Nota das autoras:
Oii, gente! Nos chamamos Sofia (kittymustdie ) e Pâm ( girldivisionn ), e nós duas estamos escrevendo esta fic. É a primeira vez que escrevemos juntas, então nos desculpamos desde já se não ficar assim tão boa. Estamos criando a trama com carinho e dedicação, e pedimos que avaliem e comentem o que acharem dos capítulos sempre que puderem.
Obrigada e boa leitura!
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Pov Gerard
Em um dia comum eu estaria em meu quarto sozinho, escrevendo, dormindo, desenhando ou fazendo absolutamente nada. Bem, hoje não é um dia comum.
Fui praticamente acordado com gritos de minha "adorável" mãe que esbravejava para que eu me arrumasse antes que ela invadisse meu quarto, coisa que ela era muito capaz de fazer. Precisei me arrumar contra a minha vontade, pegar minhas coisas e sair correndo pelas escadas antes que minha mãe decidisse me arrastar até o carro.
Recentemente meus tios, que dizem ter apreço por mim, decidiram me internar em uma clínica de reabilitação, com o dinheiro deles, para tratar do meu vicio em remédios. Minha mãe não deu muita importância para o assunto e nem sei por qual motivo ela está me levando até lá uma vez que nunca se importou com o meu estado de saúde físico ou mental. Talvez esteja o fazendo apenas para assinar documentos ou coisa assim.
Passei o caminho todo observando a paisagem. Estava confuso, cansado, irritado e ansioso, tudo se misturando ao mesmo tempo. Sabia que isso era para o meu bem, talvez pudesse começar uma nova vida quando saísse de lá, mas também sabia que seria uma experiência difícil e estressante.
Paramos em frente à clínica e antes de sair do carro tive de respirar fundo diversas vezes para me acalmar e encarar tudo aquilo, lutando para expulsar o medo que se alastrava em meu peito. Caminhei junto de minha mãe até uma recepção onde ela teve que assinar alguns papéis e todas essas coisas enquanto eu observava o local, que por sinal se mostrava bastante sofisticado, cheio de quadros e janelas grandes.
– Peço que me acompanhe até seu quarto, Gerard. - Uma funcionária me chamou, tinha um rosto simpático e parecia alegre – Se quiser também pode acompanhar seu filho. – Encarou minha mãe que apenas concordou com a cabeça e caminhou ao meu lado.
Enquanto íamos em direção aos quartos, me pus a observar cada detalhe daquele lugar, era quase uma mansão de tão grande. A funcionária informou que os quartos ficavam em um edifício separado dos demais e que logo pediria para que alguém me mostrasse tudo com mais calma.
– Chegamos – anunciou ao que paramos em frente a um quarto que ficava no segundo andar. – Vou deixar vocês aqui, se precisarem podem me chamar. Até logo. – E então a gentil cuidadora saiu por onde viemos, deixando apenas eu e minha mãe naquele corredor extenso e vazio.
– Agora é com você, se vira! – Disse minha mãe, de modo rude, saindo de lá com certa pressa.
– Também te amo, mamãe – Falei comigo mesmo, em um tom carregado da mais pura ironia.
Girei a maçaneta e abri a porta lentamente, tão receoso que era como se esperasse encontrar alguém lá dentro. Ao adentrar, suspiro aliviado por encontrar apenas um quarto comum com uma cama, um armário para colocar as roupas e outra porta que certamente seria o banheiro. É, acho que agora essa será minha nova vida durante um tempo.
Pov Frank
"Frank, querido, é hora de acordar, todos já estão tomando o café."
Ouço acariciar meus ouvidos a doce voz da senhora Linda, a melhor cuidadora deste lugar, e que ironicamente tem o mesmo nome que minha mãe, embora me trate um bilhão de vezes melhor que a própria mesmo não tendo nenhum laço sanguíneo comigo. Eu sinceramente não sei se aguentaria ficar muito tempo se Linda não trabalhasse aqui.
– Bom dia. – Digo saudosamente, espreguiçando-me sonolento ainda deitado, tentando formular uma espécie de sorriso com dificuldade por conta da luz forte do sol adentrando a janela que Linda acabara de abrir.
–Bom dia, querido. Se apresse ou irá perder o café da manhã outra vez. – Diz ela, dirigindo-se até a porta.
Levanto-me e caminho lentamente até meu armário, escolhendo uma camiseta preta lisa, uma calça flanela xadrez -nas cores preta e branca- e os meus chinelos favoritos. Em seguida dirijo-me até o pequeno banheiro dentro do quarto para tomar um banho e realizar minhas higienes o mais rápido possível. Não posso perder o café hoje, ficar com fome me deixa completamente irritado o dia todo.
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.Depois do café, saio com meu livro favorito debaixo do braço para me sentar em um dos bancos do jardim como de costume, mas dessa vez a concentração rotineira na leitura tornou-se impossível quando um carro diferente resolveu prender toda a minha atenção. Não era carro de parente de algum paciente e nem a dona da clínica que vem inspecionar tudo como faz de quinzena em quinzena. Sim, definitivamente aquele era um carro diferente que nunca havia aparecido por aqui. Depois de mais de dois anos vivendo no mesmo lugar, com os mesmos costumes, as mesmas pessoas e a mesma rotina, observar cada detalhe é inevitável. Tenho quase certeza de que chegou algum paciente novo.
Ao notar duas figuras cruzando o enorme portão e adentrando os domínios da clínica, eu soube que sim, eu tinha razão, era um paciente novo. Ele estava bem vestido e arrumado, usava uma roupa toda preta e sua aparência era saudável, definitivamente não parecia um viciado em álcool ou drogas. Seu cabelo escondendo quase todo o rosto o deixava um tanto sombrio e intrigante. Ele entrou de cabisbaixo o tempo todo, acompanhado de uma senhora com uma bolsa surrada, uma roupa extravagante e uma cara nada amigável. Ela parecia estar com tanta pressa que mal prestava atenção nas regras da clínica que uma das cuidadoras ditava. Se eu não tivesse ouvido um pouco da conversa, juraria que quem ocuparia uma vaga na reabilitação era a mulher ao invés do garoto.
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You're my medicine
FanficEstar internado em uma clínica de reabilitação aos 21 anos de fato não estava nos planos de Gerard, tampouco conhecer alguém tão frenético e expansivo como Frank. A colisão entre a euforia e placidez de ambos resultou em algo muito maior que aversão...