Capítulo 31 - Tentei não sentir pena

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O percurso entre a casa dos Beauchamp e a escola nunca foi tão logo. Cada segundo que passava era pior que o outro. Eu só queria gritar para o Josh toda a verdade e abrir a porta ao lado do Bailey, para ele voar para fora e - se eu der sorte - se ralar todo na rua.

Quando chegámos eu praticamente pulei do carro de tão rápido que saí. Dei uma corridinha até o começo da escada para o corredor da minha turma.

Então eu senti alguém me puxando.

- Mas o que...? - Perguntei tentando soltar o braço, mas a pessoa que me segurou era um milhão de vezes mais forte.

- O que foi aquilo que o Josh fez?

O corpo do Bailey me imprensou contra a parede, com uma mão de cada lado.

Empurrei ele com força, mas isso só foi piorou a minha situação porque agora minhas mãos estavam tocando no peitoral dele. Senti uma onda de nojo.

- Do que você está falando? - Falei irritada para que ele perceber o quanto essa pouca distancia me incomodava.

Ele me fuzilou com os olhos.

- O Josh sendo legal com você. Acha que eu não percebi? - Ele me empurrou ainda mais contra a parede e minhas costas começaram a latejar de dor. - O que foi aquilo?

- Não sei! Eu disse tudo o que você mandou. Todo mundo na casa sabe, agora me solta!

Ele não pareceu convencido.

- Ele deveria odiar você.

Eu estava prestes a responder quando o Bailey foi jogado para longe mim como um boneco de pano.

- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Olhei para o garoto alto e ruivo que empurrou o Bailey tão forte que ele caiu de bunda no chão. Naquele momento, o Noah parecia uma máquina mortal.

Mas o Bailey não é o tipo de cara que fica no chão enquanto gritam com ele. O Beauchamp se levantou com um único movimento e encarou o ruivo que era apenas alguns centímetros mais alto que ele.

Saí do meu transe e corri para ficar ao lado do Noah. Ele passou o braço pelo meu ombro automaticamente.

- Responda minha pergunta. - Ele disse com a voz tremula de raiva.

- Assuntos familiares. - O Bailey respondeu no mesmo tom. Eles pareciam dois animais selvagens.

O Noah tirou o braço do meu ombro e fechou os dois punhos.

- Ela não é da sua família.

- Muito menos da sua.

Eles se fuzilaram com o olhar.

- Noah, vamos entrar na sala antes que a gente tenha que passar dez minutos aqui fora com ele. - Pedi tentando impedir a discussão que iria acontecer se eles conversassem por mais tempo.

- Vai lá, cabelo de fogo. Aliás, já notou que sempre chega uma amiguinha sua quando estamos prestes a brigar? - O Bailey sorriu com aquele ar de superioridade. - Deve ser porque elas têm medo de eu acabar com você.

O Noah deu um passo para frente, tremendo de raiva.

- Eu vou acabar com você. - Ele falou com ódio.

Olhei para o meu melhor amigo em frente ao cara que eu mais queria ver apanhando. Será que ele conseguiria vencer? Ele era mais alto...

O Bailey deu um murro tão rápido na cara do Noah que meu pensamento parou no mesmo segundo. O Noah tombou para trás, mas rapidamente se ajeitou e foi para cima do Bailey, jogando-o no chão e ficando por cima. Ele não esperou nem um segundo antes de encher o rosto do Bailey de murro, que tentava em vão se defender.

A FILHA DA EMPREGADA- VERSÃO NOW UNITEDOnde histórias criam vida. Descubra agora