Pov Gerard
A chuva já não se fazia mais presente lá fora, e o gemido rouco de Frank pareceu soar mais alto por isso. Sinto o seu líquido quente, ralo e em pouca quantidade me preenchendo pela segunda vez esta noite e caio debilmente de bruços ao seu lado no tapete felpudo do nosso esconderijo, totalmente derrotado. Meu peito subia e descia violentamente em busca de ar, exatamente como o de Frank. Havíamos feito sexo tantas vezes, de forma tão animalesca até nossos corpos implorarem por uma trégua. Quatro vezes. Quatro vezes incríveis. O local cheirava inteiramente a sexo puro e intenso.
Frank estica um braço me convidando a aconchegar-me ali, e eu rapidamente aceito o seu convite, me arrastando como pude até seu corpo suado e morno. Ajeito-me em seus braços, desejando não precisar sair dali nunca mais. O tapete pinicava a minha pele e o chão duro fazia minhas costas reclamarem, mas aquele abraço confortável e aquela pele ligeiramente bronzeada faziam tudo valer a pena de um jeito tão fascinante, que eu poderia facilmente morar ali.
Levo de meu dedo indicador até a chama tatuada em seu peito, rodeando o desenho com a ponta, completamente entretido com aquela brincadeira de movimentos circulares que eu havia criado. Frank leva sua mão até meu cabelo completamente encharcado de suor, e afunda os dedos em meus fios negros, fazendo o melhor cafuné do mundo.– Você acha que está perto de amanhecer? – Ele pergunta casualmente.
– Não sei, talvez ainda falte um pouco considerando que nenhum galo cantou ainda... Mas nem pense em querer outra! Eu não aguento, estou morto.
– Não, não foi por isso que eu perguntei. – Frank ri como pôde, embora a exaustão ainda o tomasse. – Eu queria ir para o quarto e tomar um banho com você antes que amanhecesse.
– Ah, tudo bem. – Continuamos deitados por mais algum tempo, eu não sei se estava em condições de me levantar. – Eu nunca tomei banho com alguém antes. – Digo casualmente.
– Ora, me parece que teremos uma outra primeira vez juntos então. – Havia uma faísca de animação em sua voz. Não por malícia, mas pelo fato de que ele parecia realmente feliz em fazer parte de minhas primeiras experiências. Eu gostava disso.
Frank foi o primeiro a tomar uma iniciativa, levantando e pegando suas roupas. Levantei logo depois, sem nenhuma vontade, e procurei por minhas roupas que estavam espalhadas pelo cômodo. Nos vestimos sem trocar nenhuma palavra, não que isso fosse algo ruim, era apenas mais um daqueles momentos em que ficávamos presos em nossos próprios pensamentos, sem a necessidade de conversar.
Fizemos o caminho de volta, sempre de mãos dadas, e fomos para o meu quarto. Trocamos alguns beijos antes de Frank me arrastar para o banheiro enquanto eu reclamava que estava com preguiça de tomar banho.
– Gee, não quero saber se está com preguiça, não vou te deixar ir pra cama todo suado desse jeito. – Frank terminava de tirar sua calça e eu nem tinha tirado minha camiseta ainda. – Vamos. – Ordenou.
Me despi com a ajuda de Frank e entramos debaixo do chuveiro. A água estava numa temperatura agradável, era relaxante. Em meio a beijos e toques, sem nada muito íntimo por conta do cansaço, aproveitamos a companhia um do outro no banho. Momentos como esse me fariam falta depois de amanhã, eu sabia muito bem disso, mas não iria desmoronar outra vez, não na frente de Frank.
Terminamos o banho, e eu vesti uma roupa confortável de dormir, dando a Frank uma de minhas camisetas largas. Ele a vestiu, usando apenas isso na parte de cima e as boxers. Simplesmente adorável. Então finalmente fomos para minha cama. Eu deitei por cima de Frank, nossos pés estavam entrelaçados e eu apoiava a cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos. O som dos batimentos cardíacos de Frank, somado ao cafuné que eu recebia, foi o suficiente para que meu sono chegasse e eu me rendesse ao cansaço. Murmurei um "eu te amo" antes de finalmente entrar num sono profundo.
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You're my medicine
FanfictionEstar internado em uma clínica de reabilitação aos 21 anos de fato não estava nos planos de Gerard, tampouco conhecer alguém tão frenético e expansivo como Frank. A colisão entre a euforia e placidez de ambos resultou em algo muito maior que aversão...