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CAPÍTULO SEIS
a aula de adivinhação

Quando a professora de Adivinhação entrou na classe, Morgana arrependeu-se amargamente de ter escolhido essa matéria para cursar, mas lembrou-se que suas outras opções eram Aritmância, mas a garota odiava números e Estudo dos Trouxas, que com certeza era a primeira opção a ser descartada. Queria apenas continuar nas classes que a ajudariam a se tornar uma Auror, mas seus pais afirmaram que ela precisava de mais estudo.

Ela não entendia porque seus pais exigiam tanto, sendo que para eles ela só serviria como uma esposa.

Olhou para o lado e percebeu que Severus estava sentado na mesma mesa que ela, o garoto parecia zangado, com a cara fechada e nem sequer proferiu alguma palavra desde o momento que chegou. Morgana esperou para que todos estivessem concentrados na aula e virou-se para o amigo.

— Que cara é essa, Sev? — Morgana perguntou, falando baixinho. — Parece que vai morder alguém.

— Malfoy atacou você! — bufou. — Ele sabe que não pode fazer isso, não atacamos uns aos outros. E... ele não pode machucar você!

— Já passou, estou bem agora. — falou a garota, com uma voz doce. — Obrigada por se preocupar.

Os dois voltaram a atenção para a aula, que era deveras entediante, leriam folhas de chá, Morgana trocou a sua xícara com Pandora e as duas tentaram adivinhar o "futuro" uma da outra. Procurando em seu livro de Adivinhação, Morgana tentou achar um significado para a imagem feita por pequenas folhinhas, enquanto movia a xícara para todos os lados, procurando uma visão melhor.

— Eu vejo uma torre? — perguntou Morgana para si mesma. — Ou será que é uma vela?

— Não consigo definir o que há nas suas folhas de chá! — Pandora revirou os olhos. — Eu acho que é um anel, que pode significar uma união como casamento no seu futuro.

— Casamento? — Bouveair suspirou. — É claro que vou me casar, não preciso que folhas molhadas me digam isso.

— Sev disse que viu um círculo pontilhado, eu sei lá! — Pandora bufou cansada. — Não sirvo pra ser adivinha!

As duas largaram as xícaras e ficaram esperando que os outros também o fizessem, para que a professora pudesse continuar a aula e explicar as reais leituras das folhas de chá.

Na mesa ao lado, Sirius e James discutiam sobre suas folhas, também trocaram suas xícaras entre si, mas não possuíam habilidade alguma para encontrar o formato e o significado delas. As folhas de Sirius formavam um punhal, mas nenhum dos dois amigos conseguiu ter certeza.

— Eu vejo... uh, um olho, todo pontilhado! — exclamou Sirius. — Veja, Remus, o que acha?

Lupin observou a xícara de Potter por alguns minutos e concordou com a cabeça.

— Vejo um círculo pontilhado. — contou Aluado. — Nem queiram saber o quê isso significa.

— E você, Rabicho? — perguntou James. — O que vê?

— Uau... — disse o garoto após observar as folhas. — Um olho, com toda certeza.

— Que droga! — exclamou James. — Assim nunca vou saber meu futuro!

Os quatro garotos observaram seus colegas, todos muito concentrados, menos as duas sonserinas da mesa ao lado, que já pareciam entediadas com a leitura das folhas de chá. James revirou os olhos, Morgana era tão presunçosa, será que ela se achava superior o bastante para poder ignorar aquela aula?

Resolveu então chamar a atenção de um de seus amigos e protegido, Severus Snape que estava obcecado em descobrir o que sua nuvem de folhas significava virou um alvo perfeito aos olhos de James.

— O que há nas suas folhas, Snapezinho? — debochou James. — Algo indicando que você deve passar menos gel no cabelo?

— E o que há nas suas, Potter? — Morgana perguntou com a voz alterada. — Aposto que é uma ceifeira!

— E aposto que a sua é um chifre!

— O chifre significa fartura, seu grandessíssimo idiota! — Morgana berrou.

O berro da garota chamou atenção da professora, que correu até os dois e os separou antes que pudessem voar no pescoço um do outro. A professora pôs-se ao lado de Morgana e parecia querer acalmá-la, então puxou a xícara que antes Pandora tentava adivinhar.

— Posso ler sua mão, minha querida? — perguntou a velhinha.

Morgana assentiu por mais que não acreditasse em poderes de clarividência, mas não queria negar o pedido da professora. Estendeu cuidadosamente sua mão para ela, tentando fazer o tempo passar mais devagar. Toda a sala observou a cena em um silêncio absoluto.

A velhinha segurou fortemente a mão de Morgana e calou-se por alguns segundos. Após o silêncio, encarou a mais nova e sorriu.

— Eu vejo um garoto, dez ou onze anos... sentado na frente de um espelho.

O coração de Morgana palpitou e ela se endireitou para ouvir com maior atenção.

— Tem olhos lindos, os mais bonitos olhos verdes que já vi, como os seus, minha querida. — contou a professora.

Morgana ficou chocada imediatamente, pela primeira vez estava acreditando em alguma coisa vinda de sua professora e visualizando o garoto em sua mente.

— Ele está sozinho. E... ele não se parece com você, tem cabelos escuros e os lindos olhos verdes estão...

Seria aquele menino o filho de Morgana? Mas, se era o filho dela, por que não eram parecidos? Por que ele estava sozinho?

— Os olhos estão quase escondidos por óculos redondinhos, como... — a professora olhou ao redor. — Como os do senhor Potter.

O QUE? — Morgana e James berraram ao mesmo tempo.

INSOLENCE • james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora