Capítulo V

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— Vem, vamos para o meu quarto. — disse puxando Peter.

Chegamos em meu quarto e o fiz sentar na minha cama, enquanto ele esfregava suas mãos em um nervosismo bem aparente.

— Megan. Megan está de volta.

— Espera, Megan? Megan, aquela sua namorada que te abandonou aqui? — eu o perguntei claramente perplexa.

Desde que Meg foi embora desistindo do meu amigo, não ouvimos mais falar dela. Nem redes sociais, uma carta, ou até boatos. Literalmente nada.

— Exatamente. Só resta uma semana para o verão começar, e ela veio visitar aquela tia dela, Margareth.

— Uou. Isso é estranho, muito estranho. E porquê ela viria depois de anos?

— E você pergunta isso a mim? Olhe aqui, por mim, Megan Brown ficaria onde estava. E nunca mais pisaria os pés nesta cidade. — ele disse se levantando da cama.

Peter pôs as mãos entre os cabelos e começou a caminhar pelo meu quarto, indo e voltando. Eu só observava o desespero do meu melhor amigo. Ele nunca ficava assim. Nunca ficava desequilibrado dessa forma.

— Que droga, Peter James! Pare de andar pelo meu quarto como se fosse um louco. Sente-se nesta cama agora, e fica aí. Vou pegar uma água para você. — eu disse fazendo o se sentar de volta na cama. — Não saia daí garoto.

Ele assentiu e eu fui atrás da água que havia prometido. Encontrei mamãe saindo de casa.

— Está tudo bem? Peter parecia nervoso.

— Longa história mamãe, mas ele ficará bem. Não se preocupe. — respondi sorrindo.

— Certo. Não me espere para o jantar, não sei que horas voltarei, sim? Agora deixe-me ir. Até mais, querida.

Sorri tristemente enquanto vi ela saindo de casa.

Eu entendo todos os motivos para essa ser a carreira escolhida por minha mãe. Mas será que não havia outra? Por vezes me sinto sozinha, só queria que ela tivesse mais tempo para mim.

Ponho água em um copo e começo a subir as escadas. Peter está tão abalado! A última vez que o vi assim foi quando Megan foi embora. E agora, ele estava mal pelo mesmo motivo. A garota que tanto o magoou. Ao abrir a porta vejo Peter na mesma posição que o deixei.

— Toma. Bebe isso, e tenta se acalmar. E me explica essa história direito. — entreguei o copo a ele enquanto me sentava ao seu lado. Ele bebeu um pouco d'água e balançou a cabeça negando algo, algo que eu não faço a mínima ideia do que seja. — Como você descobriu que ela voltou?

— Mamãe. Você sabe, ela é amiga da Margareth. Ontem mamãe foi encontrá-la, e ela deve ter dito que sua sobrinha viria lhe visitar. Hoje eu escutei mamãe dizer: "Rick, a sobrinha de Margareth chega hoje. Já deve ter chegado, aliás. Lembra que ela era a namoradinha do nosso filho?" — ele imitou a voz de sua mãe, Julie. — Depois que ouvi vim correndo até aqui. Mas não tinha ninguém em casa, então resolvi esperar. Mas eu não lembrava que o caminho mais rápido para chegar a casa da tal Margareth, era passando em frente em sua casa. E adivinha? Eu a vi. Eu vi ela, Úrsula. Está tão bonita. Como sempre foi… Por sorte, ela não me viu.

Mistério em Forest VillageOnde histórias criam vida. Descubra agora