Acordei com o sol me machucando, praticamente socando a minha cara. Eu estava no chão do quarto da Asuka, no futon, ainda sem acreditar em tudo o que tinha acontecido na noite anterior. Me sentei, olhei para a cama da Asuka, ela não estava lá, e provavelmente não esteve, durante toda a noite. Minhas costas, meus olhos e minha nuca, tudo doía.
Depois de um minuto com a mente vaga, abalada por algo que eu poderia chamar de ressaca, eu finalmente me levantei, com um pouco de dificuldade. Eu estava fedendo a bebida — Que merda... — o pior de tudo era começar a lembrar de tudo o que aconteceu na noite anterior. Eu sabia que álcool era um problema, afinal, minha mãe ficou daquele jeito, mas não imaginava que mexesse tanto com a nossa memória.
Meus flashs me faziam pensar no quanto eu era idiota. A lembrança de ver a Kurumi vindo na minha direção existia, mas era claramente o fruto de uma imaginação confusa, que não parava de pensar nela. Claramente era a Fuyuko, sempre foi a Fuyuko. Aquele beijo bom, os lábios macios, o toque, o olhar... eu me ceguei com a minha própria fantasia.
O mais horrível de tudo era lembrar de como exatamente aqui tinha acontecido. Aquela cena horrível não saía da minha mente. Eu saindo transe, Fuyuko se espantando e...
— Haruru?
— FUYUKO?! — eu lembrava de me levantar e tirar ela de cima de mim, sentindo nojo, ainda que eu estivesse meio inconsciente pela bebida.
— Você não quer??
— O quê?! Não!? — naquela hora, a expressão da Fuyuko mudou e foi se levantando, como se quisesse dizer algo sem saber como — Eu... — acho que olhei com uma cara de nojo, ver a Fuyuko montada em mim me causou náusea. Não ela, não podia ser a Fuyuko... era a única coisa que se passava na minha mente. Ela saiu do quarto, e a última coisa da qual me lembro é de estar deitado, ouvindo o barulho da festa.
Depois de tentar apagar essas lembranças de todas as formas da minha mente, percebi que seria impossível, e me dei conta de que deveria sair do quarto e arrumar a porcaria daquela casa. Meu peito pesava em raiva. Saí do quarto e a primeira coisa que vi no corredor foi uma mancha de bebida no chão, que seria bem difícil de limpar.
Quando eu descia as escadas, para começar pelo andar de baixo, fiquei surpreso, já estava parcialmente arrumado. Olhei para a sala e tomei um susto. Lá estava a Asuka, de short e sutiã, sofrendo para limpar o sofá manchado de bebida com uma cara horrível de porre alcoólico. Sinceramente? Lá no fundo, foi legal ver a cara dela de puta por eu não ter começado a parte mais difícil antes dela acordar — Parece que começou sem mim.
Fui descendo, meio cambaleante, e ela me olhou com uma expressão de fúria — É, pensei que você iria me ajudar!
Eu sorri de canto, ainda tonto — Você quem disse para eu beber! — é, eu estava certo. Ela sempre dizia para eu aproveitar.
— Não a ponto de me deixar na mão!
Era estranho ver Asuka reagir daquela forma, ela parecia estar estressada por algum outro motivo. Talvez fosse só o álcool — O que você tem, em? — terminei de descer as escadas e me aproximei mais dela — A noite com o veterano foi ruim assim?
— VAI SE FODER! — eu não havia notado o quão puta ela tava, mas o alvejante que estava em sua mão foi arremessado na parede.
— Que isso, Asuka? — perguntei assustado — Eu só tirei uma onda...
— Tirou onda, Haru?! — eu até fiquei preocupado naquela hora, de repente, poderia ter acontecido algo horrível, que eu não vi por estar bêbado e, por um segundo, bateu uma sensação de culpa, que se esvaiu logo em seguida — Você ficou lá com a Fuyuko... COM A FUYUKO, HARUOKA? Pensei que você ia me ajudar a tomar conta
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DeltaPhoenix
RomanceEm 2031, os jogos de realidade virtual avançaram bastante. No entanto, o jovem Haruoka Togashi ainda é viciado em um jogo online VR mais antigo, onde ele se encontra diariamente com uma jogadora chamada "DeltaPhoenix", com quem ele se relaciona sexu...