• doze •

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CAPÍTULO DOZE
head in the game

O dia de sábado amanheceu lindamente, o sol brilhando fortemente e os indícios de que o inverno estava próximo estavam evidentes. Morgana acordou cedo, para acompanhar a amiga no primeiro jogo de quadribol da temporada e pintou o rosto com as cores da Sonserina.

— Severus! — Morgana berrou.

Foi de encontro ao amigo e passou o braço ao redor dele, o garoto riu e a abraçou de lado também. Caminharam juntos atrás de Pandora, que estava apressada, a vassoura nos ombros e o cabelo escuro recém cortado balançando no ar.

Morgana passou por alguns alunos de sua casa que comentaram sobre sua beleza naquele dia, provavelmente querendo traçá-la como se fosse um mero objeto.

— Morgie, que acha de ficarmos nas arquibancadas de cima? — questionou Snape. — Acho que assim teremos uma visão melhor.

— Claro! — a garota concordou. — Quanto mais longe do Potter, melhor...

Severus revirou os olhos, mesmo depois de anos, ainda sentia uma raiva inexplicável por James Potter, e claro, por todos os marotos.

— Até mais, Dora, vemos você depois do jogo! — falou Morgana. — Boa-sorte, amamos você!

Pandora agora correu na direção do campo de quadribol.

— Tome cuidado! E vença desses babacas da Grifinória! — berrou Severus.

Chegaram em alguns minutos na arquibancada mais alta do campo de quadribol e esperaram o resto dos alunos, para que o jogo começasse. Morgana observou de longe a melhor amiga, que deu um pulo e começou a voar ao redor do campo, a loira podia jurar que viu uma breve discussão entre Sirius Black e a garota, mas voavam tão rápido, que seria impossível ouvir suas vozes.

Então um James Potter enfeitiçado entrou em campo, a vassoura tão bem cuidada que brilhava ao sol. Ele procurava alguém na plateia e quando encontrou, voou rápido como um tiro sendo disparado, na direção de Morgana.

— Vou ganhar esse jogo para você, Morgana! — o garoto gritou.

— Já falei que é para você me chamar de Bouveair! — Morgana berrou de volta, constrangida.

— Tudo bem... Morgana. — ele riu. — O que acha de ir à Hogsmeade no próximo sábado? Como um encontro.

— Nem morta, Potter.

O garoto deu um sorriso sacana, como se estivesse fazendo aquilo só para irritar, pensamento que Morgana logo descartou, já que ele estava enfeitiçado.

Então Remus Lupin surgiu ao lado da garota e se sentou ao lado dela, como sempre, estava com olheiras fundas e aparência de doente. Mas ao contrário da cara abatida, ele sorriu para Morgana e ofereceu pipocas com sabor de abóbora.

Quando o jogo começou, os jogadores pareciam guerreiros que estavam lutando pela última vez na vida. Em poucos minutos dois grifinórios estavam jogados no chão ao lado da vassoura, após a tentativa falha de derrubar Pandora. A garota definitivamente merecia o posto de Capitã.

Quase no final do jogo, enquanto Regulus Black e James Potter corriam descontroladamente atrás do pomo, Pandora conseguia mais pontos para a Sonserina. A casa das cobras estava na frente.

— VAI, REGGIE! — berrou Morgana. — VOCÊ CONSEGUE, VAI!

A garota estranhou quando sentiu de repente um tipo de remorso ao torcer por sua casa, por Regulus. Sentiu por alguns segundos que deveria torcer por James.

Os apanhadores estavam cada vez mais perto do pomo, era uma competição acirrada entre os dois. Quando ambos mergulharam com suas vassouras para tentar alcançar a pequena esfera dourada, Morgana fechou os olhos, prevendo um estrondo enorme e braços quebrados.

Mas ao invés disso, ela ouviu gritos de pessoas da plateia, mas não ousou abrir os olhos.

— E REGULUS BLACK CAPTURA O POMO! — berrou o narrador. — Cento e oitenta pontos da Sonserina contra míseros vinte da Grifinória!

Morgana berrou animada e pulou nos braços de Severus, que a abraçou fortemente, enquanto ria da reação da amiga. A garota se virou para Remus e olhou para ele, como se pedisse desculpas por ter comemorado na frente dele.

— Tudo bem, tudo bem. — Lupin sorriu. — Ganhamos na próxima.

A garota desceu correndo as arquibancadas e pulou no colo da amiga quando a encontrou no campo, as duas caíram no chão e gargalharam. Morgana estava muito orgulhosa da melhor amiga, sabia o quanto o quadribol era importante para ela.

Viu também Charlie Monarch, o goleiro do time e o abraçou fortemente, em um segundos de coragem, o garoto a puxou mais para perto e a beijou delicadamente. Seus lábios macios se encontraram e eles ficaram ali parados até outros alunos da Sonserina os atrapalharem.

— Eu vejo você na comunal, Bouveair? — perguntou Charlie, a garota concordou com a cabeça. — Ah, eu acho que o seu namorado não gostou do que viu...

Morgana se virou para o vestiário da Grifinória, onde James estava parado olhando diretamente para ela. A cara estranhamente chocada e os olhos questionadores do garoto, deixaram a garota confusa.

— Morgana, posso falar com você? — James perguntou.

Os dois caminharam para um lugar mais afastado das arquibancadas e Morgana não sabia o que dizer.

— Você gosta... gosta do Charlie? — ele tinha a voz controlada, não parecia chateado.

— Não, eu não...

— Não minta, você gosta dele? — questionou mais uma vez, de maneira firme.

Não.

Morgana sabia que estava falando a verdade, mas se sentiu estranha.

— E de mim, você gosta? — seus olhos agora estavam brilhando. — Porque eu... não sei como, mas sinto que estou apaixonado por você.

— Você não está apaixonado. — Morgana falou docemente.

— Morgana, por favor, vá comigo à Hogsmeade. — ele quase implorou.

E Morgana sabia que o Potter normal não imploraria, ela imediatamente se sentiu culpada, por ter colocado o garoto naquela posição.

— Eu vou pensar.

INSOLENCE • james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora