《 FIVE 》

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Boa leitura!♡

JIMIN

Saí do mercado dividindo as sacolas entre minha mãos, para equilibrar o peso e evitar uma piora no meu problema de coluna.

Comecei a fazer meu caminho de volta para casa — que no caso, ficava à duas quadras dali —, e resolvi mudar a música que estava ouvindo, já que era um dia muito bonito para algo tão sad.

Depois de andar as benditas duas quadras e virar na rua de minha casa, e depois de quase cair de cara no chão por causa de uma pedra no caminho, eu finalmente olho para frente e vejo de longe alguém alto. Provavelmente um homem. Cabelo um pouco grande e escuro. 

Estava em frente a casa vizinha à minha.

"Caralho, que macho gostoso... Eu dava!" Começa meu subconsciente, quando na verdade, graças a minha péssima visão, eu mal conseguia ver o homem.

— Puta que pariu, nem começa. A gente ainda nem viu o mano direito. — respondo ele, falando baixo para que ninguém da rua ouça e ache que eu sou louco — se bem que, até eu acharia que sou louco.

"Porra Jimin, mas quando a pessoa é gostosa eu consigo ver de longe... Vai na minha." Retruca o mesmo.

Eu juro que se eu pudesse escolher o pior fardo que carrego e pudesse me livrar do mesmo, eu faria isso com meu próprio subconsciente. 

"Nossa Jimin, eu tô vendo você querendo se livrar de mim. O que que eu fiz pra você, cara? Eu sou teu brother, tô sempre contigo! Até quando você faz merda. Sou o único que aguenta tu passando tuas vergonha... Dá uma trégua!" Fala de novo, sendo o mesmo poço de drama de sempre.

— Primeiro, você acaba com a porra da paciência que eu já não tenho. — começo, já preparando uma bíblia de motivos para dar pra ele como justificativa de eu querer que ele desaparecesse. — Segundo, você sempre tá comigo porque você é fruto da minha cabeça sem alguns parafusos. Terceiro, normalmente é você quem me faz fazer merda ou passar vergonhas que me custaram minha dignidade e os caralhos a quatro. — paro e respiro fundo, tentando me controlar para não começar a me espancar ali mesmo. — E por último, não vou dar trégua porra nenhuma! — finalizo, jogando as sacolas de compras na calçada. 

"Ui. Tá bom. Tá bom. Vou enfiar minha boca no meu cu e ficar quietinho. Chato." 

— VÁ Á MERDA! — grito, sem perceber o descontrole tomar conta de mim e o sangue ferver.

Era sempre assim.

O maldito fazia questão de me provocar; ele sempre soube que minha paciência é quase inexistente, e faz questão de me tirar do sério todos os dias da minha vida.

A única coisa que eu não reparei naquele momento, é que eu já tinha caminhado pela rua o suficiente para estar na frente da casa do novo vizinho gostoso.

Merda.

— Ei, você tá bem? — perguntou o mesmo, deixando uma caixa de papelão no chão da varandinha que tinha em frente a casa e em seguida caminhando até mim. — Eu espero que esse "vá a merda" não seja pra mim, porque que eu saiba, até agora, a única coisa que fiz, foi tentar achar as chaves da casa que acabei de comprar. E por sinal, fiz isso muito mal.

QUE MERDA QUE EU FIZ?

"Caralho Jimin, aproveita a chance e fala que você mandou ele a merda só pra chamar ele pra trepar!

— Ah, não! Me desculpa. Sério! — digo, tentando ignorar meu subconsciente pulando de um lado pro outro gritando pra eu chamar o homem que acabei de conhecer pra trepar. — É que... É que eu... — merda, não tinha nenhuma desculpa pra usar. QUE PORRA QUE TÁ ACONTECENDO COM VOCÊ, JIMIN? — Eu esqueci de comprar uma coisa no mercado. 

"Puta merda, ninguém acredita nisso! Eu vivo com você há 21 anos, e até agora tudo que eu te digo, entra por um ouvido e sai pelo outro, porque você não aprendeu sequer uma das minhas desculpas!" 

— Você tem certeza? Parecia que você realmente estava mandando alguém à merda... — diz ele, franzindo o cenho e olhando no fundo dos meus olhos de um jeito como se quisesse saber de todos os meus pecados.

"Gzuis, casa com esse homem, Jimin. OLHA A FUCKING ENCARADA QUE ELE DEU! Socorro. Acho que nem um iceberg apaga meu fogo agora."

— Não! Quer dizer, sim! Eu só sou muito esquecido... acabei de lembrar que tinha que comprar maçã. — MAÇÃ? Eu tô fudido.

— Ah! — diz ele, finalmente desfranzindo o cenho, me dando a honra/prazer de poder apreciar seus olhos escuros. — Quer ajuda com as compras?

— Que compras? — pergunto, franzindo o cenho e apertando os olhos tentando entender sequer um por cento do que estava acontecendo. 

— Essa compras... — diz ele, pausadamente, apontando para as compras espalhadas no chão.

"Puta merda em Jiminie, só não se esquece que tem pau porque ele tá quase ficando duro pelo vizinho gostosão." 

— Ai, meu deus! — digo a medida em que me abaixo para começar a pegar as compras caídas e por em suas devidas sacolas. — Você deve achar que seu vizinho é louco... Desculpa, serião!

— Pera, deixa que eu te ajudo... — falou, também se abaixando e fazendo o mesmo que eu. — Então quer dizer que seremos vizinhos? — ele para, com um saco de limões nas mãos, e me encara novamente, esperando que eu o encarasse de volta.

— Bom, acho que sim... Quer dizer, depois dessa notícia, eu tenho certeza que você não vai passar nem três meses nessa casa depois de ver que seu vizinho tem problemas mentais. Mas, sim. Nós seremos vizinhos… — digo, enfiando um saco de maçãs dentro de uma das sacolas, finalmente o encarando de volta.

— Na verdade, eu fico até mais aliviado em saber que não vou ter que conviver com vizinhos robóticos, padrões, ou daquele tipo de comercial de margarina em que todo mundo tá rindo do vento como se tivesse tomado LSD junto do café da manhã. — diz ele, com um sorriso dando as caras em seu rosto, deixando a mostra seus dentinhos de coelho. — Mas enfim, até agora eu não sei seu nome...

"CARALHO JIMIN, ESSA JÁ TÁ NO PAPO. Ele já tá até perguntando seu nome... Vai na fé irmão."

— Jimin. Park Jimin — digo estendo a mão direita para cumprimenta-lo.

— Prazer, Jimin! — diz ele ainda sorrindo e respondendo meu cumprimento formal. — Eu sou Jungkook. Jeon Jungkook.

...

LIE | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora