seu adversário, e como os golpes sempre viam em direção a sua cabeça, pensava ele consigo que talvez o seu inimigo também não pudesse ver sua fisionomia. Visto que quando ía se defender, parte do seu rosto ficava invisível ao inimigo, e com a neblina densa, isto era muito mais possível.

De uma distância razoável de onde Miguel encontrava - se. William e Mirella tinham acabado de decidir que iriam se dividir.

O William me deixou encostada numa árvore aos cuidados de Mirella, enquanto ele saiu para procurar o Miguel.

Ele decidiu encontrá - lo sem gritar o seu nome, não queria revelar a sua posição naquele lugar. Mas com o destino ao seu lado, não teve de procurá - lo por tempo demais, pois viu seu amigo gritar de dor ao bater em uma árvore à sua diagonal.
William estava prestes a socorrê - lo, no entanto ele escutou passos pesados da sombra se aproximando de Miguel, então resolveu se afastar e dar a volta.

Mirella achava - se com os nervos à flor da pele, por causa de todos nós.
O William e o Miguel não haviam aparecido ainda, eu permanecia desacordada e porquanto indefesa, e para "ajudar" tinha uma neblina totalmente estranha.
No momento em que tudo para ela parecia ruim, ficou pior.
Uma flecha foi atirada em nossa direção quase acertando minha cabeça. No mesmo instante ela levantou e se posicionou para contra atacar, sendo por pouco morta com uma outra flecha que passou em seguida de raspão ao lado de seu pescoço, que caiu na grama há alguns metros de mim.
Outras flechas vieram, mas ela estava conseguindo desviá - las com esforço.

Ele deu a volta por meio as árvores, nunca perdendo a sombra de vista, tomando cuidado para que não fosse notado. Com passos leves, mas ainda ligeiros, William conseguiu chegar atrás do inimigo.

"Miguel não viu o William, estava com um grande corte profundo no peitoral e se sentindo zonzo, por causa da perda de sangue"

William foi aproximando - se aos poucos, mas se conteve quando o adversário não atacou Miguel e sim passou a observá - lo.
Perto do inimigo pode ver que ele usava uma armadura completa, todavia com a neblina densa não pode determinar a cor.

O inimigo voltou a se mover, aproximando seu corpo a Miguel, e quando ele fez isso William não se deteve, atacou por trás com a espada. O golpe dele foi tão forte que lâmina cortou a armadura e feriu as costas do adversário, fazendo um grande corte comprido. A espada de William ficou suja com o sangue e parte das suas roupas também.
O inimigo se apoiou no chão com o joelho esquerdo e a espada na mão direita. William somente não o atacou novamente, porque reconheceu ser um conhecido.

A única coisa que a mantinha de pé, era o fato que ela queria me proteger a qualquer custo.
As flechas que antes tinham sido poucas, momentos depois aumentaram, vindo de variadas direções.
Sua respiração cada vez mais ficava pesada, o suor escorria pela sua pele, e pernas e braços pareciam sempre querer ceder ao chão. Tudo isso por causa dos ferimentos que duas flechas haviam feito.
Uma delas tinha atingido sua coxa direita agudamente, e a outra tinha transpassado seu tornozelo esquerdo.
Ela não fazia ideia como ainda conseguia se manter em pé.

O homem de armadura ainda apoiava - se na própria espada, enquanto que Miguel estava quase perdendo os sentidos.
William sabia que não poderia fazer nada para ajudar, mas seu velho conhecido a sua frente poderia.
Ele se agachou e ajudou o homem a sentar, e o homem sorriu exaurido. Não puderam trocar palavras, porquanto de longe escutaram um grito esganiçado de dor. De imediato William conheceu ser a voz da Mirella.

O homem rapidamente moveu suas mãos e tocou um instrumento desconhecido que carregava no pescoço, que fez os ataques das flechas a Mirella cessarem.
Após os ataques terem acabado, as outras "sombras" voltaram a aparecer, desta vez como amigo, ajudando a todos nós.

"Desde esse dia penso em uma maneira de como posso recompensar a todos eles pelo o que fizeram"

O homem após ter amparo para se levantar, pronunciou algumas palavras que fez a neblina abrir um caminho que dava no coração da floresta.
Depois disso ocorrer, fomos levados para o abrigo deles, no qual recebemos tratamentos médicos.

Nenhum de nós culpou Alaiov e seus soldados por nos atacar, eles não conseguiam ver quem era seu oponente, por isso concluímos que deveríamos esquecer o que ouve.
Tínhamos outros assuntos a tratar, muito mais importantes.

Autora: - Até o próximo capítulo!

DESTEMIDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora