Já parou pra pensar na imensidão do universo e na quantidade de estrelas que brilham no céu? E nas leis da física que precisamos para essa imensidão toda? A gravidade, por exemplo...Sim, essa mesma, de quando a maçã caiu na cabeça de Isaac Newton e...
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Aquele era provavelmente o terceiro filme que Malena assistia naquela noite. Adorava bons romances históricos, com drama e emoção. Era perfeito para ver durante uma quinta-feira à noite. Amanhã ela teria folga e, por isso, estava mais tranquila. Assim que os créditos finais subiram, Emily entrou em casa feito um furacão. Timing perfeito!
— Malena, faça as malas! Estamos indo viajar — ela passou correndo pela morena esparramada no sofá, em direção ao seu quarto.
— Boa noite pra você também, Emi. Tudo bem? Como foi o seu dia? — Malena levantou do sofá, indo até o quarto de Emily, enquanto a argentina abria o closet e jogava quase tudo para fora, formando uma pequena pilha no chão. Malena amava o jeito estabanado de sua nova colega de quarto. Era como se, para ela, não existisse nada complicado, tudo era prático — E que história é essa de viajar?
Isso mesmo. Colega de quarto. Roommate. Havia se mudado cerca de uma semana atrás, e, desde então, sua vida tranquila e monótona tinha sofrido uma reviravolta: nenhum dia com Emily era igual ao anterior. Para ser sincera, nenhuma hora com ela era igual.
Emily era intensa, honesta e incrivelmente agitada. Era como uma tempestade na calmaria. Mas, acima de tudo, era a amiga de que Malena precisava. Não tinha se passado um dia que ela não tivesse arrastado Malena pelas ruas de Buenos Aires. Foram ao cinema, barzinhos e até mesmo a uma apresentação de ballet, sempre acompanhados de alguns outros amigos de Emily. Malena adorou todos os programas. Elas organizaram as tarefas, quem limpava o quê e em que dia, quem ia ao mercado, quem pagava o quê. Estavam funcionando bem até demais juntas. E dividiam tudo uma com a outra, uma daquelas conexões que acontece naturalmente e que é rara, muito rara.
Malena sentia que havia encontrado uma irmã. Era cedo para isso, claro, faziam apenas três semanas que elas tinham se conhecido naquele estádio, mas a sensação que tinha era essa. Talvez tivessem sido amigas em vidas passadas, porque era incrível como as duas se davam bem.
— Noite. Bem. Bom — ela respondeu, puxando uma mala grande do closet. Aquela viagem seria de quantos dias, afinal? Aquela mala caberia umas duas crianças dentro — Você ainda não foi fazer as malas — ela notou, olhando para Malena pela primeira vez naquela noite.
Malena riu do jeito dela. Aquela quinta era, de fato, o primeiro momento de paz que teve na sua semana, sem o furacão Emily.
— Não fui, porque não faço ideia de que viagem é essa — Malena contestou, escorando-se no batente da porta, esperando uma resposta um pouco mais coerente.
— E eu não vou falar porque você vai recusar se souber o que é — ela respondeu tranquilamente, como se aquilo fosse nada de demais. Não parecia um bom negócio para Malena.
— E vou recusar mais ainda se eu não souber o que é — Malena falou, indo ajudar a outra com a mala enorme — Você vai passar quanto tempo fora?