Capítulo 73

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Finalmente a primavera chegou e o sol veio também. Já consigo vestir vestidos e camisolas bem mais finas e adoro estas mudanças de temperatura, adoro calor parece que respiro melhor e adoro ainda mais esta transição da primavera e a única coisa que me fez acordar não tão triste hoje foi mesmo este sol maravilhoso.

Parece que quando me levantei da cama ainda tinha o gosto azedo das palavras da Melanie, como é que uma mãe é capaz de falar assim do filho à namorada? Depois de tudo ainda fala assim? Tudo bem que eles têm as suas desavenças, que não se dão bem já percebi e pelo pouco que conheço da Melanie dá para perceber que não é muito agradável com as pessoas, mas daí a criticar o filho? Não dá para perceber.

Segunda feira e as ruas de Londres estão completamente entupidas. Já não me lembrava de conduzir para a faculdade de manhã a esta hora, o Dylan tem-me ido sempre buscar a casa e vamos os dois para a faculdade mas hoje tive que ser eu a pegar no carro visto que não me falou mais desde ontem.

Sinto-me triste e a raiva que tinha passado ontem depois do Dylan me contar que a mãe dele quis abortar de si e do irmão voltou, voltou porque mesmo depois de eu ter colocado o meu orgulho de lado e lhe ter ido pedir desculpa e lhe dizer que estaria ao lado dele para tudo ele mandou-me embora.

Passei a noite com o coração nas mãos, chorei, estive triste e cheia de saudades do Dylan e ainda só não nos falamos desde ontem à noite, mas doeu-me ouvi-lo mandar-me embora e doeu-me ainda mais ouvir as palavras duras da Melanie. O Dylan tem muitos problemas com os pais e eu só gostava que ele confiasse mais em mim e não se passa-se comigo cada vez que o confronto com algo ou descubro algo. Queria agarrar nele e protege-lo daqueles que me parecem o seu maior inimigo, apesar que o pai do Dylan e do Cole sempre se mostrou atencioso e amoroso, o Dylan raramente me fala mal do pai vê-se que o centro do problema é da mãe mas eu não posso ser desprezada cada vez que ele se passa e ainda correr atrás dele não posso.

Claro que a minha vontade era de o beijar abraçar dizer que tudo iria ficar bem mas primeiro não o posso fazer devido ao seu mau feitio e segundo sinto que ainda há muito para contar...

Assim que consegui finalmente livrar-me do trânsito e chegar à faculdade estacionei o meu carro vendo o do Dylan e da Paige do outro lado do parque de estacionamento.

Agarrei nas minhas coisas saindo do meu carro e trancando-o. Caminhei pelo jardim vendo-o cheio e quando olhei para as horas vi que já não tinha tempo nem para um café correndo para a minha sala de aula não vendo ninguém conhecido.

A aula da manhã durou até à hora de almoço tive apenas meia hora de pausa, meia hora essa que passei dentro da sala, a Paige estava em aula e não valia a pena eu ir para o jardim sozinha sujeita a encontrar o Dylan, estou magoada com ele ainda mais que ontem. Como combinado encontrei-me com a Paige no bar e assim que compramos o nosso almoço sentamos-nos numa mesa vazia pegada ao lado da grande janela com vista para o jardim.

Paige: ontem fiz o buço em casa- passou o dedo no buço entusiasmada

-conseguiste bem?

Paige: sim consegui mesmo à primeira- sorrio- mas doeu

-imagino fazer a nós próprios leva o seu tempo aprender o jeito

Paige: pois leva, eu já disse ao Joe que se ele deixasse eu tentava fazer-lhe nas pernas para aprender- encolheu os ombros

-coitado vai sofrer- soltei um pequeno riso

Paige: é para eu aprender- gargalhou- mas e então como é que foi o vosso fim de semana, ou melhor o resto dele

-eu e o Dylan?

Paige: sim

-não foi- suspirei começando-lhe a contar tudo ao pormenor, desde da ida do Dylan a minha casa à conversa da Melanie comigo à saída de casa deles.

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