Only The Brave | Larry Stylinson

6. DLIBYH

Harry criou.

Harry criou expectativas elevadíssimas em relação a Louis e, por mais racional que tentasse ser, os belos olhos azuis daquele pedaço de mal caminho não saíam de sua mente. Sabia que o outro nem dava bola para ele, o máximo que tinham eram algumas conversas sobre o conteúdo, nada relacionado a assuntos do coração e coisas do tipo, era completamente normal e sem razão para que ele se iludisse.

Estava impressionado com a sua capacidade de se fazer de trouxa! Nunca achou que estaria naquela posição um dia, sempre foi bem seco em relação aos seus sentimentos e seu coração vivia fechado na maior parte do tempo. Nem mesmo em Paris, na cidade do amor, ele se apaixonou e lá tinha um ficante muito interessante que conseguiria ter o coração de qualquer um nas mãos.

Não entendia o que estava acontecendo consigo, mas sabia que estava perdendo o controle e não gostava nada daquilo. Harry nunca foi uma pessoa de se deixar levar pelo momento, seus planos estavam bem traçados e objetivos definidos, o amor não tinha espaço em sua agendinha nos próximos cinco anos. Só se permitiria namorar depois que terminasse a faculdade e tivesse um emprego fixo.

Sentia-se um idiota, um completo idiota, por criar expectativas com um cara que nem olhava para ele. E se olhava, tinha certeza que o via como um menino, não como um candidato a namorado.

Racionalmente falando, aquilo não podia ser possível. Não sabia se estava apaixonado, nunca havia sentido aquilo por alguém antes e estava perdido. Não acreditava que estava acontecendo tão cedo e ainda por cima pelo seu professor, um homem que podia lhe dar beijos ardentes, mas não um namoro.

Merda, onde fui me meter?, se indagou.

Ele olhava Louis explicando Geografia de um modo quase sonhador, estava encostado na cadeira e mordia a ponta da caneta ao imaginar o professor como um príncipe no cavalo branco indo ao resgate do rapaz indefeso, que era Harry. Estava tão iludido que passava boa parte do tempo criando cenas utópicas de um namoro, pensando como seria tratado por Louis, se ele o mimaria, se ele era carinhoso ou se o deixaria em segundo plano e o trataria como nada. Imaginava como comemorariam o dia dos namorados, se ele lhe daria vinho e chocolate ou um presente menos tradicional.

Chegou até a pensar em como seria a primeira vez dos dois, se seria um sexo romântico e cheio de beijinhos ou algo intenso e animal com tapas na cara e puxões de cabelo. Ousou ir mais além e imaginou até como seria as partes íntimas do outro. Será que ele é grande? Ou é pequeno? Será que ele é fino ou grosso?, se questionava ao olhar para as suas calças justas, mas não era muito conclusivo. Só conseguiria saber se analisasse de pertinho.

Lambeu os lábios ao imaginar aquelas mãos firmes com veias ligeiramente saltadas agarrando o seu corpo, espalmadas em sua bunda ao se mover dentro dele em um ritmo frenético e insaciável. Harry cruzou as pernas, queria tanto que aquele homem o notasse e sentisse o mesmo por ele, que o desejasse. Não seria ganancioso, ele se contentaria com uma só noite, já era o suficiente.

Ele não estava prestando atenção na aula, era um fato. Estava ocupado demais pensando em Louis e quase caiu duro no chão quando o professor se virou e encarou um por um. Harry se apressou em fingir que anotava alguma coisa para que ele pensasse que estivera compenetrado nos estudos e não divagando em sua aula. Todos ali sabiam que alunos dispersos tiravam Tomlinson do sério.

Louis deu de ombros e se sentou em sua mesa, ainda não havia conferido a presença dos alunos e não tardou para que os que tinham terminado suas anotações fossem conversar. Ele não se importava com isso, sua única objeção era que falassem quando ele estava explicando, mas fora aquilo, não os repreendia.

Liam se agachou ao lado da mesa de Harry com os minutos livres e Styles sorriu pequeno para ele. Payne arqueou as sobrancelhas, havia notado que seu amigo estava diferente, desde que foram à balada de Max que Harry andava mais amuado e não sabia o motivo.