16. Defenceless

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Na segunda semana de janeiro, Harry se arrumava para o início do segundo semestre do ano letivo. Respirou fundo ao jogar a toalha que envolvia seu corpo para longe e abriu uma das gavetas de seu guarda-roupa, tirando de lá uma calcinha de renda branca. Vestiu-a e se analisou no espelho, mordendo o lábio ao analisar sua bunda redonda coberta pela renda delicada, estava gostoso e nada mudaria sua opinião.

Queria que uma certa pessoa o visse daquela forma, mas sabia que naquele dia Louis não o tocaria. Ambos não se viam desde o primeiro dia de janeiro, ou seja, há duas semanas. Tomlinson estava atarefado com o retorno das atividades da universidade, preparando aulas para não ficar sobrecarregado e correndo atrás de advogados para se informar sobre o pedido da guarda de Ethan, sem contar a escola do menininho, que era responsabilidade de Louis.

Trocaram algumas mensagens aqui e ali, mas não se viram e Harry estava ansioso para colocar os olhos no seu badboy favorito, pois sabia que Louis estaria no campus naquela noite e queria estar impecável para ele. Estremecia só de pensar em beijá-lo nas sombras do estacionamento e ver aquele pedaço de mal caminho andando pelas áreas comuns da universidade. Louis mexia tanto com ele que seu lado racional sentia vergonha de como ele estava apaixonado e completamente entregue ao homem.

Meu lado racional que lute, pensou. Harry nunca ligou para o amor antes, nunca deu importância para um romance, aliás ficava incomodado – incomodadíssimo – com demonstrações públicas de afeto, achava tão desnecessário e clichê que revirar os olhos era pouco. Sempre achou que jamais compactuaria com aquela coisa ridiculamente melosa entre casais, mas lá estava ele querendo Louis intensamente, desejando tirar fotinhos românticas e andar de mãos dadas na rua.

Sorrindo pequeno, colocou uma calça preta justinha e escolheu uma camisa preta levemente transparente. Vestiu um blazer da mesma cor, soltou os cachos que estavam amarrados em um coque e eles caíram sobre os seus ombros, sedosos e macios. Borrifou seu perfume caro e apanhou sua bolsa vazia, abrindo-a sobre a escrivaninha para colocar seus materiais.

Sua maior felicidade foi comprar coisinhas novas, amava objetos de papelaria e quase pulou de alegria quando adquiriu cadernos novos, mais um conjunto de post-it e um pacote de fichas pautadas para os seus resumos. Não comprara canetas ou canetinhas novas, não tinha necessidade, apenas algumas canetas azuis para deixar guardadas pois era a que mais usava e acabava rápido.

Guardou sua pasta sanfonada e os dois cadernos em sua bolsa e a colocou sobre o ombro. Apanhou o celular e carteira sobre a cômoda e se inclinou para se analisar no espelho. Passou um hidratante labial e saiu do quarto saltitante, descendo as escadas animado e vendo seu pai na sala, pronto para levá-lo à universidade.

— Oi! — beijou a bochecha de Desmond e apanhou seu casaco pesado no vestíbulo, colocando a peça com pêlos no capuz. — Vamos, papai!

Desmond riu e caminhou para o carro, acomodando-se ali e olhando para o filho ao colocar o cinto. Deu partida no veículo e crispou os lábios.

— Filhote, seu aniversário está chegando. — começou. — Meu bebê vai completar vinte e um anos. O que você quer ganhar?

— Pai, não se preocupe com isso. — sorriu. — Já tenho tudo que quero e muito mais do que realmente preciso.

— Não diga que não quer presentes ou ficarei muito chateado! — balançou a cabeça. — É seu aniversário, é uma data especial, não pode ficar sem ganhar nada.

— Você gosta de me mimar, huh? — fechou os olhos e apoiou a cabeça no encosto. — Sofro só de pensar em quando morar sozinho e não ter você para fazer minhas vontades.

— Nada que uma mensagem ou uma ligação não resolva. — Desmond riu. — Pense nisso, sim? Escolha um presente.

— Ai, Styles, eu já tenho tudo! — brigou, em tom de risada. — Meu celular é top de linha, meu computador também, meu guarda-roupa está cheio de coisas caras, inclusive tenho que colocar algumas peças para a doação, minha mesinha de estudos está abarrotada de canetas e coisinhas que gosto... eu tenho tudo, pai. — suspirou. — Meu quarto é lindo, não vejo no que posso melhorar, tenho um espelhão, uma cama maravilhosa e gosto da cor...

Only The Brave | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora