《 TWENTY ONE 》

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Boa leitura! ♡

JIMIN

Depois de ouvir o que Jungkook teve a capacidade de dizer, eu só pude arregalar os olhos e direcionar os mirantes em sua direção, quase numa repreensão silenciosa. Mas, que ele entendeu.

Em um segundo, o brutamontes deu um passo à frente, e eu tive a sensação de que ele ia pisar em cima de nós dois como se fossemos baratas; o bafo quente de sua respiração pesada alcançou ambos os rostos, quando sua carranca mal humorada piorou mais ainda.

— O que disse? — perguntou, olhando para Jungkook de uma forma que, se fosse eu ali, já teria me mijado todo.

— Você é surdo? — perguntou Jungkook, conseguindo piorar a situação.

Eu, sinceramente, estou ficando com vontade de voltar a andar fingindo que não o conheço, porque, francamente...

Quem é que desafia um valentão, cacete?

— Desculpe, mocinha, acho que não estou entendendo o que você quer dizer... — disse novamente o guarda-roupa, abusando da ironia que lhe é permitida. — Você está pedindo pra eu te meter a porrada?

Sentindo o corpo gelado de pavor por saber que vamos virar patê, eu sinto a mão de Jungkook agarrar a minha, antes de olhar novamente para o brutamontes e me surpreender um pouco mais com sua cara deslavada:

— Tenta a sorte então! — diz em um instante, e, no seguinte, já corre pela rua, segurando minha mão, guiando o caminho.

Não sei como, mas tudo parecia ter sido calculado por Jungkook, porque, assim que saímos correndo, atravessamos uma rua, mas, quando chegamos ao outro lado, o sinal de pedestres fechou, deixando o cara de quase dois metros de altura do outro lado da rua.

— Eu vou pegar vocês! — gritou.

— Eu acho que não — disse Jungkook, encostando a mão na boca e mandando um beijinho no ar. — Bye!

E, em seguida, voltamos a correr.

Eu estava confuso entre querer quebrar a cara de Jungkook por colocar a gente em duas péssimas situações em menos de dez minutos, e, simultaneamente, querer me deitar no chão e rir até que a barriga doesse, porque eu nunca fiz tantas besteiras que envolvessem adrenalina desse patamar.

— Você é maluco! — digo, enquanto ainda corremos pelas ruas. — A gente quase se fudeu! Duas vezes!

Jungkook pareceu não levar muito a sério minha frase, e eu agradeço por isso, porque nunca achei tão emocionante correr risco de vida.

Depois de eu já começar a sentir a respiração pesar pelo esforço na corrida, Jungkook parece compartilhar desse mesmo cansaço quando me puxa pelo braço para um tipo de ruazinha, sem muito movimento de carros ou pessoas, e, quando eu imaginei que ele iriam me assaltar e esfaquear, ele me beijou.

Puta que pariu, que homem imprevisível do cacete!

Mas, não estou reclamando do beijo.

O beijo é um tanto agressivo; não é tranquilo, não é delicado, e não se demorou em um selar tranquilo. E, a adrenalina do beijo fazia jus à adrenalina que corria em nossas veias.

Nossas bocas seguiam encaixadas perfeitamente, as línguas em movimentos tão sincronizados que me fazem questionar como isso é possível, os corpos colados, os corações acelerados e as mentes tão distantes da realidade cretina deste mundo.

As mãos de Jungkook permaneciam firmes em minha cintura, me mantendo colado ao seu corpo, enquanto minhas mãos ainda buscavam algum apoio segurando seu pescoço, enfiando as unhas curtas na pele macia, numa tentativa falha de extravasar todas as sensações que me dominavam.

LIE | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora