Eu Posso Ficar Sem Você

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O céu noturno estava sem estrelas, parecia estranhamente escuro naquele momento, dando um ar ainda mais melancólico ao jovem sentado na escadaria que era usada como acesso ao terraço do prédio. Estava exausto, essa era a definição mais precisa para tudo o que passava em sua cabeça. Ao contrário do que pensou, quando decidiu ir para fora, toda a sua vontade de chorar sumiu, apenas ficou sentado sentindo a tristeza se espalhar por cada célula de seu corpo, em conjunto com a sensação de ter tirado um peso sobre seus ombros, resultando em um cansaço significativo. Mas não era só físico. Cinco anos depois e já estava fadigado de ainda ser atingido por toda essa situação, sendo jogado de um lado para o outro sem ter muita escolha no final, uma coisa tinha certeza: Não iria mais implorar por nada. Nem por um voto de confiança, nem para voltar para os braços do outro, se esforçou demais em vão, e iria deixar o outro decidir como levar a situação dali para a frente.

Após um tempo ouviu os tão conhecidos passos, e isso trouxe a sua mente todas as vezes, não muitas na verdade, em que se desentenderam, e ele ia para fora para pensar e tempos depois o mais velho ia até ele para irem juntos para dentro e enfim conversarem, depois de resolver verbalmente e resolviam na cama e dormiam um nos braços do outro. Mas já sabia que esse não seria o caso dessa vez. Não demorou a ver os pés do outro aos seu lado e a mão de pele dourada em sua direção, a pegou como apoio para levantar e seguiu Magnus para dentro do apartamento sem questionar, precisavam conversar. Ao entrar na sala reconheceu o encanto, como uma bolha amarela, que não permitiria ninguém ouvir o que eles conversariam, baseado no que ouviu antes de se retirar por completo, sabia que Amália foi a responsável, de certa forma se sentiu agradecido por isso, sabia que uma interrupção seria muito inoportuna mas saber que ela estaria ouvindo caso algo saísse de controle lhe dava uma segurança de não se machucarem mais do que estavam. Nunca se agrediriam fisicamente, mas palavras eram mais capazes de ferir alguém que qualquer outra coisa.

_ Nós precisamos conversar. - Magnus fez contato visual.

_ Te sobram dúvidas depois do que foi explicado? - Sentou-se no sofá.

_ Por que não me contou sobre isso?

_ Você sabe que para algumas coisas o sigilo é exigido, e não queria te envolver mais que o necessário.

_ Mas eu acabei sendo envolvido de um jeito ou de outro, era seu dever me contar a partir do momento que ia usar meu nome para conseguir alguma coisa!

_ Você fala como seu eu quisesse alguma conquista pessoal com isso. - Passou as mãos pelo rosto. - Eu não podia te enfiar em um caso de quebra de acordos, você tinha que ficar o mais longe possível disso, e eu tinha respaldo para usar o seu nome isso não ia te prejudicar em nada!

_ Alexander você não tinha que me proteger do mundo o tempo todo.

_ Mas eu te protegeria de tudo, até mesmo quando não pudesse mais, eu nunca te deixaria cair, eu nunca largaria você Magnus!

O dono dos olhos de gato arfou com as lembranças que esta frase trouxe a sua mente, era incrível de como depois daquela viagem tudo virou de cabeça para baixo, nunca imaginou que se separaria dele após terem passado por tudo aquilo juntos.

_ Você tem que entender, sempre chegava fora do horário em casa, saía quando eu estava dormindo, não estava quando fui te ver no instituto algumas vezes, como eu não iria desconfiar de alguma coisa?

_ Mesmo te encontrando inúmeras vezes com Camille até mesmo dentro da nossa casa, eu nunca te acusei de nada sem te ouvir. - Viu o outro abaixar a cabeça. - E você sabe que isso não foi só uma vez.

_ Mas isso é diferente, você me conhecia o suficiente para saber que eu e ela só conversamos em todas as vezes, na maioria por insistência dela. Que eu não tinha nenhum outro interesse nela, que para mim só existia você!

The Way Back to Each OtherOnde histórias criam vida. Descubra agora