Capítulo XV - Nas profundezas

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— Oh, Scheiße! — O alemão natural de Klaus escapou de seus lábios ao ver o perigo em sua frente. A maga criminosa estava carregando a estátua com suas energias, e ele sabia muito bem o que isso significava.

— Invocação! Atirem! — Ele deu a ordem as suas subordinadas, que dispararam seus fuzis junto com ele. Cada uma das balas acertou seu alvo, mas não houve um único sinal de dano por parte da sinistra mulher, a não ser por alguns pequenos sangramentos. Era Magia de Reforço Físico, o bastante somente para evitar danos fatais por armas de fogo.

Logo que os cartuchos ficaram vazios, todos que estavam no lugar puderam sentir uma gigantesca massa de energia demoníaca surgindo da imagem de pedra que começava a mudar sua cor de branco para marrom, enquanto era coberta por uma aura mágica púrpura.

— Meninas, para trás!! — Sem nem ao menos terminar a frase, o subtenente soltou seu rifle e estendeu seus braços. Sua aura emergiu violentamente de seu corpo e se condensou nas palmas de suas mãos, onde estava se formando um selo de magia.

Seguindo a instrução, duas soldadas se afastaram. Logo que deram o primeiro passo para trás, elas viram seu comandante lançar o que pareceu um torpedo de energia mágica contra a inimiga, antes de cobrirem seus olhos para se proteger de um clarão cegante. Uma fortíssima explosão chacoalhou o subsolo, fazendo várias das estalactites caírem por toda caverna. A nuvem de poeira resultante encobriu a visão dos exorcistas.

— Que merda foi essa!? — Ana perguntou, chocada com o ataque que havia acabado de presenciar.

— Manipulação de Temperatura. Magia de Nível 1. Calor o suficiente para ionizar gás atmosférico e causar uma explosão térmica. — Uma das formas de classificar o nível de dificuldade das magias era a divisão dos vários tipos mágicos em três níveis. O Nível 3 era o mais básico, com as magias elementais de Fogo, Água, Terra e Ar. O Nível 2 vinha logo em depois, composto de aplicações mais complexas como Eletricidade, Selos de Magia e Gelo. O Nível 1 era reservado aos magos mais dedicados e habilidosos, que são capazes de alterar as próprias leis da natureza com a magia.

E a jovem estava ciente do que aquilo significava. Era o testamento do verdadeiro poder de Klaus Schneider, que chegou a um nível de habilidade com magia que normalmente levaria décadas de aprendizado e treinamento com somente vinte e quatro anos de idade.

— Você só pode tá de brincadeira... — O subtenente disse, e num instante toda a admiração que as membras de seu esquadrão sentiram por ele sumiram de uma só vez. Mesmo com todo aquele poder de fogo, a magia demoníaca não havia diminuído nem um pouco.

Foi então que a névoa de detritos foi achatada por um rugido ensurdecedor. Com as vistas desimpedidas, era possível observar a aberração recém-despertada arrancando suas peludas pernas do chão. Toda a superfície do ser estava viva. Sua pele marrom, pelo e chifres negros eram o sinal que a invocação havia sido completa. E o pior de tudo, era a insana quantidade de magia que possuía, o suficiente para dar calafrios nos exorcistas novatos.

— Espera!! Eu te revivi!! Lorde Bohamor, Eu te revivi!! — A alquimista que havia invocado a criatura infernal gritava em desespero. Ela havia sido agarrada pela mão de seu lorde, que não demonstrava ter muita consideração pela vida da "serva". Na verdade, para ele, a pequena humana era só mais um prato de comida a ser devorada por sua boca, que começava a se abrir e mostrar fileiras de enormes dentes.

— Não... não!! Socorro!! — Tudo que ela pode fazer foi gritar o mais alto que pode antes da mandíbula do monstro se fechar como uma guilhotina, esmagando seu crânio. E ele triturou o resto do corpo entre seus dentes de maneira brutal. Era pior que uma fera selvagem.

Os Celestiais do Apocalipse - Prólogo da DevastaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora