30º Capítulo - Último

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TRÊS ANOS DEPOIS

Narrado por Miguel

-Aqui está o seu cartão. Ele diz. -Seus pais deixaram uma boa quantidade de dinheiro pra você viver bem, quando precisar da minha ajuda, você me telefona. Diz meu conselheiro tutelar entregando seu cartão.

-Onde vou morar? Pergunto.

-Na sua casa. Ele responde.

-Eu ainda posso morar nela? Pergunto surpreso. Ele rir.

-É claro, a casa é sua Miguel. Ele diz. -Você é de maior agora, pode se virar sozinho. Diz.

-Quer que eu te leve até lá? Ele pergunta.

-Eu posso ir só. Respondo. Ele concorda. Me levanto.

-Parabéns pelos seus dezoito anos. Ele diz. Abro um leve sorriso.

-Obrigado. Digo. Saio da sala. Pego minhas malas e arrasto elas observando o lugar onde fiquei por três anos. Tanta coisa mudou. Fiz poucas amizades aqui, a maioria foram adotados por serem mais novos. Não fico triste por não ter sido adotado, fico feliz, assim poderei tentar recomeçar minha vida só eu. Apesar de tudo, eu ainda não o esqueci, ainda o amo, não teve um dia que eu deixei de pensar em Lucas. Sinto a brisa leve, o dia nublado. Desço às escadas do orfanato, abro o pequeno portão. Olho para a rua, um pouco movimentada, mais a frente vejo um táxi e assovio. O taxista me vê e dirige até mim.

-Pra aonde garoto? Ele pergunta abaixando o vidro da janela da frente.

-Angra dos Reis. Falo. Ele concorda e sai do carro. Vou até atrás e levo minha mala. Ele coloca no porta malas.

-Você aceita cartão de débito? Pergunto.

-Aceito, entra aí. Ele responde. Abro a porta de trás.

-MIGUEL! Ouço me chamarem. Olho pra trás e o vejo. Todo arrumado, o mesmo de sempre. Abro um imenso sorriso e corro até sua direção. O abraço forte, aquele corpo forte.

-Que saudades. Digo emocionado.

-Eu esperei tanto pra ver você saindo daqui. Artur diz.

-Sério? Pergunto.

-É, desde que sai há 1 ano eu venho todos os dias pra ver se você saia. Ele diz. Desfaço o abraço. E olho seu rosto, o mesmo rosto de sempre.

-Você continua lindo. Digo. Ele rir e me beija na bochecha.

-Você continua um príncipe. Artur diz. Fico com vergonha e olho pra baixo.

-Garoto você não vai? O taxista pergunta. Fico sem reação por nem ter visto ele olhando toda a cena.

-Pra aonde você tá indo? Artur pergunta.

-Pra casa. Respondo.

-Sua antiga casa? Pergunta.

-Sim, eu posso morar lá agora que sou de maior. Digo orgulhoso.

-Quando foi que você virou de maior rapazinho? Ele pergunta.

-Hoje! Digo alegre. Artur arregala os olhos e me abraça com tudo. -Não me apertaaa. Digo meio sem ar. Artur rir. -Então, vamos comigo? Pergunto. Artur franzi a testa. -Lá a gente conversa melhor. Digo e ele faz cara de safado. Bato nele.

-Auu. Ele diz. Entramos no táxi e partimos rumo a Angra dos Reis.


Angra dos Reis – Rio de Janeiro

TRÊS HORAS DEPOIS

Termino meu banho, coloco a tolha, saio do banheiro do meu quarto e vejo Artur jogado na cama me encarando. Fico sem graça e me viro de costa, pego minha mala e abro o zíper a procura de peças de roupas.

MEU GAROTO! (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora