INSOLENCE • james potter

• vinte e quatro •

CAPÍTULO VINTE E QUATRO
the one you love

A festa continuou bastante tediosa para Morgana, afinal de contas, não havia nada para se fazer além de escutar músicas chatas e comer canapés, os quais ela tinha medo de conterem pedaços de salamandras ou algum outro animal exótico. Ao seu lado, Charlie Monarch observava o local, enquanto bebericava um pouco de cerveja amanteigada.

Morgana definitivamente não odiava estar ao lado dele, claro que não, mas ela queria estar ao lado de outra pessoa. E o garoto, estranhamente, sentia o mesmo por ela, jamais esperara que um casamento entre os dois aconteceria, mas agora que os seus pais haviam feito acontecer, ele decidiu aceitar, pelo bem maior.

Bem maior? Um no qual ele não sabia se acreditava ou não. Assim como a noiva, não estava apaixonado, tampouco a amava, talvez, como um amor quase fraternal. Porém, sabia que aquela garota ao seu lado, estava apaixonada por outra pessoa e tinha inúmeras suspeitas de que essa paixão era James Potter.

Mas não sentia raiva, não sentia desprezo, sentia pena, por ambos os dois, já que mesmo apaixonados por quem quer que fosse, estariam presos um ao outro pelo matrimônio até o fim de suas vidas. E isso doía tanto nele, quanto nela.

— Ah! Os pombinhos! — anunciou Slughorn. — Como estão, Morgana e Charlie?

Ambos sorriram por educação.

— Muito bem, professor. — comentou ela. — A festa está muito agradável. E os sanduíchinhos de atum estão adoráveis.

Estava até sendo educada demais.

— Sabe, Morgana, você sempre foi uma das minhas favoritas. — contou. — Você e sua amiga encrenqueira.

Logo o professor foi embora, cumprimentando outros alunos e berrando histórias para os quatro ventos. O casal permaneceu onde estava, agora encostados na parede, ficaram em silêncio e admiraram a atitude, pois nenhum dos dois se sentira desconfortável com a situação. E então, ela pôde olhá-lo mais uma vez, do outro lado do ambiente, ao lado de Lily Evans e claramente já dispensando os efeitos da poção, ele parecia mais distante. Talvez o efeito estivera de fato, passando rapidamente.

— Sabe... — a voz chamou atenção. — Eu sei que você queria tanto quanto eu esse casamento.

Ela assentiu e Charlie prosseguiu.

— Mas quero que saiba, que eu não vou ser ruim. Tampouco você será, eu sei disso. — ele falou. — E espero, incondicionalmente, que um dia nós possamos amar um ao outro.

A garota não sabia os motivos que levaram Charlie a falar aquilo, mas apenas escutou atenciosamente o que ele tinha para dizer.

— Obrigada, Charlie. — ela disse. — Você faz isso ser mais fácil, mesmo que possa parecer impossível.

E Morgana desviou seus olhos de Monarch para Potter, mas fez isso de forma discreta. Suas borboletas acordaram quando ela percebeu que ele também q encarava, de uma forma tão potente que a fez sentir como se sua pele estivesse vibrando. E vibrando de vontade de chegar perto dele.

— Bom, eu vou ao banheiro, espero que não se incomode. — comentou Charlie.

— Jamais.

Passara tanto tempo encarando discretamente o Potter, que nem percebeu quando a amiga apareceu ao seu lado, contente e levemente — e esquisitamente — corada. Pandora arrastou Morgana até um lugar mais afastado, atrás alguns panos coloridos que decoravam a festa, tirando assim, a possibilidade que Morgana teria de fitar seu pedaço de paraíso mais uma vez.