Já parou pra pensar na imensidão do universo e na quantidade de estrelas que brilham no céu? E nas leis da física que precisamos para essa imensidão toda? A gravidade, por exemplo...Sim, essa mesma, de quando a maçã caiu na cabeça de Isaac Newton e...
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Adolescentes de mãos dadas sentados em um banco da praça. Um carro de flores vendendo rosas vermelhas e perfumadas. Músicas apaixonadas tocando ao longe, nos alto-falantes de algum café próximo. Casais trocando beijos apaixonados em calçadas. Parecia a cena de um filme, mas era apenas o Dia de São Valentim.
A diferença era que aquele não era o seu clichê. Malena respirou fundo para mais um golpe de saudade. Que veio com força, quase a tirando de órbita, quase a puxando para ele, naquela gravidade que teimava em mantê-los próximos, mesmo tão distantes.
Mas era impossível: ele estava do outro lado do planeta, vivendo quatro horas à frente dela.
Ah, a saudade, a agridoce palavra de origem portuguesa, do latim, solitatem. Solidão. Malena aprendeu aquela palavra aos 15 anos, quando uma brasileira foi estudar na escola dela e vivia dizendo que "sentia saudades de casa".
Malena se sentia um dia chuvoso ao caminhar para casa naquela quarta-feira, ironicamente ensolarada e linda.
Aquilo tudo era injusto. Doía.
Há algum tempo, na adolescência, ouviu em um desses talk shows que passam na televisão uma especialista em relacionamentos explicando que "você sempre deve pensar no futuro de sua relação, isso não é erro nenhum, afinal, onde você quer estar nos próximos ano é fundamental para o casal".
Aquilo a marcou e ela passou quase três semanas, na época, pensando no futuro que teria com Julian. Até que decidiu deixar para lá.
Onde ela estaria no próximo ano? Ali, em Buenos Aires. Seu curso duraria três anos e ela não o abandonaria. Ela estava feliz, tinha feito amigos, evoluído como profissional, recomeçado a sua vida e encontrado o seu lugar. A cada dia que passava, ela se sentia melhor consigo mesma. Mais confiante, menos insegura.
Onde ele estaria no próximo ano? Na Itália, porque assim como ela, ele tinha encontrado o lugar dele, de onde ele brilhava e encantava fazendo exatamente o que amava. Como eles conseguiriam, então? Não era justo com nenhum dos dois.
Como lidariam com aquela saudade que corrói? Como ela encararia a insegurança que certas noites a assolava como um pesadelo vívido?
Ele tinha tudo — ele pode ter tudo o que quiser. Ele pode ter mulheres lindas — muito mais do que ela. A hora que quiser. Quando quiser. Que o esquentariam em dias frios, que estariam presentes nos jogos, nos treinos. Que ele mostraria, orgulhoso, a cidade onde vive e a levaria para tomar um gelato, exatamente como Ren e Lina, de Amor & Gelato.