Capítulo XXI

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Na terça-feira, pela manhã, Benjamin acordou apenas com um pingo de preocupação sobre a possível punição que ele levaria caso Lucille abrisse a boca e dissesse sobre o balde de água suja que ele jogou na garota. Ele imaginou que os amigos da menina iriam dizer alguma coisa mas, ao chegar na escola e se deparar com uma tranquilidade questionável, ele reparou que eles também não falaram nada a ninguém. Ele se sentiu feliz com isso.

Bom, não que fosse do feitio de Benjamin chantagear alguém e se divertir com isso, mas era mais que prazeroso saber que Lucille não ferrou a vida dele mais uma vez por medo de algo que estava em suas mãos, no caso, o vídeo dela cuspindo no rosto de April. E aquele balde de água suja foi apenas o começo da punição que Lucille realmente merecia. Depois de trair Benjamin com Anthoniel, ter sido falsa e tóxica todo esse tempo, tentar colocar Ben como o vilão e revelar o maior segredo de April, a garota merecia um balde de coisa muito pior que apenas água suja... lava, talvez. Mas Benjamin não era tão cruel assim.

Mesmo a feição assassina no rosto de Lucille não conseguiu acabar com o bom humor de Benjamin naquela manhã. Ele teve a aula de artes em trio com Germano e Anthoniel, mesmo ignorando a existência desse último; teve uma ótima aula de natação, que foi boa apenas pela visão do corpo de Germano; flertou com o garoto o dia inteiro, entre beijos e risos, na frente de todos, já que agora eram namorados oficialmente. Nada de ruim poderia acabar com o dia dele, nem mesmo Anthoniel, que acabara de sentar ao lado dele.

Benjamin estava em um dos bancos espalhados pela área externa da escola esperando o seu motorista para poder ir para casa. Ele estava observando a saída de moto de Germano, que não podia se atrasar para o trabalho, quando se surpreendeu (ou se chateou) com a chegada de Anthoniel ao seu lado.

- Como eu queria ser esse banco agora... - Anthoniel disse, malicioso, olhando para a bunda de Benjamin.

Benjamin continuou olhando para a saída da escola, ignorando-o. Há meses já tinha se acostumado àquela insistência insuportável de Anthoniel em dar em cima dele.

Anthoniel descansou o corpo no banco, desistente.

- Fiquei sabendo que vocês dois estão namorando... você e Germano.

- A fofoca corre rápido por aqui. - Benjamin disse.

- Com certeza corre. Todo mundo ficou sabendo da tentativa de vocês dois de transarem no armário de vassouras.

Anthoniel riu, enquanto Benjamin não esboçava reação nenhuma.

- O que os seus pais disseram sobre isso?

Benjamin deu de ombros.

- O mesmo de sempre... Para eu me dar mais respeito, me comportar na escola, não arriscar perder o prêmio Leminnier. Disseram que eu já tinha idade o suficiente para entender o que eu posso e não posso fazer. Provavelmente a diretora apenas deve ter citado que eu estava me beijando com ele, e não... transando.

Anthoniel riu.

- Com o tanto de fofocas rolando sobre vocês dois... Eu aposto que você deve está arrependido de ter feito isso.

Benjamin encarou Anthoniel.

- Não, na verdade não estou nem um pouco arrependido. Se dependesse de mim, eu faria tudo de novo, chegaria até o final com Germano dentro daquele armário... Comecei a perceber que a opinião alheia não vai mudar muita coisa em minha vida.

- Faria tudo de novo? Acho que escolheu a pessoa errada então. Esse Germano não parece ter coragem suficiente para fazer isso. - Anthoniel sorriu, malicioso - Já eu, por outro lado...

Benjamin revirou os olhos.

- E lá vai você... não podemos nem falar de sexo que você se transforma na pessoa mais egocêntrica e idiota desse planeta.

Benjamin e GermanoOnde histórias criam vida. Descubra agora