Kurumi Takamino. Eu finalmente sabia o nome dela. Quem diria que aquela garota comprando a expansão do Hate Hunters estudasse na mesma escola que eu e que tivesse, surpreendentemente, passado por mim naquela manhã.
Muita coisa aconteceu naquele dia e minha cabeça estava completamente desnorteada. Surpresa, sensação de culpa, calma, nervosismo e a sensação de que a DeltaPhoenix se importava minimamente comigo, de verdade.
Ainda que eu estivesse muito bem com a Delta, as coisas estavam acontecendo aqui fora e a cada minuto que passava o, dito infalível, destino, me jogava no colo dessa tal de Kurumi Takamino.
Eu não estava com muita cabeça para aquilo no momento em que recebi a mensagem da Asuka, mas fui dormir pensando. E dentro de toda aquela confusão mental, tinha a sensação de que saber aquilo não mudaria em nada na minha vida. Afinal, como eu já disse, acreditar no famoso destino não era muito a minha praia.
. . .
Cheguei mais cedo na escola e deu tempo de encontrar com a Asuka, ela estava apressada para fazer os exercícios, o que não era comum, talvez estivesse sobrecarregada com algo — Como tá a sua mãe? — ela nem me viu chegando, mas sabia que era eu.
— Ela vai ficar bem — eu havia contado para ela sobre a hipoglicemia no dia anterior.
— Você precisa se animar — ela parou os exercícios para olhar para mim — Ela iria querer que você ficasse animado, certo? — dei um sorrisinho de canto, concordando e me sentei do seu lado, em um banco do pátio — Achei que saber sobre a Kurumi Takamino iria te deixar empolgado, mas você nem respondeu.
— É que não adianta muito para mim — disse olhando para a entrada da escola, ainda meio vazia — E você parece mais empolgada que eu!
— Por que não adianta, Haru? — ela me indagou já enraivando a voz.
Cocei a cabeça e me virei para ela — Eu nem sei nada sobre essa tal de Takamino, é só uma coincidência idiota.
— Como não, seu retardado? — olhei para sem entender o motivo da ofensa gratuita — Eu te passei o instagram dela e você nem ligou? — ah, é claro, eu sequer tinha uma conta no instagram e não dava uma foda para o que as pessoas faziam ou não ali.
— Sei lá, eu tava cansado — ela ficou me olhando indignada — E eu ia fazer o que? Criar uma conta e seguir? — dei uma risada com tom sarcástico.
Ela me deu um soco no braço — Nossa em, Haru, é por isso que você é um fantasma — isso doeu, o soco — Não sabe nem a utilidade de uma conta no instagram. Acho impressionante você ser um gamer e não ter uma conta ativa em redes sociais.
— Tá, não precisa ficar falando essas coisas — as pessoas começaram a chegar na escola — Por que então não me explica o que posso fazer com isso?
Foi nesse exato momento em que eu tomei um choque de realidade do quão estúpido eu era em relação ao universo da internet. Obviamente, eu sabia que o instagram era um puta centro de exposição pessoal e consumo de dados, mas é diferente quando você olha de dentro. Você pode saber todos os gostos de alguém, saber o que ela gosta de mostrar, o que ela tem e sobre o que ela fala. Você pode conhecer alguém sem dar um oi. Você pode se apaixonar por alguém.
Asuka abriu o perfil do instagram da Kurumi Takamino no celular dela. E aos poucos comecei a conhecer a menina misteriosa da loja. Meu coração esquentava e eu até corei um pouco do quanto eu achei aquela garota bonita. As pessoas que sempre se fotografam de maneira mais valorizada, então nas fotos ela acabava ficando ainda mais incrível e fofa.
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DeltaPhoenix
RomanceEm 2031, os jogos de realidade virtual avançaram bastante. No entanto, o jovem Haruoka Togashi ainda é viciado em um jogo online VR mais antigo, onde ele se encontra diariamente com uma jogadora chamada "DeltaPhoenix", com quem ele se relaciona sexu...