Acordou, passou os olhos pelo cômodo sem estranhar, já que estava virando rotina acordar no quarto de Magnus desde que as investigações começaram, porém o calor do corpo atrás do seu, e os braços fortes envoltos por sua cintura, em conjunto com a respiração e o rosto encaixado em seu pescoço eram, realmente, novidade.
As suas lembranças da noite anterior estavam embaralhadas, recordava de conversar com Isabelle, Magnus vindo em sua direção e seus olhares se conectando, após isso, apenas sabia que sentiu uma pontada de dor e em seguida apagou, acordando no quarto em que se encontrava, aos poucos, a imagem do acontecimento antes de dormirem preencheu a sua mente: O beijo trocado e as palavras que o outro lhe disse.
Olhou por cima do ombro, se mexendo o mais delicadamente possível para não acordar o homem ao seu lado, visualizando a face tranquila e que aparentava estar em um sono profundo, ainda tinha suas incertezas, mas não era surpresa que ele cederia ao outro, caso o mesmo quisesse, iria com calma e reconstruindo a relação aos poucos, mas com certeza, voltaria para ele, e para o apartamento se fosse permitido.
Apesar de aparentar estabilidade e muitos, que não eram próximos de si, acreditarem que ele tinha superado, os últimos anos foram desde o começo até o final os piores de sua vida. Quando iniciou seriamente o relacionamento com Magnus, após a morte de Max, estava tendo problemas para dormir. Ficava agitado, não conseguia permanecer deitado sem sentir vontade de chorar, ou se pegava no sono acordava constantemente por conta de pesadelos. Muitas foram as noites em que aparecia na porta do loft, pois o feiticeiro era o único que conseguia fazer com que pegasse no sono, sem magia, apenas com o som de sua voz e carinhos.
No tempo em que estiveram separados, além de não encontrar conforto em nada, os terrores noturnos pioraram, resultando em uma exaustão continua. Fato que refletiu quando precisou voltar ao loft pela primeira vez, sempre que passava por estresse ou por uma situação muito complicada, as tonturas e dores de cabeça vinham como recompensa, mas essa noite, foi de longe uma das melhores nos últimos tempos, mesmo após o teto desabar na sua cabeça, literalmente.
Sentiu o corpo colado ao seu se remexer, logo em seguida, os braços em sua cintura aumentaram o aperto, trazendo seu corpo para perto e um beijo ser plantado em seu pescoço.
_ Bom dia. – A voz rouca e sonolenta soou em seu ouvido. – Dormiu bem?
_ Bom dia, muito bem, e você? – Se aconchegou ao outro.
_ Melhor impossível. – Virou o rapaz para si.
Sorriram um para o outro.
_ Seria errado dizer eu gostaria de esquecer o mundo lá fora por hoje?
_ Estamos os dois errados, então. – Magnus completou.
Entraram em um acordo silencioso de não tocar nos assuntos fora daquele quarto.
_ Como está se sentindo? – Mas ainda assim não conseguiu deixar de se preocupar.
_ Descansado, um pouco desmemoriado, e confortável. – Aconchegou o rosto no pescoço do mais velho sentindo um carinho ser feito em suas costas.
_ Alexander.
_ Oi? – Voltou a olhar para o rosto do outro.
_ Sei que falamos em esperar tudo isso acabar, mas, podemos ter aquela conversa agora?
_ Não.
Os olhos dourados se arregalaram e a tensão se espalhou por todo o seu corpo.
_ Mas... – Se afastou levemente do outro, decidindo não insistir. – Bem, vou ver como as coisas estão.
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The Way Back to Each Other
RomanceAlexander Gideon Lightwood, agora aos 23 anos, diretor do instituto de Nova York, se vê entre a cruz e a espada ao ter que ajudar Magnus Bane, alto feiticeiro e seu ex namorado, quase cinco anos depois de terem se separado por uma armação de Camille...