A 7 anos...
-Mama? Vamos, ainda quero aproveitar a cachoeira!
- Estou indo! Eu preciso levar comida!- Eu e Sofi gargalhamos dentro do carro, mama literalmente era uma esfomeada! Seguimos o caminho comendo doritos e nos divertindo, nós três sempre cantávamos como um coral quando íamos viajar. Era sempre uma alegria, meu pai nunca cantava, ele sempre dizia que dirigir requer atenção e que compensaria a diversão quando chegasse no nosso destino. Além do mais foram horas para convence-lo a pegar a estrada. Já que ele só pensava em trabalho, trabalho. Entre gargalhadas e muitos salgadinhos eu sinto um choque, tudo fica mudo e começa a girar em câmera lenta, minha vista turva... Meus olhos se apagam.
A única coisa que eu conseguia escutar eram sons de sirenes. Movimentos para todos os lados, a minha mãe chamava o nome de Sofi desesperadamente. Sofi... Eu não escutava a Sofi falar, a cada minuto a minha mãe gritava ainda mais e a minha irmã não respondia. Me desesperei, sem conseguir me mexer as vozes ficavam cada vez mais longe, então apaguei.
Acordei com a minha mãe do meu lado, segurando minha mão. Estava meio zonza, mas assim que veio em mim onde estou e porque, sinto uma pontada no peito. Tento levantar mas minhas costas doem muito, então a minha mão levanta a cabeça e olha para mim. Vejo seus olhos inchados, ela esteve chorando muito, então lembro de Sofi, lembro dos gritos em desespero da minha mãe
- Mãe? Cadê a Sofi? - Ela permaneceu calada. Olhando para as nossas mãos juntas, como se aquele momento fosse o momento mais difícil na vida dela. Respirando fundo ela me respondeu
- Cami, Os ferimentos de Sofi foram graves demais, por isso ela está na UTI. - E eu não sentia verdade na sua fala, apertei a sua mão por um instante - Mãe? Por favor... - supliquei, eu precisava da verdade. Então ela desabou em prantos, e depois disso eu poderia esperar o pior, não, não, a Sofi não! - Por favor mãe, cadê a Sofi? Meu coração partia a cada soluço que ela dava, ela me abraçou forte, e colou a sua testa na minha
- Vai ficar tudo bem filha, infelizmente o acidente deixou sua irmã incapacitada de andar, ela está desacordada... - Meu mundo caiu quando eu escutei o que ela falava. Não podia ser, a Sofi nunca, nunca vai aceitar essa condição, não, não, não! Minha visão ficou turva e descia apenas lágrimas pelos meus olhos. Meu pai, uma figura alta e forte estava acuado no canto no quarto. E só notei a sua presença por que ele se levantou ficando de frente para a cama que eu estava deitada.
- Sinuhe? Vamos embora. - A minha mãe o olhou em reprovação sem dizer absolutamente nada. Mas eu sabia o que aquilo significava. Ele estava nervoso, inquieto. Era assim que ele ficava quando os dois brigavam, eles tinha brigado... Seria eu a causa? Mas por que? O que eu tinha feito?
Semanas depois...
Sofi havia acordado da UTI, foi um caos. Não queria ver ninguém, nem a mim. Queria ficar apenas sozinha. Foram dias de tristeza quando ela voltou para casa, ela não conseguia aceitar a mudança brusca que foi a sua vida. Do dia para noite, ela não poderia mais andar.
Estava sol, achei que poderia chama -la para tomar um pouco de sol comigo na varanda. Faziam meses que Sofi fizera tudo no seu quarto, dei leves batidas na porta e rodei a maçaneta da porta, Sofi estava de frente para a Janela vendo o dia ensolarado la fora, toda vez que eu a via era uma sensação diferente
- Sofi, eu...
- Vá embora! Eu não quero ver ninguém! - Me mantive calada, respeitando o seu tempo.
- Pensei que fosse gostar de ir lá fora, tomar um pouco de ar, poderíamos conversar um pouco...
- Eu não vou para lugar nenhum! Ou você esqueceu que exite uma droga de uma escada ali fora e que eu não posso andar? SAIA! - Quando abri a porta meu pai apareceu de surpresa me pegando pelo braço e me arrastando para o andar de baixo
- Você não cansa se importunar a sua irmã? Deixe-a em paz! Já não basta saber que a vontade de viver que ela tinha ela não tem mais? Tudo por conta de uma droga de um passeio? Se não tivesse pegado o carro e ido para aquela merda de passeio as nossas vidas ainda seria a mesma! Viveríamos alegres! Você acha que eu gosto de ver a sua mãe chorando todos os dia? Você destruiu a vida da sua irmã, da sua mãe e a minha! Você está feliz agora? Agora você poderá assumir os negócios, não era isso que você queria Camila? - Eu chorava a cada palavra que ele falava, e sentia mais culpa ainda. Eu destruí a minha família, eu acabei com a vida da minha irmã, e eu merecia todas essas palavras, eu merecia aquela rejeição, tupo por causa de uma droga de um passeio em família, hoje não existia mais família.
Em meio aos gritos e acusações de meu pai a minha mãe apareceu e o empurrou para o lado numa tentativa de me defender, mas ele ficou ainda mais agressivo, a minha mãe me pôs atrás dela e apontou um dedo para ele - Escute Alejandro, não é a primeira e nem a última vez que você culpa a sua filha por uma fatalidade que aconteceu conosco! - ELA NÃO É A MINHA FILHA! - Ele gritou também apontando um dedo no rosto de minha mãe.
- Ela é a sua filha! Camila não pediu para aquilo tudo acontecer Alejandro, foi uma fatalidade! Não a culpe, Camila não foi a autora da tragédia. Você é um estúpido! Você poderia está dando forças a sua filha que está no quarto e que está sem vontade de viver. Mas você nunca entra para vê- la. Você poderia esta tentando convence-la que a vida não acabou. Mas está aqui acusando a Camila que também estava no dia do acidente, que também poderia ter morrido. Por que foi uma FATALIDADE Alejandro. - Meu pai a empurrou, e me tomou nos braços me jogando para o lado e afrontando ainda mais a minha mãe
- Camila vai ficar comigo, vai trabalhar para mim. Ela vai fazer justamente o que ela sempre quis, TRABALHAR NA EMPRESA. Sofi fica comigo até eu achar que ela será útil de alguma forma. Você vai sumir das nossas vidas, você é uma inútil, poderia ter me convencido a não ir para aquela viajem idiota. Mas colocou na minha cabeça que deveríamos ir, você quanto ela é a culpada por isso. E não tente me impedir de fazer isso. Você não tem um tustão furado, tudo que você tem está em meu nome além do mais, eu que te dei. A partir de hoje você não terá mais nada meu, suma da minha frente! - A minha mãe ficou sem reação, estática em nossas frente.
- Vivi com você a anos Alejandro e em toda a minha, nunca imaginei essa situação de você. Fique com tudo, eu não quero nada do que é seu. Mas vou lutar pelas minhas filhas. - numa gargalhada maléfica ele responde com aspereza
- Tente fazer algo para tira-las de mim. Eu tenho advogados, e o que era seu é o meu. Passei meses engolindo essa situação, achando que foi uma "fatalidade" Mas não passou de um capricho seu!
- Você é um estúpido. Você vai fazer a vida de Camila um inferno! Mas enquanto eu for viva, darei todo amor e carinho as minhas filhas, coisas que você fez para elas só para receber no final. Essa é a prova! Veja agora Alejandro? O pai carinhoso que ama a família?
- CALE A BOCA! Você sempre foi uma pobretona que sempre quis o meu dinheiro, me diga quem é você sem mim? N-A-D-A! Agora pegue as suas coisas e suma da minha vida! Você pediu essa situação, você escolheu assim! Então saia da minha vida e da vida dos desgostos que eu chamo de filha. Viver com uma filha que mal anda, e a outra, a motivo disso. SAIA! - Cada palavra que eu escutava era uma parte de mim que se partia, eu sentia nojo, eu não reconhecia o meu pai. Ele não havia superado, ele nunca superaria. Ele sempre dizia que a minha mãe era como ouro para ele, ela era tudo para ele. Mas realmente o que importava era apenas era o que ela vazia para crescimento da nossa família. Nada, nada do que ele disse era a verdade. Mama e ele cresceram juntos, lutaram juntos. Mas tudo se resumiu a isso, meu pai virou um buraco negro de amargura e tristeza...
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Meu espelho [REVISÃO]
FanfictionDuas mulheres, donas de empresas diferentes, o único vínculo entre elas seria apenas um contrato, e por trás disso uma amarga e triste história! Mas será apenas isso? Ou um único contrato irá desperta-las uma perigosa e louca paixão? Ambas se parece...