Capítulo IV - O Santuário

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Ao sair do portal, os amigos se viram próximos de um penhasco que dava uma visão panorâmica de tirar o fôlego.

Era como se estivessem numa colossal caverna arredondada com vários quilômetros de diâmetro,que era iluminada por cristais em seu topo como se fossem vários sóis.

Quatro biomas dividiam a caverna em quatro regiões a partir do centro. Um deserto com gêiseres, um lago parcialmente congelado em sua extremidade próxima às paredes rochosas, uma grande floresta tropical semelhante a selva amazônica, e um emaranhado de colinas e elevações cobertas de nuvens.

Bem onde estes quatro ambientes se encontravam, estava uma grande pirâmide. Uma espécie de templo maia gigante, que marcava o centro da caverna.

Tudo lá transbordava vida. Grandes revoadas de pássaros voavam em suas formações entre as nuvens, e o canto dos animais presentes na mata era como uma sinfonia da natureza. Merlin se colocou diante do quarteto para os apresentar a este novo mundo.

— Este é o local mais sagrado da Terra. O Santuário. Uma caverna dentro cordilheira dos Andes. Por isso que as paredes tem a quilômetros de altura. — Os adolescentes imaginaram que seria um lugar muito diferente daquilo. Jamais passou por suas cabeças que eles treinariam em local especial tão longe da civilização.

Todos estavam hipnotizados com a beleza da paisagem. Um forte sentimento de conexão com o local não os deixava tirar os olhos da vista em sua frente. O professor já estava descendo a trilha ao lado do penhasco, indo em direção a floresta, porém seus alunos ainda estavam distraídos.

— Ei, acordem. Se vocês ficarem panguando aí vou deixar os tigres gigantes comerem vocês. — A frase que ele disse não soou como uma piada. A reação do grupo foi de encará-lo por alguns instantes, como se esperassem que ele desse algum sinal de que estava brincando.

— Quê?! — Todos eles disseram unissonamente, ao ver que suas expectativas não foram atendidas. O que Merlin havia dito seria reforçado depois, após a trupe chegar no início da floresta. Assim que terminaram de descer o penhasco, eles notaram na presença do que parecia ser uma espécie de jaguar gigante. O felino era pelo menos duas vezes maior que um tigre siberiano adulto.

Os quatro jovens se sentiram terrivelmente intimidados, mas a fera se mostrou apática em relação aos humanos que haviam acabado de chegar ao local. Tudo que ele fez foi beber a água da nascente de rio ao lado do paredão da caverna e caminhou de volta para floresta pacificamente.

— P-p-professor... esse lugar não é meio perigoso demais? — Vivian perguntou, enquanto se escondia atrás do alto homem, que não parecia nem um pouco incomodado com a situação.

— Só me acompanhem. Se ficarem perto de mim, nada de ruim vai acontecer. As criaturas aqui não tem pessoas no cardápio. — Por mais que fosse verdade, as palavras do educador não foram o bastante para acalmar ninguém. Ele voltou a guiar o grupo pela área verde, que por mais assustadora que fosse, tinha belíssimas criaturas que existiam somente ali. Horas de caminhada depois, os aventureiros chegaram até a pirâmide.

Exaustos, os estudantes se sentaram no primeiro degrau das escadas. Já era início da tarde, e ninguém havia almoçado ainda.

— Deus do céu. Eu achei que iria morrer. Andamos horas e mais horas... — Gabrielle comentou, e em seguida tomou um gole de sua garrafa de água.

— Não foi nada mal. Fizemos uma trilha de 20 quilômetros em 6 horas e vocês não pediram tanto para descansar. Vou preparar o almoço para vocês. — O professor disse, ao mesmo tempo subia a escadaria. Mais tarde, com os alunos reunidos no topo da construção, houve uma refeição ao ar livre.

Os Celestiais do Apocalipse - Prólogo da DevastaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora