The Way Back to Each Other

Em Pratos Limpos

Sentia seus dedos formigarem tamanho nervosismo que sentia no momento, agradecia ao anjo por estar sentado pois tinha certeza que antes de explicar metade do que precisava estaria beijando o chão, ainda não haviam começado a falar e tudo a sua volta já estava girando, o deixando nauseado. Os olhos castanhos do outro lado o miravam de forma preocupada, estava aí uma coisa que talvez nunca mudasse: nunca conseguia esconder de Magnus quando algo estava errado consigo, e se tinha uma coisa que não estava nesse momento era bem. Finalmente, poderia explicar tudo o que aconteceu a anos atrás com motivos suficientes para não ser interrompido, deveria estar feliz, mas o receio da reação de todos ao seu redor pesava em sua consciência. Com certeza não era assim que imaginava contar tudo ao outro, esperava ser algo entre os dois, de forma mútua, não em frente a todos seus amigos e sendo obrigado a isso, em meio a uma situação tão delicada.

Olhou de canto para Helena, e percebeu que a mais velha olhava da mesma forma para Amália, a reação da feiticeira talvez fosse ser a pior entre todos os presentes, esperava que a situação entre elas não ficasse mais tensa. Respirou fundo, não sabia como começar, procurou novamente a mulher com os olhos e ela acenou com a cabeça, pelo menos ele não iria ter que começar a conversa. O que não diminuía quase em nada seu nervosismo, chegaria a sua hora de falar, e de um jeito ou de outro estava envolvido até o pescoço, tanto que havia se afogado. Não conseguia pensar em situação pior do que estava atualmente, o que morbidamente conformou seu coração.

_ Acho que eu devo começar. - Helena se pronunciou. - Sou Helena Lovelace, do instituto de Bangkok. - Viu os caçadores de sombras olharem entre si. - Bom, a cinco anos atrás, fomos notificados da morte de Henry Collins, ele era metade como nós, metade fada, como Samantha. Mas...

_ Mas ele não possuía marcas, e era bem próximo dos submundanos de lá, sendo querido pela maioria, ele sempre se encaixou melhor no submundo do que com seu outro lado de herança, visto que foi criado somente pela sua mãe, que era seelie.- Alec em um surto de coragem a cortou, seria mais fácil para os irmãos ouvirem de si. - Porém, o curioso era que aparentemente, ele havia sido morto por vampiros. No plural pois ele não apresentava só uma marca de mordida, porém elas não eram nada parecidas com o que fizeram com Simon, era de certa forma, calculadas, feitas de maneira cuidadosa, e ele aparentava um período de sofrimento bem longo.

Ajeitou-se na cadeira, agora a parte realmente complicada começava, fez sinal para Helena continuar, não queria que Magnus levasse o assunto seguido como um surto seu.

_ Quando fomos investigar, descobrimos por meio de alguns contatos que ele estava desaparecido por mais ou menos duas semanas, e que na noite que provavelmente foi a do seu sumiço, ele estava com uma mulher loira, de olhos verdes, muito bonita e que aparentava ser francesa e muito fria. - Helena foi cortada por Amália.

_ Reconheço Camille Belcourt de olhos fechados, não me surpreende mais uma quebra dos acordos. Todo submundano já quebrou as regras um dia, mas essa mulher com certeza fez parte dos recordes.

Magnus apenas retesou em seu lugar, e se mexeu de forma desconfortável.

_ Precisávamos de alguém bem visto pelo submundo, visto que esse caso era um pouco delicado demais e não queríamos causar tensão tão pouco tempo após o conflito com Jonathan e Valentim, tínhamos quase certeza que ninguém da área era culpado por aquilo, então, após saber sobre Camille, buscamos saber de seu paradeiro, e realmente ela havia passado por ali em um tempo que batia com os acontecidos, mas quando começamos a investigar ela já estava em Nova York. - Olhou para Alec. - Então, nos lembramos dele, que se encaixava perfeitamente na descrição que precisávamos, ele era próximo de submundanos, tinha a sua confiança e ainda morava na cidade certa.