CAPÍTULO 13 - DESCENDENTES

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"Me encontrei com ela, e agora deslumbro a nossa semelhança"

Entre os muitos carvalhos, havia uma construção antiga feita com pedras cinzas, que segurava um balanço branco iluminado pela tamanha quantidade de vagalumes.
Nele se assentava uma mulher quase semelhante a mim, com uma feição amadurecida. Ela usava um lindo vestido vermelho longo e esvoaçante, que mantinha os seus pés livres.
Além dos belos carvalhos, podia se admirar uma lagoa estranhamente iluminada, que ficava a alguns metros atrás do balanço.

"Gostaria de ter tido tempo para aproveitar e explorar o ambiente"

A mulher permaneceu no balanço, mas me convidou para sentar ao seu lado.

"Eu sabia quem era a sua pessoa, mas não lhe disse nada, queria ouvir ela mesma dizer"

Me sentei junto dela e movemos o balanço juntas. Enquanto conversamos tranquilas.
Anne se apresentou sem rodeios, contando sobre seus anos de vida. No fundo eu tinha a real certeza de que o assunto acabaria onde deveria.
Inicialmente contou - me sobre a sua fuga de casa e depois a respeito de seus treinamentos semanais na academia real de guerreiros. E por fim indagou a mim, com uma pergunta que eu não sabia responder.

— Você sabe aonde estamos?

"Obviamente respondi que não fazia a mínima ideia"

E ela continuou dizendo:
— Este local foi criado por causa do meu maior sofrimento. Tem uma bela aparência, mas se cavar fundo somente encontrará poeira e nada a mais.
— O que exatamente isto quer dizer?

Neste momento Anne fez o balanço paralisar, para depois se levantar e caminhar em direção a luz da lua. Debaixo dela permaneceu por um tempo curto, com os olhos fechados enquanto parecia respirar fundo.

"Olhando para ela, senti que parecia haver angústia em seu semblante"

Uma nuvem grande passou no céu, e devagarinho foi cobrindo a lua e sua luz. Anne então voltou a se sentar comigo, mas não olhou em meu rosto diretamente.

— O destino deu a mim, uma segunda chance. E quando tudo for concertado meu coração quebrado voltará a se encaixar.

"Levei um susto por ela ter começado a falar de repente. Entretanto suas palavras me pareceram um enigma, pois não conseguia ainda compreender o que estava tentando explicar"

— Anne eu não entendo o quer me dizer...
— Entenderá agora.

Com estas palavras ditas, eu afundei em suas lembranças mais antigas. Podendo ver o motivo que fez aquela tristeza imergir.

Tudo iniciou três meses após o término da bélica.
Quando Anne estava em seu quarto sozinha lendo um livro sobre a cama, apareceu em sua janela uma pequena luzinha que atravessou o vidro e pairou em cima do livro em suas mãos.
Neste instante a luzinha brilhou, e sua luminosidade se conectou aos olhos dela, fazendo com que tivesse uma visão.
Na visão ela se viu no dia em que foi parar junto com seus amigos, no amontoado de estrelas. Aonde no qual obteve a resposta para derrotar o exército inimigo.

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