Capitulo 26

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Troco de roupa colocando uma calça jeans, blusa de manga cumprida branca, botas pretas e um sobretudo preto.

Saio de casa e o vento frio atingi meu rosto, meus pés afundavam na neve enquanto eu andava. Vou para a casa de Ágatha, sabia que ela estava acordada a essa hora da manhã.

Chego na varanda da mesma tirando a neve das minhas botas e depois bato na sua porta. Depois de alguns segundos a mesma abre, ela usava calças largas, uma blusa simples e um xale da cor vinho feito de lã.

- Bom dia Sam.

- Bom dia, posso entrar? Quero conversar com você.

- Claro.- ela me da passagem e eu entro na sua casa, à leve cheiro de magia no ar. Assim que Ágatha fecha a porta, sinto o feitiço que ela usou para aquecer a casa.

- Não sabia que aqui nevava.- digo tirando meu sobretudo.

- Neva no final da estação, o tempo aqui é meio maluco.- Ágatha me guiou até o sofá, sua lareira já estava acesa. Sentamos no mesmo.- O que quer conversar? Alguma coisa sobre o Nicholas?

- Não, estamos bem. Eu...comecei a ter uma espécie de sonho a onde eu escuto vozes me chamando e pedindo para eu falar com elas.

- Aconteceu mais de uma vez?

- Sim, hoje eu sonhei com a voz do meu pai.

- Bom, posso ver se é apenas um sonho ou talvez um recado de alguém.

- Como?

- Deite no sofá.- deito enquanto ela se levantava e pega uma livro na sua estante. Ela folheia algumas páginas e depois puxa uma cadeira sentando ao meu lado.- Fecha os olhos e tente relaxar.

Fecho os olhos e tento me concentrar na minha respiração, sinto a mão de Ágatha ir para minha testa. Ela começa a recitar algumas palavras em latim e apenas sentia leve pontadas em minha cabeça.

Ela tira a mão da minha testa e escuto a mesma fechando o livro, abro os olhos e a olho.

- É um recado, sua família quer falar com você, mas específico o seu pai.

- Por que?

- Não sei, Sam.

- Mas...como eu vou falar com ele? Ele está...

- Bom, eu posso tentar invocar o espírito dele, já fiz isso uma vez com outra pessoa.

- Pode fazer hoje?

- Posso, uma velha como eu não tem muito o que fazer.- ela diz se levantando e eu continuo sentada olhando o fogo na lareira.

Ágatha prepara tudo em alguns minutos, ela desenha uma estrela no chão usando um pó de cor avermelhada. Acende algumas velas ao redor da mesma.

Fico ao seu lado enquanto ela folheava outro livro.

- Vou fazer isso durar tempo necessário para vocês conversarem. Só não pise dentro da estrela.- Assenti e ela começa a dizer algumas palavras em latim, quase que um poema. Quando termina, via o fogo das velas se mexerem um pouco.- Diga o nome dele.

- August Ackerman.- as velas se moveram mais um pouco, mas em um piscar de olhos ele estava na minha frente, dentro do círculo.

Ele estava igual da última vez que o vi, mas agora usava roupas todas brancas, descalço e sem nenhum machucado.

- Pai.- digo e sentia algumas lágrimas caindo do meu rosto.

- Oi Sam.- via algumas lágrimas em seu rosto também, queria abraçá-lo mas não podia. Estico minha mão tentando toca-lo, ele faz o mesmo mas sua mão passa pela minha.

- Eu sinto tanta a sua falta.

- Eu também minha filha, todos os dias.- ele olhou para Ágatha.- A quanto tempo Ágatha.

- Digo o mesmo August.- Ágatha diz sorrindo fraco.

- Como está a mamãe? E o Matthew?- digo as palavras com um aperto grande no coração.

- Todos bem, sentimos tanta sua falta Sam. Estou tão orgulhoso no que você se tornou, minha garotinha virou uma guerreira incrível.- cai em mais lágrimas.

- O que você queria falar comigo?- digo no meio do choro.

- Eu conversei com nossos ancestrais e descobrimos que você não é a última Ackerman.

- Como assim?- limpo algumas lágrimas.

- Um primo seu ainda está vivo, por enquanto.

- Como?

- Ele está ferido, ele foi sequestrado por um trio de bruxas. Você precisa ajudar ele.

- Por que?

- Ele é parte da nossa família, nunca deixamos ninguém para trás.

- Onde ele está?- meu pai aponta para a mesa e um mapa surge.

- Tudo bem, eu vou ajudar ele.

- Vá o mais rápido que conseguir.

- Não vou segurar por mais tempo Sam.- Ágatha diz.

- Eu te amo pai.

- Também filha e saiba sempre disso. E eu aprovo o meu genro.- ele sorri e eu rio fraco.- Tchau Sam.

Antes de eu responder as velas se apagaram e ele tinha ido embora.

- Você ganhou um primo.- Ágatha diz.

A última Ackerman Onde histórias criam vida. Descubra agora