Capítulo 09: átomos e asteroides

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Teo: Treino hoje

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Teo: Treino hoje. Acredita? Era pra ser proibido, é Natal!

Malena: Não é mais dia de Natal, é um dia depois.

Teo: ... mas é a mesma época! Cadê o seu espírito de Natal?

Malena: Poxa, que peninha, o bebê está bravo porque tem que treinar!

Teo: Tchau, Malena.

Teo: E sim, eu sou um bebê. Obrigado por reafirmar isso.


— Malena?

Malena congelou. Sentada na poltrona do quarto do Hospital de San Miguel de Tucumán, fazia companhia ao seu pai, que dormia. Não estava preparada para falar com ele. Era mais complicado do que ela conseguia até lembrar: seis anos. Desde que sua mãe morreu, seu pai, que era um sommelier, encontrou refúgio no álcool, afogando-se cada vez mais na bebida. Ela tentou, e como tentou, tirá-lo daquilo, trazê-lo para a vida novamente, mas ele se afastava cada vez mais. Até que ele a abandonou. Não ia mais em casa, não telefonava, não mandava notícias. Malena ficou só, e se não fosse a família de sua avó materna e Julian, que na época foi um grande apoio, ela teria ficado completamente desamparada, sem nenhum apoio.

— Gastón. Fico feliz que esteja acordado. Soube que despertou ontem na madrugada, infelizmente eu não estava aqui.

— Malena, minha filha, eu... eu sinto muito — se remexeu na cama, tentando se ajustar a uma posição confortável.

— Deveria mesmo. Cocaína? Com álcool? O que você estava tentando, suicídio? — o homem baixou a cabeça, envergonhado de estar na presença da filha e naquela situação. Não queria que ela o visse daquela forma. Nunca quis. Por isso, desapareceu de sua vida.

Sua Malena. Estava tão crescida, tão linda. Ouviu-a suspirar.

— Só queria que você soubesse que eu nunca quis isso, querida. Eu...

— Por favor, eu não quero as suas desculpas. Tarde demais, Gastón. Você teve seis anos!

— Eu sei. Eu... eu vou melhorar. Eu prometo.

— Vai sim, claro que vai. Sua vaga está garantida em um hospital de reabilitação no interior. Não tem desculpa. Já está pago. E se você me assustar desse jeito novamente, eu juro que não sei o que vou fazer — levantou-se, para ir a cafeteria. Precisava de um café urgentemente. Não se preparou para aquele momento e tudo que queria era desabar e se encolher embaixo das cobertas. Seu coração era uma grande ferida aberta que escorria todo tipo de mágoa.

Talvez ela precisasse mesmo de terapia.

Talvez ela precisasse mesmo de terapia

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A Lei da Gravidade #1 Série PiemonteOnde histórias criam vida. Descubra agora