Assim que eu entrei na casa, vi o Krystian deitado no sofá, assistindo TV.
- Oi Krys, tudo bem? – disse me sentando no braço do sofá e indo mexer nos cachos dele.- Mais ou menos, estava aqui pensando... O que vamos fazer nesse fim de semana?
- Não faço a menor ideia.
- Que tal se a gente fosse para o shopping amanhã e passasse o dia todo lá?
- Quem faz parte do a gente? – perguntei, me lembrando que ele poderia chamar o Bailey também.
- Eu, você e o Felipe, que tal? – respondeu e pude notar sua voz ficando mais baixa ao falar do namorado, com um toque de tristeza. É claro. Eu quase tinha esquecido do que aconteceu no almoço.
- Tá ótimo, ei Krystian... Vamos conversar no meu quarto?
- Claro – disse se levantando e indo para o elevador.
Eu o segui e subimos em silêncio até o meu quarto. Assim que a gente entrou, fechei e tranquei a porta para ninguém nos atrapalhar.
- Quer desabafar? – perguntei indo me sentar na cama.
- Sobre o quê? – o tom de voz dele era indiferente, quase alegre, mas seus olhos pareciam brilhar de dor.
- O almoço...
- Ah.
- Como você consegue se manter tão calmo?
- Anos de prática.
- Krys...
Ele olhou para mim por um tempo, pensando no que dizer. Então se deitou no meu colo.
- Meu pai sempre foi assim, desde que eu era criança – ele fez uma pausa e respirou fundo. – Ele sempre ficava irritado com qualquer demonstração de sensibilidade; no começo eu não me importava, nem entendia na verdade, mas então, quando descobri quem era, percebi o quanto ele me criou de forma preconceituosa e entendi por que para ele era tão errado eu brincar mais de boneco do que de ficar brigando com meus irmãos.
Suspirei sem saber o que dizer. Não sabia como confortá-lo.
- É claro que ele nunca teve esse problema com o Josh ou com o Bailey, os dois eram apaixonados por tudo que tinha violência e ação e, assim como meu pai, ficavam com raiva quando eu simplesmente dizia que não estava afim de sair por ai e subir em árvores para depois me jogar no chão – o Bailey muito mais que o Josh.
- Krystian, eu acho que...
- Olha, vamos deixar isso para lá ok? – me interrompeu. – Sempre dei meu jeito e vou continuar dando. Bem, até o dia em que eu não aguentar mais.
[...]
Acho que caí no sono, pois quando acordei ainda estava com o vestido de renda azul. O resto do dia anterior acabou com eu tentando dar conselhos ao Krystian, mas não fui muito boa, é claro. Se eu não consigo ajudar nem a mim mesma quem dirá outras pessoas?
Dei uma olhada pela janela e vi que o sol já estava no meio do céu. Tomei um banho rápido e coloquei uma das roupas lindas que o Krystian e a Dona Nicole tinham comparado para mim.
Mal havia terminado de colocar os tênis quando o Krystian entrou voando no meu quarto.
- Vamos! – chamou animado, me arrastando para fora do quarto. Parecia outra pessoa. Ele era assustadoramente forte.
[...]
O fim de semana passou voando e, quando me dei conta, já estava na tarde de domingo.
O passeio com o Felipe e o Krystianfoi ótimo; eles me contaram sobre como era estudar na escola JK – apesar de isso não ter me deixado nem um pouco menos ansiosa para amanhã.
Desci as escadas correndo e fui direto para o jardim, tentando parar de pensar no que iria acontecer segunda.
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A FILHA DA EMPREGADA- VERSÃO NOW UNITED
Fiksi PenggemarTudo mudou quando minha mãe foi contratada como empregada dos Beauchamp. Um pai homofóbico e um filho do meio gay. Uma mãe adorável e um filho mais novo extremamente maldoso. E o Josh, o mais velho. O loiro pervertido e arrogante que marca a vida...