Aquele que é para mim

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O gosto férreo de sangue se espalhava por sua boca, fazendo seu estômago se retorcer em náuseas, se concentrava o máximo que conseguia ignorando as pontadas nas diversas partes de seu corpo, porém, por mais que tentasse nada respondia. Fora a névoa que parecia estar em sua cabeça, os efeitos dosados o suficiente para incapacitar e deixá-la desconfortável, mas não para apaga-la. Mas nada era tão forte, como a raiva que se espalhava por cada mínima parte de si, já imaginava que alguém os estivesse vigiando, mas nunca pensou que aquela pessoa poderia fazer aquilo consigo.

Não depois de tudo.

Nathanael andava em círculos, com os olhos fixos no corpo da mulher deitado em cima da mesa no centro do cômodo, como se fosse a coisa mais interessante de se olhar. Era melhor aproveitar a calmaria, para poder analisar cada pedaço, pois sabia que na primeira oportunidade ou falha que a feiticeira se libertasse, ele estaria definitivamente morto. Agora não tinha mais volta, então, era melhor não desperdiçar o que lhe restava.

_ Eu acho que você quer saber, por que tudo isso, certo?

Apesar de não conseguir responder devido ao extremo mal estar, a mulher fixou seus olhos na figura masculina, esperando que ele entendesse a sua resposta. O motivo disso, era tudo que ela queria, depois que conseguiu passar com estranha facilidade pela segurança, antes de novamente sofrer o ataque com a substância desconhecida, e a última pessoa que esperava encontrar ali, aparecer em seu campo de vista.

_ Sabia que isso começo antes mesmo do que você imagina? – Deu uma risada sem humor.- Em Bangkok, com a arrogante da sua namoradinha, fiquei por um tempo no instituo, mas ela é tão auto centrada que nem ao menos me reconheceu. – Deu a volta novamente pela mesa. – Ai, um belo dia vem você, vi vocês duas se encontrando na saída, e não consegui mais pensar em outra coisa.

O tom que o rapaz usava, a fazia sentir uma náusea diferente, acompanhada de um calafrio cortando por baixo de sua pele e repulsa, automaticamente tentando afastar seu corpo da direção em que o rapaz se encontrava.

_ Pesquisei sobre você, e desde essa época eu tinha conhecimento da sua ligação com Magnus Bane, e com a família Morgenstern, e que era quase um fantasma sem localização precisa. Então, precisava usar a cabeça para te atrair. E a clave com certeza não iria me ajudar. – Apoiou os cotovelos na beirada na mesa, aproximando seu rosto do dela, que apenas fechou os olhos. – Bom, ai eu vi a sua queridinha, com o senhor Lightwood.- riu.- E bem, até ai eu não sabia que vocês não se conheciam, para mim ele era seu amigo, assim como o companheiro. Então com certeza eles saberiam onde te encontrar.

Amália sentiu os dedos dele deslizando por seus cabelos, aumentando a sensação em seu interior de querer sair correndo e só parar quando tivesse certeza que estaria longe o suficiente. Aquele homem era louco, andando atrás de rastros de uma mulher que apenas viu uma vez, por mais de cinco anos, visto que quando ele viu Alec com Helena, a separação do rapaz e de Magnus ainda não tinha ocorrido.

_ Mas você nunca saia da toca, e agora, descobri que eles armavam as coisas pelas suas costas. – suspirou. – Desperdicei meu tempo. Mas, isso por outro lado me trouxe o grande prêmio. Samantha. O seu real ponto fraco, não é? – Riu._ Depois da primeira vez que a vi, e Helena contou a Alexander sobre os desaparecimentos e sobre a sua preocupação, eu soube, que se eu tivesse a garota eu teria você.

A onda de ódio que atravessou cada poro de seu corpo, foi indescritível, a ponto que o corpo que estava completamente inerte, respondeu com apenas um gesto, um cerrar de punhos que demonstrava seu estado de espírito. Usar uma garota de isca, a submeter a cárcere privado por causa de uma obsessão maluca. Ela precisava urgentemente se soltar.

The Way Back to Each OtherOnde histórias criam vida. Descubra agora