• trinta e oito •

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CAPÍTULO TRINTA E OITO
where's my love

O período de primavera já tivera começado em Hogwarts e agora os formandos corriam contra o tempo para as provas finais e os últimos jogos de quadribol, os quais Morgana fugia de vez em quando para fingir que estava lendo um livro nas arquibancadas, mas verdadeiramente estava observando seu jogador favorito do time da Grifinória treinar.

A garota havia de fato se afundado nos livros para não ter que pensar muito no que estava acontecendo, passou madrugadas sem pregar o olho e tardes nas quais ficava horas nos braços confortantes de James. Claro, isso nos dias em que os dois conseguiam se ver, quando ele não estava treinando, ou quando ela não estava lendo mais uma das pilhas de livros recomendados, afinal de contas, se queria se tornar Auror, precisava de pelo menos cinco Excede Expectativas.

Enquanto sua mãe lhe enviava cartas falando sobre seu incrível casamento e suas obrigações para com a família, Morgana mal conseguia respondê-las, sentia raiva a todo e qualquer momento em que se lembrava dos crimes de seus pais, sentia-se suja por causa do sobrenome que carregava. Sempre se orgulhou de ser uma Bouveair, de ser poderosa por causa disso e agora sentia asco de si própria, porque sabia o que significava ser parte daquela família e nunca desejou tanto ser outra pessoa.

Mavena não havia lhe falado mais nada, estava quieta desde a última carta que mandara, contando que seu bebê Edmund chegaria em junho e a mulher pediu a presença de Morgana quando isso acontecesse. A mais velha não havia parado de procurar respostas sobre quem era aquele casal de trouxas e sentia-se na obrigação de fazer algo para ajudá-los, mesmo depois de tanto tempo, mas não havia encontrado nada além de duas testemunhas as quais não estavam mais vivas.

— Tudo bem, meu amor? — perguntou James, aconchegando Morgana em seus braços.

Estavam sentados no mesmo lugar que dançaram juntos pela primeira vez, observando de longe a Casa dos Gritos que estava sendo explorada à luz do dia por Pandora, Remus e Sirius. Morgana sentia uma vontade absurda de chorar toda vez que olhava para James, estava tão triste e quase explodindo internamente por um sentimento de fraqueza, ela o amava tanto e tão desesperadamente, que poderia o considerar como um porto seguro, o qual ela nunca poderia se segurar.

Sabia que se as coisas não saíssem como esperado eles não poderiam nem ficar juntos, o tempo juntos que lhes parecia muito, agora era como areia, lhes escapava pelas mãos com facilidade. E James também sabia disso, não tanto quanto Morgana, mas a sentia distante, como se tivesse medo até de estar ao seu lado, como se lidasse com algo que pudesse quebrar e perder para sempre. É claro que ele sabia que aquele tipo de relacionamento entre os dois não era nada oficialmente formado e que sua garota poderia estar em breve casada com um Monarch, então até os poucos minutos que encontravam durante as aulas já tinham que ser interpretados como eternidade.

James... — ela sussurrou.

— Gosto quando você me chama pelo meu nome, Morgana. — sorriu James.

— Eu... — ela suspirou, sentia que precisava falar aquilo antes que fosse tarde demais. — Eu nunca soube o que era amar, não desse jeito, mas amei você. E agora eu sinto tanto medo, James, tanto medo de colocar você em perigo por causa dos meus pais. Eu não queria te amar tanto.

Então as lágrimas começaram a descer pelo rosto de Morgana e ela se sentiu abraçada por James, que afagava seus cabelos e tentava secar o choro dela.

— Eu me sinto tão culpada, isso tudo aconteceu por minha culpa. — choramingou. — Eu concordei em fazer a poção, então... então você bebeu, eu me apaixonei por você e agora você está em perigo por minha causa. Eu nunca vou me perdoar se meus pais machucarem você, nunca.

— Eles não vão me machucar, nós estamos todos seguros. Eu estou aqui com você. — ele falou baixinho, depositando um beijo em sua testa.

Aquilo seria esquisito se tivesse acontecido antes, ver Morgana tão indefesa daquele jeito era muito pessoal e íntimo, James sabia que ela confiava o bastante nele para deixar que suas inseguranças e medos fossem expostas e sabia que seu dever era ouvi-la e fazer com que ela se sentisse segura, ao menos, ele pensava que estavam seguros.

— Vai ficar tudo bem, Morgie. — sussurrou. — Eu prometo.

Ficaram ali sentados no chão, enquanto Morgana recuperava o fôlego e observaram os três amigos que suspeitamente saíram juntos da Casa dos Gritos, Pandora ajeitava seu cabelo curto e preto claramente bagunçado e os meninos tentavam arrumar os amassados das camisas, cena que fez o casal rir. Até Morgana que estava abalada sorriu, fazendo Remus corar intensamente.

— Casa dos Gritos, não é? — James debochou. — Nome genial.

— Pontas... — Sirius começou a falar.

— Estávamos... — Remus pigarreou. — Estávamos estudando?

A frase soou mais como uma pergunta.

Estudando, sim, estudando. — Pandora concordou. — Mas, mudando de assunto, você não parece nada bem, Morgie. Vem, você precisa de um abraço de irmã e depois de uns docinhos da Dedos de Mel.

Então, Pandora ajudou a amiga a se levantar e a abraçou de lado, enquanto caminhavam à frente do grupo de meninos, os quais deveriam ficar distantes para não serem vistos juntos e isso já estava dando nos nervos de Morgana, ela queria apenas poder segurar a mão de James em qualquer lugar, queria beijá-lo na frente de todos e gritar para o mundo que aquele era quem ela amava. Já os garotos, nem tão garotos assim, que estavam atrás, conversavam sobre a situação atual, a situação de James e Morgana.

— Ela estava chorando, eu sei. — falou Sirius. — Eu sei como ela se sente. Mas imagino que possa ser pior, meus pais não me obrigaram a casar.

— Precisamos ajudar ela, fazer algo, eu não sei. — James suspirou pesadamente. — Ela não merece o destino que vai ter, ela não merece sofrer desse jeito.

— É, meu amigo, acho que você gosta mesmo dela. — Remus sorriu. — Vamos ajudá-la, podemos tentar algo, qualquer coisa.

— Vamos protegê-la, se você achar que ela precisa de proteção. — contou o Black. — Se você realmente amar ela, Jamie, eu vou amá-la também, ela será minha irmã como você é. E nós não abandonamos uns aos outros. Se ela for a garota, então faremos tudo que for preciso para mantê-la ao seu lado.

James sorriu de lado e abraçou os amigos fortemente, agradecendo-lhes pelas palavras e o apoio, soube naquele momento que poderia contar com todos seus amigos. Pensou até em Rabicho, que não estava presente, mas era igualmente digno de agradecimentos, porque ainda achava que ele era bom.

— Bom, então vamos comprar toda a loja para você, o que quiser! — berrou Pandora. — Vou querer umas varinhas de alcaçuz, acho que podemos dividir com Se...

Ela mesma se interrompeu, ao lembrar-se que Severus Snape não era mais amigo delas e estava nesse instante provando alguns docinhos dentro da loja com seus novos amigos. Amigos Comensais da Morte. Ele notou a presença das duas garotas quando ambas passaram por ele à caminho das varinhas de alcaçuz, as quais ele observou com certa tristeza fria.

— Morgana Bouveair! — riu Malfoy, que estava ao lado de Severus. — Sabe, o Snape aqui me contou coisas incríveis sobre você! Ah, oops, era segredo!

Ele gargalhou, chamando a atenção de outros alunos, como Charlie, que caminhou de prontidão até Morgana.

— Algum problema? — perguntou o Monarch.

— Não, não, nenhum! — sorriu o loiro. — Sabe, Charlie, agora eu sei porquê você e ela vão se casar. É tudo sobre política, não é? Esconder coisas de seus superiores... Morgana Monarch... gostei. Boa sorte com a bomba.

— Do que está falando, Lucius? — Morgana questionou.

— Ah, querida Morgana, você descobrirá!

Parece que ultimamente tudo que Morgana tem de fazer é descobrir. Mas o que raios ela tem que descobrir?

INSOLENCE • james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora